Sunday, November 7, 2010

RÚSSIA EM PARADA

No aniversáro da Revolução de Outubro importa homenagear a memória de uma geração que tomava a História nas suas mãos. Provavelmente Lenine - essa é uma tese já escrita - não esperaria mais do que uma "Comuna de Moscovo", ou uma "Comuna de San Petersburgo", à imagem do que havia sido a Comuna de Paris. Provavelmente admitiu apenas que atingiria ali uma forma de morte heróica, exemplar, que deixaria na História um ideário, uma intenção comum, um exemplo a seguir. Quiseram os fados que o inimigo estivesse realmente fraco e tão dividido que a Lenine e aos seus foi dada a vitória. E que vitória! Uma vitória que abre à Rússia um grande periodo de isolamento. Mas a Rússia estava habituada ao isolamento. Durante séculos foi o único estado ortodoxo livre. E a Revolução representou para a Rússia uma re-afirmação do seu destino colectivo privilegiado. Porque nada no mundo inteiro voltou a ser a mesma coisa. Hoje os russos desfilaram em Moscovo lembrando a grande parada de Stalin em 41. Fizeram bem e mal. Bem porque toda a bravura deve comemorar-se. Mal porque estão a esquecer uma parte da Rússia que, sim, deve ser comemorada. Não há nada de pouco Russo na revolução Russa. A própria Igreja Russa foi libertada pela revolução (que a pôs à prova, é certo, prova que a Igreja passou porque além de ser Igreja é também Russa) mas melhor seria que as lições se aprendessem completamente e não apenas às metades. Viva a Rússia! Viva a Bravura! Viva a memória da Revolução!

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