Tuesday, November 30, 2010

WIKILEAKS REVELA AMEAÇAS

As revelações do site WikiLeaks foram consideradas pela Casa Branca como uma ameaça à segurança do estado e às vidas de vários dos seus servidores. Entendemos modestamente -embora nos sintamos completamente alheios à temática da seguranç do estado na perspectiva da Casa Branca- que as revelações feitas são sobretudo revelações de uma falta de nível mínimo admissível na condução da política externa americana. Uma indignidade. Um nível de bordel, mais exactamente. Nota-se bem a que ponto as lógicas de polícia (dos idióticos serviços de informação) imbecilizam os protagonistas da política externa. As opiniões sobre Berlusconi fazem rir pela imbecilidade que revelam. As emitidas sobre Sarkozy são de uma banalidade radical. E as trocas de impressões relativas ao Irão fazem estremecer. A fada Hilária revela-se uma cretina que gostava de ser mais do que uma dona de casa e acaba por nem isso conseguir ser. Parece a tugária, aquilo. Não espanta, assim sendo, as disparatadas selecções que a CIA vem fazendo de homens e mulheres completamente isentos de quaisquer qualidades. Durão Barroso, Sarkozy... Eis a explicação. Aflitivo, aquilo. É nestes cascos que assentam a paz e a guerra, o desenvolvimento e a justiça nas relações internacionais. Isto não pode produzir mais do que perigosos fiascos. São então patas destas que se propõem incendiar a Ásia e o estão fazendo. Que coisa tremenda. E se a China que os comprou, os vender a preço de saldo?... É a única resposta que mereciam. Porque nada distingue isto da tentativa (objectiva) do assassinato do credor. É portanto melhor suscitar imediatamente uma insolvência preventiva do devedor. E não é o que foi revelado que constitui ameaça. Ameaça é a presença de tais imbecilidades na condução de qualquer política externa. Ameaça é a radical ausência de noção atendível das dignidades em presença e da gravidade dos interesses em causa. Nenhum homem ou mulher, em tais posições, pode permitir-se (e a nenhum deve ser consentido) falar naqueles termos (em privado que seja) de tais matérias, ou suscitar que assim se fale de tais coisas. Porque isso significa que é assim que (não) pensa. Olhar para a indulgência austera com que Lavrov reagiu a isto, arrepia. A contenção iraniana também é interessante. A sugestão de Chavez é a mais ajustada. A fada Hilária devia ir à sua vidinha. À sua idiotia.

PARA A INSTITUIÇÃO DA ADVOCACIA EM PORTUGAL


Não há advocacia sem estatuto adequado. Não há advogados de estatuto servil. Não existem advogados empregados de sociedades comerciais da advocacia. Não há advogados capatazes, gendarmes, ou com funções de polícia política. Tudo isso é inexistente e na exacta medida em que não existe, pode tratar-se a palavrão (por mais soez que seja o palavrão) porque o que não existe não é passível de ser ofendido. Olhando a execranda tugária e a sua caricatura de estatuto da advocacia, constantando que quem tem aptidões (culturais, científicas, pessoais) para advogar se confronta, neste repugnante território, com as naturais dificuldades decorrentes do facto de aqui se ignorar o que seja a advocacia, olhando com intensa aflição os bichos pardos que fazem repulsivas as togas que envergam, nós, os gregos, movidos pela intensa misericórdia cristã de cuja Ortodoxia somos guarda primeira e fiéis aos deveres de origem – que somos - da civilização ocidental, apresentamo-nos a dizer à indigência local as evidências seguintes:
  1. A advocacia é sede de qualificado discernimento crítico ao serviço da Justiça e do Direito, fiel às liberdades e direitos fundamentais dos quais é instrumento, sustentada na formação filosófica e científica dos membros dos seus colégios profissionais, preservada na liberalidade do exercício e alicerçada na liberdade de expressão da qual os seus actos – em polémica escrita ou oral - são forma qualificada e por isso especialmente protegida.
  2. A advocacia é lugar de preservação da urbanidade que é expressão da liberdade dos cidadãos e, pesem embora as regras de cerimonial universitário ou forense definidas pela tradição local, não podem ser exigidas à sua prática formas de cortesia ou correcção, mesmo que meramente circunstanciais, incompatíveis com a igualdade cidadã, ou que possam traduzir, directa ou indirectamente, qualquer anulação da liberdade de crítica, devendo sempre ceder, na disciplina dos debates onde intervenham advogados, as exigências de forma perante a viabilização substancial da argumentação, qualquer que seja a sua aspereza e à simples condição da presença de argumento com expressão ou alcance doutrinários ou procedimentais.
  3. A advocacia define-se pela independência pessoal dos profissionais que a exercem e é incompatível com formas de sujeição, subordinação ou supervisão de natureza pessoal, estando o seu exercício regulado pela Lei e competindo a fiscalização do cumprimento das exigências legais e a defesa das liberdades do exercício em território nacional ao Conselho Superior da Advocacia (a instituir).
  4. A advocacia não limita a liberdade de associação profissional, podendo constituir-se ordens ou associações profissionais representativas, locais, regionais ou nacionais, às quais, mediante parecer do Conselho Superior da Advocacia pode o Estado outorgar a natureza de associações públicas, ou de pessoas colectivas de utilidade pública, não podendo nunca esta concessão traduzir-se no estabelecimento funcional de hierarquias entre advogados, ou servir qualquer forma de perversão do estatuto de liberdade e igualdade da profissão.
  5. Nenhum advogado pode ser forçado a integrar qualquer organização profissional.
  6. O poder disciplinar quanto ao exercício profissional é competência exclusiva do Conselho Superior da Advocacia (a instituir), cabendo, não obstante, às associações profissionais as competências decorrentes dos respectivos estatutos quanto às condições da manutenção ou termo das inscrições  nas suas estruturas e bem assim quanto à defesa das liberdades e dignidade profissional comum.
  7. O Conselho Superior da Advocacia (a instituir) é órgão independente de interesses privados e incompatível com qualquer expressão de interesses privados cujo alcance possa fazer perigar a igualdade, a liberdade e a disciplina da concorrência no exercício profissional, sendo integrado por juristas de reconhecido mérito, devendo um terço dos seus membros ser designado por eleição parlamentar, um terço por eleição dos profissionais e um terço por nomeação do Chefe do Estado.
  8. Incumbe ao Conselho Superior da Advocacia a acreditação profissional, o acompanhamento crítico da formação em Direito nos estabelecimentos de ensino superior que a ele se dedicam e bem assim o acompanhamento crítico da produção doutrinária no território, devendo formular conclusões anuais, recomendações de reforma sempre que o entenda adequado, ou a promoção directa de ciclos de formação ou debate, de frequência voluntária e gratuita, incumbindo-lhe ainda o exercício das competências disciplinares. 
  9. A instrução e julgamento dos processos disciplinares contra advogados é incompatível com a manutenção do exercício profissional da advocacia enquanto durarem essas funções, sem prejuízo do Conselho poder ponderar e decidir o eventual prolongamento dessa incompatibilidade após a cessação de funções, em ordem à preservação das condições de igualdade de exercício e da liberdade deste.
  10.  O Conselho Superior da Advocacia pode, nas matérias da sua competência, fazer-se assessorar juridicamente – mediante requisição de serviços - pelas Faculdades ou Departamentos de Direito no território Português, não podendo em todo o caso fazer-se assessorar por pessoas, singulares ou colectivas, sem estatuto de Direito Público, não obstante a preservação da faculdade de ouvir ou reter opiniões ou posições, técnicas, filosóficas ou científicas, que em si mesmas revelem o cunho da idoneidade, ou tragam a sempre atendível autoridade intelectual de quem as manifestar.
Fica isto dito só para que ninguém possa (nunca mais) dizer que ninguém o disse.
      

SAKANAH!

Os advogados elegeram Marinho Pinto e os seus inimigos jurados, não obstante os apelos dele em contrário. Não está mal. Está péssimo. E isso é razoavelmente bom. A "grande loja da independente" foi varrida. Perdida a independente nada tem para a troca. Não pode dar títulos. Nem empregos. Nem linhas de curriculum.  E as gentes que por lá passaram preferiam não ter lá estado. O gang perdeu relevância. E os transfugas começarão em breve, segundo a lógica deles, a senda da denúncia recíproca. Todos os secretismos acabam quando os Marcelinos começam a vomitar nomes. Com um pouco de sorte tudo virá a público, incluídas as listas de presença em loja da Europa 3. (Vai tudo a esmo até à criação do mundo, segundo os anteriores exemplos conhecidos).  Mas por ora e na horda parda, o terror institucional está agora em mãos ultramontanas. (Com uns idiotas úteis à mistura, é pelo menos o modo como eles os olham ... Eles nunca leram Hegel, só leram as pretensas refutações catequéticas). Vamos ver por quanto tempo assim será. Nada garante que haja sequer país daqui a seis meses. Todas as esperanças são legítimas, por consequência. O destino desta gente há-de ser o que forjaram. Há uma velha palavra dos judeus para caracterizar cada um destes tipos do ultramontanismo local: sakanah. Em Português parece ter dado sacana. E bem. Não há nada mais desagradável que um sacana.

Friday, November 26, 2010

AS HORDAS E A DEFUNTA ORDEM

Lá vai a malta advogante a votos. Deferente. Temerosa. Os servos dos aparelhos vários temendo pelo emprego. (Como eles odeiam os que se sustentam por si próprios, como eles os invejam, como eles os prejudicam mal possam). Os gangs temendo pela influência e pelas rendas correspondentes. O execrando Carvalho, o asqueroso Alves, o doentio Raposo e aquele desgraçado, semi-alfabetizado, com aspecto de vómito verde e seco que é o Relógio. O Marcelino Varela, esse pedaço de esterco ressequido num pneu do Fernando Teixeira a caminho das convulsões da "universidade livre", das obscuridades da universidade autónoma, das trafulhices da "universidade independente" e das violências e comércios da "casa do sino". Ali estão todos. Os homens cães da opus. Os homens hienas das maçonarias maradas. As pêgas que lhes vão penduradas nas braguilhas. E os mignons que hão-de pendurar-se-lhes onde os os mandarem fazê-lo. Aquilo é um bordel. Um asilo. Uma inquisição. Dizem uns que querem reconciliar os advogados entre si. (Mas que tem aquilo a vêr com os advogados?)... Dizem outros que querem continuar a reformar. (Para quê?)... Diz o Dr. Arnaldo Matos, homem escorreito e sábio, que ou se vota Marinho Pinto ou aquilo continua a saque dos homens-ficção que uma qualquer estrutura imaginou e para ali vão meter-se em processos alheios, arranjar clientes, perseguir concorrentes, promover-se à custa da estrutura e dizer banalidades. Arnaldo Matos tem razão. Mas porque seria Marinho Pinto muito diferente disso? Só porque o tem sido? (Não teve ainda hipótese de ser outra coisa). Enfim. Aquilo é bem o espelho da "crise da justiça". A justiça possível na tugária. Território que também por isso não é possível.É a imagem da justiça de uma terra que se consente ser apenas um sórdido bordel de menores órfãos. Aquilo é a ordem da casa pia. No país da casa pia. Viva a ruína! Viva a desgraça! Porque nada pode ser pior que isto. Nem parece que possa haver gente mais reles à face do planeta. Como certo dia gritou um bom católico no anfiteatro da Universidade de Salamanca - "Viva la muerte!"... Nada pode ser pior que isto. Nada pode ser melhor nisto.

Chegaram os idos de Novembro

As hordas dos rustres encaminham-se para as urnas da ordem "dos advogados". Que repartição entre gangs daqui saírá?... O interesse da coisa é relativo. O principal instrumento de hostilização dos advogados merece bem a morte. Escreveu o bom velho Alain que o tiranete mais desprezível é o que exige  ou pede a anuência da vítima. É o caso. Aquilo merece bem a sordidez em que vive. E também por isso tem de acabar. E acabará. "Porque o que tem de ser tem muita força".

RATZINGER

Do Vaticano SA elevou-se de novo a voz repulsiva do velho medonho para mais uma vírgula na "teologia moral do preservativo". Que obssessão... As amibas coradas de vermelho foram chamadas a consitsório para pensar no problema da pederastia. E aguarda-se a todo o momento que novos acrescentos sejam feitos na "teologia moral do branqueamento de capitais" uma vez que il cavalieri autorizou um  redactor de jornal seu a divulgar interessantes dados sob o título "Vaticano SA". Aquela porcaria não acaba?

Wednesday, November 24, 2010

GREVE GERAL

Que extraordinário alívio. Que paz. Que ideia genial, esta. Um dia em que a população se viu livre do ónus de aturar a administração pública (toda ela em greve). O território parecia livre como a Galiza. Belo como as terras de Espanha. Nem chuis nas ruas. Nem funcionários nas secretarias. Que transfiguração isto bastou para operar! Um dia inteiro no qual os funcionários foram simplesmente inúteis. Um  dia inteiro sem que fossem nocivos. Formidável. Queremos uma repetição. E por período mais longo.

"Votem neles, votem" (diz o Marcelino em acção)

"Votem neles, votem"... diz o frustre Marcelino - qui ex Moita procedit - relativamente aos demais candidatos aos tachos e às sopas da horda "dos advogados". Pensamos honestamente que não é má ideia votar no Marcelino. Porque ao Marcelino, coitado, nada sobreviveu nunca. Nem Loja - e foi uma grandessíssima Loja que o pariu em tudo quanto ele quer que se pondere - nem emprego, nem projecto que o tenham incluído lhe sobreviveu. A presença do Marcelino é indício seguro de fim próximo. O Marcelino no Distrital de Lisboa da horda, era bom prenúncio, portanto. E atente-se: Indício seguro do fim daquilo e indicio seguro do fim dele próprio. Importaria compreender o pobre Marcelino. Para tanto, basta ouvir a pobre criatura. Que quer ele?... Quer ser, pelo que nos diz. Eis um indicativo de monta. Nada aspira quanto a nada. À Ética. À Justiça, Ao mundo. À terra. À Moita. Quer ser. Pior, sonha ser. O Marcelino é, por t udo, o pobre tipo que quer o carro do outro. A gravata do outro. O escritório do outro. O relógio do outro. Quer comer o que o outro come. Viver como o outro vive. Ser como o outro. Ser outro, em síntese.  (O Girard vê nisto indício de homossexualidade, mas essas são outras e mais complexas histórias). Arrisca-se o Marcelino a nada ter nunca que não seja em segunda, ou terceira, mão. E nessa ânsia de ser como o outro, hesita às vezes . Basta-lhe aí - nesses momentos de parda dúvida ou negra impotência - que o outro seja como ele. E o Marcelino abre então a ialmazinha que trouxe da Moita e deixa saír aquilo de que é constituído. Manda bater nas pessoas, segundo denúncia pública. (Há  referências interessantes on line). Manda distribuir ao lugar onde viva quem ele odeie - ou de quem imagina  que o detesta - papéis anónimos e tão inverosímeis (na rasquice que o habita) que a aversão ao Marcelino cresce imediatamente no lugar. Mesmo em quem o não conhece. Mas o Marcelino não tem nisto grande culpa. É um culpado inocente. Aliás nem é propriamente um jurista ou saberia que a propaganda não desejada é proíbida. O Marcelino sempre viu a gente que o promoveu fazer coisas destas. Já Fernando Teixeira vomitava  nomes (como denúncia) de todos os que tinham entrado em contacto com ele, como isso se fosse (e porventura seria) comprometedor para os denunciados. Marcelino colecciona nomes desde então. E debita-os à primeira oportunidade. Varrido do escritório onde pediu para fazer o estágio, mendigou que o acolhessem no escritório  de antigo professor e isso obteve. Mal corrido um ano, todos os advogados do escritório debandaram. Sendo certo que obrigaram o Marcelino a pagar-lhes a ida. (Antigo professor incluído).  Diplomado pela UAL ali o pôs Arouca como monitor de Verde. E  tudo aquilo estoirou. Foi para a Independente. E aquilo acabou.  Estava na Casa do Sino e foi o que se viu. ( Isto não se diz com pena). Imagine-se um fenómeno destes na horda. Admirável ideia! A melhor forma de limitar uma coisa repulsiva é atirar-lhe coisa parecida que a limite. Não seria nada má ideia eleger o Marcelino.  Por outro lado e nesta campanha o Marcelino indicou um homem que detesta. É homem frontal. Homem claro. Mas aos olhos dele, Marcelino, "destila ódio". Trata-se de inversão conhecida. O Marcelino não consegue ser igual ao outro. (O Marcelino não é - e não conseguirá ser - igual a quem quer que seja que se conheça) . Trata então de imaginar o outro igual a ele. A "vítima" imaginária, no caso, é o candidato a vice presidente da Lista de Jerónimo Martins. Trata-se aqui de argumento de peso em favor da Lista de Jerónimo Martins. O óptimo é inimigo do bom. Não é crível que a Fortuna conceda duas coisas ao mesmo tempo (a cadeia do Marcelino e o fim da horda parda "dos advogados"). Deve pedir-se à Fortuna uma só coisa. Jerónimo Martins, portanto. Contando que o vice presidente dará ao Marcelino o destino que lhe cabe. O Marcelino, segundo ele próprio diz, quis ser advogado por ter o sonho de ser um homem livre. Azar. Ninguém se faz homem livre por um estatuto administrativo. O Marcelino é portanto outra coisa. E isso que é o Marcelino está proibido com toda a probabilidade. Seja o Marcelino o que for. 

Wednesday, November 17, 2010

A FRUSTRE HORDA

Ao canal público de televisão vieram os rustres a debate nas eleições da Ordem dos Advogados. Carvalho encolhido por bons motivos. Pinto abespinhado por óptimas razões. Marques bem adestrado na marcação, interrompendo Pinto a todo o momento, com Pinto a protestar sempre que isso acontecia. Isto seria o menos. Só Pinto queria - sem o conseguir- falar de Direito. Os outros falaram deles e do Pinto. Forçado a defender-se, Pinto não conseguiu falar de Direito. Os assistentes pareciam uma turba no estádio. Grunhiam, chingavam e -coisa sobre todas reveladora - riam. Nada identifica melhor a rasquice que o riso. Um alarve a rir liberta sempre o néscio que oculta. Ver a escumalha a rir deixa sempre um homem normal à beira do vómito. Que gentalha. Santo Deus! 

Monday, November 15, 2010

IRONIA

Andou esta corja a desprezar migrantes africanos (até com a polícia a abater-lhes os filhos à queima roupa). A menosprezar migrantes da Europa Oriental. A abandonar (no Vale do Jamor e em condições terríveis) os pobres timorenses. Enquanto temiam (delirantemente) as eventuais aspirações espanholas ao território. Enquanto reagiam ao império americano e ao seu hegemonismo. Enquanto protestavam contra a dureza alemã.Sem se impedirem, em todo o caso, de alinhar em todas as provocações anti-russas dizendo, com aquele ar de bestas quadradas com que dizem as coisas que imaginam sérias, que isso "é prestigiante". Mas a cada um o seu destino, como diz um velho provérbio hebreu. A horrenda terra de todas as servidões tem o destino de ser comprada, nem sequer pela China (interessada eventualmente e apenas num porto e numa ou noutra empresa), mas por Timor e por Angola. Com as gentes almejando ser salvas por uns contratos do Brasil. E mesmo assim sob garantia europeia (por enquanto). Eis a manifestação concreta da excelência da justiça divina. É concebível maior humilhação? É possível que esta gente tenha já os esfíncteres tão lassos que nem isto note? É visivelmente assim. A tugária perdeu qualquer aptidão para fazer face às tarefas da independência política. Permanecer em espaço europeu sob condição de ser comprada por África, Oceania e Ásia, não é coisa que surja especialmente clara. Tudo serve aos idiotas locais, condenados já a discutir a mera sobrevivência no plano alimentar. Mas servirá isso a mais alguém? Tem isto, nestes termos, alguma utilidade própria na Comunidade Internacional?

Sunday, November 14, 2010

Notícia do Sunday Herald Sun

Uma súbdita inglesa foi assassinada no Algarve. Ora de acordo com a doutrina da polícia portuguesa o primeiro suspeito é sempre a vítima e portanto a polícia portuguesa declarou que se tratava de suicídio. Não tivara a senhora morrido e ainda lhe arranjariam umas quaisquer complicações em interrogatório à imagem de quanto ocorreu com os McCann. A propósito a brigada dos McCann viu condenada a maior parte dos seus membros-arguidos em processo com acusação de tortura, (no caso Leonor Cipriano) o que não impediu essa gente de deduzir acusação criminal contra o jovem advogado Aragão Correia por ter afrmado a tortura em relatório seu que entretanto publicou. (É inimaginável aquilo que passa pelo crivo acrítico dos procuradores). As acusações por difamação são automáticas, sobretudo quando se diz a verdade. Acrescentaram um toque - verdadeira  "posição de escola" - e pediram o exame psiquiátrico do jovem advogado Aragão Correia. Quem se lhes opõe está louco a seus olhos. E quando alguém diz isto com esta grotesca boçalidade é sinal que estamos perante alguém da "maçonaria dos chuis", tamvbém designável por corja da casa do sino, ou qualquer das grandes lojas, arcos, ou bares que sucederam à respectiva explosão. Logo veremos como acaba isto. Mas não pode haver "maçonarias de polícias". Uma maçonaria de polícias é necessariamente uma maçonaria de bandidos. E logo chegarão os advogados à escala (já aqui temos falado de vários, mas destes ainda falaremos mais detalhadamente).  Era reamente o que faltava. Felizmente há sempre alguém a olhar. Registe-se por isso a informação do  Sunday Herald Sun.

COHN BENDIT E AS RESPOSTAS POSSÍVEIS

Qual direita!... qual esquerda!... Há questões onde a esquerda oficial e a direita oficial são iguais e portanto não resta senão declará-lo. Há certamente questões onde os homens de esquerda ou direita convergem (e até os grupos, embora não os partidos conduzidos pelo mimetismo  institucional). É portanto de outra cilvagem que se trata agora, pensa Cohn Bendit no que à Ecologia respeita. Isso é verdade. E portanto também é verdade quanto à Economia. E quanto à Ética. E à Estética. E à História. É portanto verdade quanto a tudo. Evidentemente, isso é tão fácil de reconhecer a partir da(s) direita(s), como a partir da(s) esquerda(s). Só é preciso tirar daí consequências práticas. Organizacionais. E programáticas. Cohn Bendit pensa bem. Logo veremos se consegue fazer igualmente bem. No território a sul do Rio Minho, nos anos setenta, o anti-industrialismo do tradicionalismo monárquico soube convergir com as posições ecologistas e precedeu-as no território. Já então se tratava da clareza de uma nova clivagem. Trinta anos depois seria de esperar que as coisas estivessem,nisto, mais claras do que estão.

Saturday, November 13, 2010

A PREFIGURAÇÃO DA DESGRAÇA

A ideia do Ministro dos Negócios Estrangeiros anunciar que - mais cedo ou mais tarde - a tugária saírá do espaço da união monetária europeia, significa que tal exclusão, ou saída, acontecerá mais cedo do que se pensa. Admitamos a esmagadora probabilidade de isso assim ser. No dia seguinte a moeda da tugária quebra por cinquenta, sendo optimista. Os abastecimentos às cidades tornam-se, nesses termos, economicamente inviáveis uma semana depois. E começam os saques e motins. Em tumulto algumas vozes inspiradas hão-de fazer-se ouvir. Não dirão coisas agradáveis. Podem dizer, por exemplo que a corrupção se anula tornando-a inútil e torna-se  inútil se os herdeiros dos corruptos forem capturados ou mortos. Não é nada dificil imaginar as cenas de tais dicursos à multidão. (Bem faz o Dias Loureiro por ter já partido para Cabo Verde que todavia não nos parece suficientemente longe). Os grandes investimentos feitos na segurança polícial devem converter-se num dos grandes perigos. Grupos de delinquentes em uniforme e com as armas distribuidas às corporações saquearão a população. Grupos radicais de direita e esquerda resistirão pela força e conseguirão proteger os seus e porventura mais alguém. A intervenção militar externa, por evidentes motivos humanitários, consumará algum fim de alguma coisa. Não necessariamente de tudo. E a tugária será, enfim, às claras, o que hoje é às escondidas. Quem puder sair que saia. E saia já. E quem queira fazê-lo pode começar a preparar os ajustes de contas, porque está a chegar a hora de alguns ajustes (porventura muitos) e a de todos os desajustes. Felizes os que dez anos depois poderão dizer disto, "era o país de todas as indignidades, estou contente por ter acabado". 

Thursday, November 11, 2010

STOP À BANCA !

É definitivamente uma grande ideia. Começou em França e está a expandir-se rapidamente. Há on line  uma pequena lição sobre a moeda. Explicando o mecanismo da crise. Isto entendido, preguemos-lhes o chamado “cagaço de morte”. E no dia sete de Dezembro unamo-nos a um protesto europeu, legal, possível, tranquilo, muito eficaz e à medida de todos: tirar o dinheiro do banco e fechar a conta. 7 de DEZEMBRO VAMOS TIRAR O NOSSO DINHEIRO DOS BANCOS. Quem não puder (por não ter conta, designadamente, ou por estar excessivamente envolvido nas teias de crédito) pode mandar uma carta de protesto ao presidente do Conselho de Administração.
Eis a minuta possível:
7 de Dezembro de 2010-11-11
Ex. mo Senhor Presidente do CA do Banco XXX
Prezado banqueiro e meu banqueiro
Venho formalmente comunicar que nós, os outros, sabemos o que V. Ex.ª está fazendo com o dinheiro. Como já sabemos todos e há algum tempo que os seus "patrões" influenciam a política mundial, gostaria de expressar a minha discordância radical face a tal política, que tantos danos tem causado às sociedades europeias. Não posso participar nesta acção civil, espontânea e pacífica. No entanto, alguns cidadãos decidiram hoje retirar o dinheiro deles e fechar as contas correntes e de poupança no seu "banco". E assim tomar os seus destinos nas suas próprias mãos. Estes primeiros actos individuais serão talvez insignificantes, mas vão  aumentar. Espero, como cidadão que reivindico ser – pese embora a cidadania não existir nesta terra de todas as servidões - que a regulação da moeda não volte a ser consentida a privados, capangas de interesses apátridas, mas dirigida em ordem à prossecução do interesse público. Obrigado por respeitar essa carta.
Com os melhores cumprimentos,  


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A RÚSSIA, A TUGÁRIA E AS ESCOLAS DE DIREITO

A Federação Russa entrou em auto avaliação do seu sistema de ensino e concretamente do ensino superior. As universidades que não apresentam qualidade devem ser fundidas com universidades fortes, ficando a respectiva dotação patrimonial e a gestão dos seus recursos intelectuais e humanos sob nova direcção. De sublinhar o aspecto – politicamente fundamental - da revisão e reforma do ensino do Direito. Nada se faz com os funcionários juristas e magistrados a resistir ao legislador, por exemplo,  por via interpretativa, nada se fazendo também com a fidelização dos corpos docentes de Direito agarrados a sistemas de convicções contrários à linha da Direcção Política do Estado democraticamente sufragada. Os russos poderiam pensar sobre isto usando o modelo da repugnante tugária onde o salazarismo tomou o poder através das trincheiras do ensino do Direito, marcando o quotidiano e a vida concreta e remetendo o debate político e o sufrágio para os planos da mera formalidade. E para o plano do espectáculo, aliás degradante (pela corrupção, inépcia, alheamento  de qualquer solução dos problemas concretos). No caso português estes funcionários salazaristas representam, para cúmulo, um salazarismo decapitado. Surgiu portanto um micro Salazar em cada tribunal e em cada repartição administrativa. E o Direito faz-se conjunto de minutas para escorar a teia de arbítrios que é a negação de qualquer direito. O papismo (antro imundo de todas as corrupções e todas as taras) guia-os na contra-formação de contra-juristas. Com uma preponderância escolar que suscita o espanto. Bem entendido, em mais lugar nenhum a degradação é concebível a este ponto. Mas o processo serve – pelo seu carácter extremo e caricatural – como modelo de estudo. Vinte anos depois da alteração do sistema político é o momento de acertar as coisas, para quem não as acertou antes. Os primeiros dez anos são anos de hesitação dos funcionários. O segundo período de dez anos é para eles um período de recuperação, onde reconstruírão quanto conseguirem. E não se lhes pode dar o tempo de se fixarem nas regressões conseguidas. Sob pena de ter que voltar ao princípio. A imagem final do processo (se nada se fizer) é bem dada pela imunda tugária, onde reina um salazarismo descerebrado (apanascadamente papista) em terra de servos, apaneleirados de alma -quando não é pior- não falando já das pêgas desaustinadas. O Estado transforma-se numa teia de taras incessantemente reconstruída pelos tarados, que incessantemente se reproduzem. Usando as “escolas de direito” e a “formação prática” como instrumento de reprodução e poder.  Sim. As escolas de direito são um alvo que não pode falhar-se. Parabéns à Rússia por o ter visto com tanta clareza.

Wednesday, November 10, 2010

REUNIÃO DE OTANASCAS CUSTA DEZ MILHÕES DE EUROS

A capital da tugária vai ficar em estado de sítio sem declaração formal, desta vez por via dos otasnacas. A ultima vez foi por via dos pedrastas papistas e do seu repulsivo Ratzinger. E a reunião vai custar dez milhões de euros. Era melhor mandá-los reunir em casa alheia. A população não fez mal a ninguém para : 1- ter de suportar o odioso de acolher esta gente, 2- ficar assinalada aos olhos das vítimas das repetidas agressões da OTAN como alvo plausível de retaliação, 3- viver durante os dias da cimeira em estado de sítio sem declaração, perdendo acesso a equipamentos urbanos e a metade da cidade, 4- pagar por tais incómodos dez milhões de euros (em clima de austeridade, dizem eles) quantia que deve estar sub-calculada. Desagravemos as vítimas das agresões otanascas: Todos à manifestação anti-NATO.

A OTAN, OS OTANASCAS E O TRATADO QUE OS PARIU

O Conselho Mundial da Paz pede a dissolução da OTAN, recapitulando os crimes deste vampiresco aborto organizacional. Os canastrões excelentíssimos bombardearam os altares da Páscoa sobre a Sérvia em 1999 (alvo de importância militar evidente, não será?) e destruíram ou escoltaram a destruição de mais de 900 (novecentos) edifícios religiosos (compreendendo templos e mosteiros) da Santa Igreja Sérvia. Avulta, entre estes alvos “militares”, o bombardeamento (bem sucedido) de uma capela do séc. IV. Àquele que destruir o Templo, Deus destruí-lo-á. Disse S. Paulo e repetiu-o o Santo Sínodo daquela Igreja Mártir. Não obstante o fixado veredicto, a escumalha otanasca vem a Lisboa, procurar definir o “novo conceito” para a estratégia da OTAN. Nós mantemos quanto à coisa otanasca o nosso velho conceito. Tal tratado caducou em razão da radical alteração superveniente das circunstâncias que patentemente privou de objecto o pacto “defensivo” do Atlântico Norte. Chega de otanascas. Otanascas ao tratado que os pariu.

Monday, November 8, 2010

TERRA DE GENTE INFAME

Horrenda terra esta, a tugária, onde as vítimas de violação podem ser criminalmente processadas pelos seus lamentos, ou onde as poucas pessoas normais podem ser perseguidas pela comoção diante desses lamentos. Que horrenda gentalha é esta que consegue manter - no quadro de uma "democracia parlamentar" - uma perseguição criminal à liberdade de expressão que não recua diante de nenhum direito? Explica-o a imunda "magistratura" forjada nos bordeis e embrutecida pela farmacologia psiquiátrica?... A explicação é indiferente. Esta terra não pode continuar a existir. Possam mil blogues clandestinos florescer em perseguição desta imunda gentalha. E que os seus nomes sejam publicados para que a lista da vergonha perdure. E as próprias crias os reneguem. 

Critérios e tipos de organização político-administrativa da tugária

Um jornalista-proxeneta mantinha em carteira uns contactos “confidenciais” de juízes e políticos (não se sabendo se como clientes se como profissionais das mesmas artes). Isto no-lo vem dizer com grande excitação o polícia-voyeur. O último caso de voyeurismo relevante não veio aos noticiários e foi usado para a promoção dos pardos polícias da “descoberta”. Eurico de Melo deixara nas mãos de um prostituto-travesti uma pasta do Ministro da Defesa e rapidamente apresentou a demissão por “motivos pessoais”. (Pessoalíssimos, dir-se-ia). Os polícias foram promovidos. E tudo isto correu, sem nunca ser trazido à imprensa. Todavia quem o alegar em público pode sempre indicar os testemunhos destes polícias, do primeiro ministro da época e do dr. Fernando Nogueira. Em última análise há sempre o testemunho do travesti que se deve lembrar bem das lambadas que lhe deram em interrogatório informal. Tudo isto se soube. (É impossível haver um segredo na tugária). Mas nada foi publicado. A infelicidade destes juízes e políticos, parece, terá sido a sua heterosexualidade sugerida pela notícia. Em terra de gente completamente apanascada, “ir às putas” é um crime? Eventualmente. Passou, parece, a era do lema “toiros, putas e vinho verde”. Isso era mais o contraponto do alegado (e ficcionado) lirismo da tugária salazarista. Agora é mais “Fado, Futebol e, condicionalmente, Fátima”. Frequentar aquelas pequenas é um crime, talvez e portanto. Mas não suficientemente grave para justificar a promoção do polícia. Em todo o caso, a coisa é interessante de vários pontos de vista. Um deles é o dos critérios de emprego no canal público de televisão. (Nada que não se intuísse olhando os critérios de elegância da Judite de Sousa, em bom rigor). E também é interessante por permitir agora uma linha de investigação mais acurada para a demência de alguns textos jurisprudenciais… Eventualmente andam tais cérebros a ser comidos pelas espiroquetas. (Seria socialmente mais económico que as leptospiras lhes comessem o fígado e talvez uns mergulhos ali no bugio pudessem ter resolvido melhor o problema). Mas pronto. Se lhes resolvermos isto, retoma-se a normalidade? Vale a pena o esforço da investigação. Eventualmente, a “crise da justiça” é um surto de sífilis. Isto é interessante, também, porque confirma uma intuição sociológica ao alcance do homem comum: as formas de organização naturais na tugária são o asilo, o bordel e a pide (sucedâneo pobre da inquisição papista). Tudo se transforma numa destas três coisas. Quase tudo se organiza sob uma destas três formas. (As outras são coisas de "radicais", expressão quie contém o anátema dos bordeis e dos asilos, mas não necessariamente o da polícia política mais atenta aos "intelectuais"). E uma só coisa parece universalmente presente nestas três formas de organização: a ansiedade histérica diante da sexualidade alheia e própria. Atrás de não raros itens orçamentais estará apenas isto. Uma terra de doentes mentais, em síntese. E isto aplica-se igualmente ao Correio da Manhã, o jornal mais lido da terra.

Sunday, November 7, 2010

RÚSSIA EM PARADA

No aniversáro da Revolução de Outubro importa homenagear a memória de uma geração que tomava a História nas suas mãos. Provavelmente Lenine - essa é uma tese já escrita - não esperaria mais do que uma "Comuna de Moscovo", ou uma "Comuna de San Petersburgo", à imagem do que havia sido a Comuna de Paris. Provavelmente admitiu apenas que atingiria ali uma forma de morte heróica, exemplar, que deixaria na História um ideário, uma intenção comum, um exemplo a seguir. Quiseram os fados que o inimigo estivesse realmente fraco e tão dividido que a Lenine e aos seus foi dada a vitória. E que vitória! Uma vitória que abre à Rússia um grande periodo de isolamento. Mas a Rússia estava habituada ao isolamento. Durante séculos foi o único estado ortodoxo livre. E a Revolução representou para a Rússia uma re-afirmação do seu destino colectivo privilegiado. Porque nada no mundo inteiro voltou a ser a mesma coisa. Hoje os russos desfilaram em Moscovo lembrando a grande parada de Stalin em 41. Fizeram bem e mal. Bem porque toda a bravura deve comemorar-se. Mal porque estão a esquecer uma parte da Rússia que, sim, deve ser comemorada. Não há nada de pouco Russo na revolução Russa. A própria Igreja Russa foi libertada pela revolução (que a pôs à prova, é certo, prova que a Igreja passou porque além de ser Igreja é também Russa) mas melhor seria que as lições se aprendessem completamente e não apenas às metades. Viva a Rússia! Viva a Bravura! Viva a memória da Revolução!

A "DIREITA QUE NÃO CONTA"

A direita - tal como resulta dos escritos dos respectivos pensamentos políticos - traduz, como regra, a memória cultivada de uma estratificação social arcaica ou arcaízante, podendo animá-la uma nostalgia da “ordem perdida”(com amplitudes muito diversas de assunção), da “legitimidade proscrita” (em regra nos movimentos monárquicos), da heroicidade (tal como a vêm) militarmente vencida e credora, senão da glória, ao menos da admiração incondicional dos que lhe cultivam as memórias. E nisto repousa a sua capacidade de sedução. Intensa, às vezes. Compreensivelmente. Não é raro que os sistemas de organização social historicamente desaparecidos hajam produzido gente rigorosamente notável nas artes, nas letras, no sentido de justiça - e até na defesa das liberdades tal como as compreenderam -  gente admirável na Ética, na Estética, na Filosofia, na Teologia, gente admirável, até, nas armas, na bravura, na grandeza de alma demonstrada em combate (e na vitória, como na derrota). A direita, na pluralidade das suas posições e deste ponto de vista, invoca a História. Cultiva-a. Usa-a como padrão de juízo e até como fonte de critérios de diagnóstico face às tensões sociais e políticas presentes e bem assim – naturalmente – como fonte de critérios que lhe permitem posicionar-se no momento presente. Confunde, talvez, dir-se-ia, a supratemporalidade dos sábios, dos santos e dos heróis com a supratemporalidade de uma solução de ordem social e sistema político. A primeira é um dado de facto na História da Cultura. A segunda, temos que ver melhor. A resposta é menos rápida do que parece, designadamente porque todas as propostas de sistema politico foram formuladas na Antiguidade Clássica e ainda hoje não há outras. O arcaísmo pode fazer-se novidade num momento qualquer. A direita – nesta pluralidade de posições - formula uma Filosofia da História que a traz, quando há estofo para isso (bem entendido), à Sociologia. Esta direita é dificilmente reconhecível na vida política, à parte dois ou três momentos de crise. Os anos oitenta, por exemplo, trouxeram uns monárquicos pesoalmente muito simpáticos, intelectualmente muito activos e politicamente mais pragmáticos do que seria de esperar, ao Parlamento e ao Governo da tugária. Dificilmente seriam classificados como “direita” pela opinião pública. E todavia eram a única direita atendível na “Aliança Democrática”. Lograram mesmo esbater, sem nunca a eliminarem, a tremenda limitação do papismo como referência de fundo que era inquestionavelmente a sua. O papismo é um travão da direita (desta direita) porque consente a inteligência, mas sob licenciamento casuístico e em contexto de compromisso claro. Mas espanta até que tais monárquicos hajam sido chamados, ouvidos, reconhecidos. Porque a Aliança Democrática era a outra dimensão da direita.

A "DIREITA QUE CONTA"

A direita conservadora é - aqui, porque noutros sítios não será sempre assim - gentalha sem nada dentro da cabeça, além da aspiração acerada pela voracidade e temperada pela revindicta. Trazia e traz basicamente o medo de perder o negócio. E o medo de perder o emprego, ou de não obter. A estratificação social, a “ordem”, traduzem no essencial da sua radical ausênci de reflexão estes “direitos” seus. Alguns de entre eles, ou quase todos, sentiam-se credores de honras públicas – e carreira devida - por terem logrado a licenciatura, o mestrado, ou o doutoramento. Coisas em regra perfeitamente mediocres como o demonstram as respectivas “teses”, quando as há, que têm todas em comum o facto indesmentível de serem sempre o oposto de uma tese. Os desgraçados microcéfalos das Faculdades de Direito locais, então, fazem bem em esconder as ridicularias que apresentam aos júris de doutoramento e que estes aceitam por terem recebido a incumbência, expressa ou implícita, de o fazerem. Esta é outra direita. A “que conta”. Mas também é a direita que debanda em crise. A direita que trucida antes do medo a fazer fugir. A direita que se sente apreensiva diante de qualquer pensamento. E odeia a inteligência e "os intelectuais". E esse ódio integra o seu sistema de medos. Em caso de alarme grita "deixem-nos trabalhar". Não cultiva grandezas que superem a da conta bancária recheada pela corrupção. Esta não usa na vida pública mais do que um sistema de sinais em publicidade (e nenhuma ideia). O orçamento é a única coisa em que se consegue pensar neste quadrante. Por isso, em crise, ninguém sabe o que fazer. Nem o que pensar. Contratam-se então uns tipos de quem se diz que pensam. E uns outros de quem se diz que fazem. Mas esses são sempre iguais aos outros. Ou quase iguais. (O Marcello Rebello de Sousa, por exempllo, transforma a análise política no que podia ser um artigo da Nova Gente, sendo dificil conceber mais grotesca caricatura). Esta gente torna-se então, à primeira crise, francamente perigosa. Se alguma vez deixou de o ser. As caricaturas são sempre perigosas quando pretendem que as levem a sério. A única técnica que conhecem para isso é o terror. E usam-na sem nenhuma cerimónia. Tal direita sempre a teremos, de um modo ou de outro, enquanto o sistema nacional de ensino assumir o funcionalismo como escopo da sua “pedagogia”. Esta gentalha é o salazarismo no essencial. E o salazarismo já era esta escumalha. Os professores do secundário podem imaginar-se de esquerda. Mas integram um sistema de ensino que produz salazaristas porque só faz funcionários. As disfunções que isto gerou estão à vista. As outras direitas havemos de tê-las, de um modo ou de outro, enquanto um adolescente puder entrar numa biblioteca e descobrir aí páginas deslumbrantes, sem encontrar ninguém com quem falar delas. Falará disso aos amigos e nessa medida forma-os, porque partilha o deslumbramento. Depois vão todos à procura da última gente que se pensa que pensava assim. E a estruturação começa. Com a gente de esquerda "desalinhada" não é muito diferente. Outra questão: a idade do oiro está no horizonte de todos. E no horizonte de todos a censura ao presente. O despotismo como solução de caminho para a redenção também é tema comum (com umas diferenças de terminologia e estrutura). O que os divide, claramente, é o igualitarismo e a propriedade. A esquerda pensou, sectorialmente, melhor nisso que a direita. (O papismo, bem entendido, foge do tema a sete pés, mas a Ortodoxia não). Neste sentido, a direita que não conta e a esquerda desalinhada não podem deixar de continuar a estudar. Neste sentido também, o essencial das suas posições traduzem uma vocação (em sentido etimológico). E essa é uma bela forma de marcar uma posição. A "direita que conta", como a "esquerda que conta" - em regra produto de um percurso educacional comum - também se parecem muito uma com a outra. Produzem e são produzidas por gente sob muitos aspectos repugnante. E pelos mesmos motivos.

Saturday, November 6, 2010

Hu Jintao em Lisboa


Sarkozy falou ao chefe do Estado Chinês e disse-lhe umas coisas indeterminadas em matéria de direitos humanos. Falam-lhe sempre de direitos humanos. Mas os direitos humanos são coisa que depende de muitas referências. Assim por exemplo, não seria possível na China que crianças tivessem sido sexualmente seviciadas pela escumalha papista, ou pela corja da pseudo-maçonaria da Casa Pia sem que a padralhada mais a corja da Casa Pia fossem condenados à morte (com o reembolso ao estado do preço das balas gastas). É uma perspectiva dos direitos humanos. A confederação do comércio dos tugas, por exemplo, reivindica tratamento igual ao do comércio chinês na tugária. Mas para terem tratamento igual precisariam da protecção de um Estado que soubesse para que serve e não o têm. É outra perspectiva dos direitos humanos. É sabido que o comércio chinês na tugária é o único refúgio dos desempregados - que ali se vestem a preços possíveis - e desempenha por isso um papel de relevância social única. É mais uma perspectiva dos direitos humanos. E portanto o Império Florido do Meio ouve com paciência esses preâmbulos declarativos – atinentes aos direitos humanos - a que parece atribuir a relevância ponderável à luz do rol dos procedimentos folclóricos e tradições locais do Protocolo de Estado. Era bom que se pudesse falar dessas coisas com os dirigentes chineses. Infelizmente não resta a esta gente qualquer idoneidade moral (ou política) para dizer nesta matéria seja o que for à China. Era importante dizer à China duas ou três coisas (desde a liberdade religiosa à necessidade da vitalidade literária, passando pela liberdade de constituição de família). Mas a esta gente, sobretudo daqui, da tugária, é preciso dizer vinte ou trinta coisas. Seguimos, também por isso, com muito interesse a visita do sucessor dos filhos do céu. Quando ouviremos o Chefe do Estado Chinês dizer a esta gente o que aqui se precisa de ouvir em matéria de Direitos Humanos?

VICARIUS FILIUS CIAE

Ratzinger, sórdido velho, logrou hoje impor pela 18ª vez um regime funcional de estado de sítio a um país. Sob o repugnante pretexto de que o vai visitar. Abominado, o sórdido homem (ou o que resta dele) teme pela miseranda e execranda existência, como se isso valesse o incómodo de um atentado, mesmo que revestisse a fórmula de um par de estalos (meio técnicamente ajustado a desfazer completamente a repulsiva carcaça). O patrono da pederastia e protector dos correspondentes segredos faz-se comemorar, cercado de homens de armas, como arauto da paz. Imagine-se. O papismo não é só um problema de polícia. É problema de saúde pública  A ostensividade da exibição de tais e tão cruéis absurdos traduz o clima psicotizante a que estão submetidos os que ali buscam refúgio... O asqueroso velho e a sua criminosa organização têm como negócio a venda daquilo que o querem pôr a dizer (e ele efectivamente dirá, se os pagamentos corresponderem). Um dos contratos de longa duração que tem em carteira é a de figurante das mais sinistras coreografias da política externa americana (e estaria talvez na altura de mudar os números do show, sem acrimónia, claro, mas esta história do "espantalho sacrossanto", por exemplo, está um bocadinho gasta). Outra área de negócio é mais perturbante: trata-se de vender a ficção de uma "abertura à transcedência", onde cada um possa ouvir aquilo que quer ouvir, dentro dos limites da moral ali cultivada, ou seja, muitissimo longe dos bons costumes. Não vemos o que possa ou deva ter o contribuinte com tais aberrações. O velho canalha que pague as suas contas. E seja nisso imediatamente seguido pela corja de bandidos que o cercam.

Friday, November 5, 2010

UMA GRANDE COMEMORAÇÃO E NOVO ABUSO DE RATZINGER

Aos vinte de Novembro  de 1910 Léon Nikolaïevitch Tolstoï, vulto maior das letras russas, transpôs a fronteira do silêncio. Por toda a Europa, a partir do próximo dia sete, celebrações e edições lembram a supratemporalidade do escritor. (A bárbara tugária, terra de imbecis, não lembra coisa nenhuma em nenhum quadrante, mas também não é propriamente Europa). Alguns descendentes do escritor reuniram-se no domínio onde viveu o bisavô e trisavô. No próximo dia sete, enquanto as atenções dos homens e mulheres de cultura se fixam na Russia, comemorando o privilégio que tivémos todos de poder lêr o luminoso ancião, o sórdido Ratzinger impôe a sua presença na Catalunha, onde falará, parece, em Catalão. Não haverá coisa que a criatura não suje? Só na Santa Terra Russa e na impenetrável China se pode viver longe das dispendiosas incursões do repugnante velho?... Por toda a Espanha se erguem vozes de protesto. Aqui fica a nossa, com uma sugestão: olhar para a Rússia e reler Tolstoi.   

CELEBREMOS

Hoje a Inglaterra celebra a vitória contra a sedição papista. Guy Fawkes foi descoberto e deixou-se persuadir a denunciar os demais homens cães da besta papista. Conduzido à forca, morte que lhe cabia, logrou tentar a fuga no último minuto, já no cadafalso, mas partiu o pescoço na tentativa. Viveu e morreu sem glória. Combatera contra o Pai da Europa ao lado dos espanhóis. Sem êxito, claro. E sonhava o regresso da perfídia ao trono de Inglaterra, pelo massacre cru e terrorista. Hoje é dia de fogo-de-artifício. Que os monstros papistas da tugária e demais pedrastas, com todos os seus sequazes, esbirros e sicários, seja qual for a máfia ou covil onde se acoitem, possam ter destino análogo ao do asqueroso homúnculo da (cobarde) conspiração das pólvoras. Hoje, um foguete e um brinde pela morte vil de gente vil. 

Vechnaya Pamyat


Victor Tchernomyrdin morreu de tristeza, segundo nos dizem.  Uma profunda nostalgia encheu-lhe os olhos da alma depois da morte da mulher. Alguma coisa, talvez isso, determinou que a seguisse de tão perto. Uma genuína tristeza reinava nas exéquias e respondia-lhe a voz grave do Santo Patriarca Kiril (Deus o Guarde). Até os portentosos coros litúrgicos – na assunção da tangibilidade possível da presença dos coros celestes - estavam matizados por essa tristeza. Seguimos as cerimónias pela Россия 24. Sempre tivemos deste homem a imagem que lhe colaram os tempos tremendos da terrível década de 1990. E de repente a partida do antigo Chefe do Governo dá-nos uma imagem completamente diferente. Ouvimos Putin e Medvedev. E pensamos que não pode ter sido mau homem quem morre de tristeza. Possa, por isso, brilhar sobre ele, eternamente, a Luz ao encontro da qual partiu. Unimo-nos assim àquele coro nesta панихида. Vechnaya Pamyat!

Thursday, November 4, 2010

Outra verdade

Antes o turbante turco que a mitra papista. Assim o pensou ( e fez) Stefan Lazarovic. Bravo e tocante poeta. Assim o disseram os cristãos de Constantinopla (enquanto se batiam e depois de se baterem até ao fim). Assim o devemos pensar nós quando pensamos as fronteiras da Europa. A Europa constroi-se contra o papismo. A europa papista é um contra senso. O islão é um cristianismo herético. Mas está longe de ser tão nocivo quanto o papismo.

Wednesday, November 3, 2010

A IMBECILIDADE CONTRA-ATACA

Maioria republicana na Câmara, maioria (bloqueável) democrata no Senado (maioria com menos de sessenta votos) e Presidência democrata. A Bushamérica - com as suas multidões de cretinos e o seu cortejo de imbecilidades - vem reivindicar como grandeza as melhores receitas de perdição. É definitivamente alguma coisa. A regressão ideológica do conservadorismo já tinha empurrado os USA para todas as opções disparatadas que podiam tomar-se no plano da política externa, como no plano da política económica e financeira. Agora vem reclamar os seus direitos para impedir as gizadas soluções. Os vectores (externos, evidentemente) do anti-americanismo obtiveram assim a conjuntura interna mais favorável às suas teses e aos seus objectivos. Talvez os Clinton ajudem -viveram uma experiência semelhante- mas a estrela de Obama parece declinar. Em todo o caso não se vê que maiores cedência possa Obama fazer além das que já tinha feito, designadamente no plano militar.  

Tuesday, November 2, 2010

VELHA VERDADE

Os constrangimentos da liberdade alemã, estão longe de fazerem desprezíveis as liberdades governadas pelo chicote russo. "Antes o chicote russo que a liberdade alemã". Não é mau momento para relembrar o testemunho dos pan-eslavistas do séc. XIX.

Monday, November 1, 2010

BRASIL, AMÉRICA LATINA E PENÍNSULA IBÉRICA

A retoma do controlo da América Latina foi iniciada com o Chile, onde a posição de Michelle Bachelet foi varrida, não obstante esta manter índices de popularidade semelhantes aos de Lula da Silva em finais de mandato. Essa retoma contava – embora de modo pouco entusiástico e admitindo a derrota - com o Brasil. O esforço foi intenso. E falhou. Importa medir neste clamoroso falhanço o peso varrido do papismo local, uma das forças regressivas (ali claramente tão mercenária como qualquer das outras) e que sustenta uma divisão artificial da opinião pública “ao meio”, manipulando a execranda rede paroquial, também ela em recuo graças ao avanço do protestantismo e, até, da Ortodoxia. Também o papismo fez seu este combate. E perdeu. Porque Deus existe, bem entendido. Mas os homens devem tratar politicamente o que é estritamente político. No maior país papista do mundo - segundo a reivindicação oficial dos papistas - esta é uma derrota a registar.  Para o ano será a vez do teste argentino. E depois o regresso à Venezuela. Isto mesmo o disse Chavez, hoje mesmo. A ALBA incomoda muito, porque transfere o centro político para as posições de Bachelet, Lula e para o peronismo aggiornato e sociável dos argentinos. E é um centro que funciona bem. Ou seja, não é redutível ao servilismo perante os USA. É preciso ir seguindo o processo com atenção, porque é seguramente uma das condicionantes de um novo equilíbrio do mundo. E é também uma das componentes que pode alterar o papel da Península Ibérica no contexto global. Não apenas pelos laços de Língua e Cultura. Isso só releva no espaço do Castelhano e em relação a Espanha. Não já em relação à tugária cuja língua é espaço de cultura,  liberdade e vitalidade intelectual, mas apenas graças aos outros lugares onde é falada (da Galiza ao Brasil). A relação do tuga com o Brasil é a do indigente à porta do empregador plausível. Mas o factor decisivo é que mesmo a navegabilidade do Árctico deixa fora da rentabilidade dessas rotas este espaço Latino-americano cuja ligação ao centro do mundo deveria fazer-se através da Peninsula como caminho mais óbvio. Não necessariamente através da tugária (que nada faz e nada logrou fazer nunca, nesta matéria ou noutras). Pode ser através de Vigo ou Huelva. O inicio e o fim de todas as vias férreas da Europa (para usar a expressão de Oliveira Martins) pode bem ser integrado por estes dois terminais. É preciso seguir o processo Latino Americano com atenção. Ele pode até dar ao Espanholismo um novo alento face à nostalgia europeio-aragonesa dos Catalães e face ao ressurgimento das reivindicações naturais de todas as nacionalidades históricas da Península, onde só a tugária está em declínio, tão merecido como aparentemente irremediável.Os vectores nacionalistas (de direita) ou patrióticos (de esquerda), no contexto da tugária, reúnem hoje todos os requisitos para protagonizarem, proximamente, uma tragédia ou um milagre.