Friday, May 29, 2009

A NOVA PIEDADE, MARINHO PINTO E OS TUGANAIS

Marinho Pinto continua a dinamitar convicções. Agora meteu-se com o novo dogma da “violência doméstica”. E uns bandos de piedosas fêmeas (ou institutos afins) largaram-se-lhe às canelas. Marinho Pinto tem e não tem razão. Mas ninguém tem mais razão que ele. A tipificação da violência doméstica é textículo a consubstanciar um exemplo quase perfeito da síndrome de confusão mental. É o contrário da tipificação. É mera menção, com noções de conteúdo radicalmente indeterminado, sob cuja invocação, com a vítima, sem a vítima, ou contra a vítima – se houver vítima, porque pode até não haver – se destrói não importa que família, de não importa quem, nem importando, tão pouco, em que circunstâncias. Isto, quer haja factos, ou não haja factos, quer haja ou não haja prova. Mesmo que a vítima grite a plenos pulmões e ao longo dos sete ou oito anos do processo que tinham sido os miúdos com o DVD alto de mais e por mais que os miúdos o confirmem. A “lógica” do processo dará sempre razão ao vizinho a dizer ter ouvido grande estardalhaço várias noites, temendo pela segurança da vítima… A jurisprudência acrescentará que não é por haver a protecção de quatro paredes e pelo arguido manter o poder de silenciar mulher e filhos que escapa impune… E paf!… A violência doméstica é um problema grave. Mas esta tipificação é um problema maior. E quanto à aplicação que os tribunais tugas (os tuganais) têm feito disso, nem vos diremos agora que problemas causam e de que grotesco se revestem as respectivas arengas. Um homem lê aquilo e ri a chorar. Repugnante. (Como quase tudo nesta terra). Só levando a corja dos tuganais ao largo do pelourinho e aplicando-lhes ali a Sharia é que se poderia explicar-lhes duas ou três coisas. Marinho Pinto não tem razão integral. Mas nisto não há razão nenhuma. Isto é mais uma desgraça. Sem evitar nenhuma das desgraças que se propunha combater. São bem filhos do papismo, estes atrasados mentais. Em tudo o que estruturam saem-lhes, espontaneamente, a inquisição, o asilo e o bordel. São as três soluções que têm para tudo: inquisição, asilo e bordel. Nós os gregos temos uma palavra adequada ao comentário genérico a tal coisa. E essa palavra é “pôrra”!

ROUCO, CAÑIZARES, A PEDOCLASTIA, A VIOLAÇÃO ABSOLVIDA E A TRANQUILIDADE E ORDEM PÚBLICAS

Para os papistas o prazer é ilícito em si mesmo e portanto, parece, tanto lhes dá o sexo fora do matrimónio, como a violação, ou, porventura, mesmo, o abuso sexual de menores. É o que vem dizer o pasquim do cardeal Rouco Varela de Madrid. Por isso, de resto, ao cardeal Cañizares parece pior haver quarenta milhões de abortos do que a padralhada papista andar a abusar de crianças pelo mundo inteiro. É um pouco como se dissessem que, se qualquer um pode ser livre, se qualquer um pode ter o que prefere, os laicistas heterexosexuais são piores do que os clérigos pedoclastas do papismo, porque gostam de “coisas piores”. E, pior, seria, justamente, a relação heterosexual entre adultos livres. Só essa “conduz” aos quarenta milhões de abortos aos quais os papistas gostariam de somar quarenta milhões de processos criminais, pelos vistos, para que nenhuma infelicidade deixasse de ser tragédia e para que nenhuma tragédia deixasse de ser ampliada. Vão ao ponto de dizer que, assim sendo as coisas, ou seja, não sendo o aborto punido e podendo o prazer ser coisa livre, deve ser descriminalizada a violação. Imagine-se. Eles confessam a matriz “doutrinária” do problema. Uma das vantagens da liberdade de palavra, como se vê, é que ela permite olhar sem impedimentos para estes anormais. A igreja papista oferece o espectáculo de um hospício psiquiátrico onde os internados tivessem entrado em autogestão. Quanto ao aborto, como ninguém aborta por gosto, importaria detectar e resolver o problema subjacente a tais números – realmente impressionantes – que vão sendo publicados. E o primeiro problema é a moral papista entranhada no tecido social. A ideia de bastardia – que não pode ter hoje qualquer relevância prática, ou qualquer importância social – a ideia de desonra na maternidade maritalmente desacompanhada, o condicionamento da vida humana à existência de recursos cuja obtenção seria exclusiva responsabilidade pessoal do(s) progenitor(es) e cuja falta seria tragédia inelutável (como se as coisas pudessem ser assim, nos casos em que assim continuem sendo). Tudo isso é lixo. Nada disso pode, sequer de longe, valer a dor moral do aborto. E na medida em que isso - pelo pavor ou pelo medo - determine o aborto, estaremos na presença de mecanismos de constrangimento inaceitáveis. Deviam ser criminalizados em muitos casos e, noutros, simplesmente removidos. A matermidade e a paternidade são valores socialmente eminentes em si mesmas. É portanto necessária uma protecção da respectiva honorabilidade, sobretudo em terras onde a pedoclastia papista anda à solta com a sua pretensa moral. Quanto a Rouco e Cañizares, já deviam estar sob internamento psiquiátrico compulsivo há muito tempo. Tudo isto revela a incompatibilidade da prática institucional do papismo com os princípios de ordem pública. E é preciso extrair daqui as consequências necessárias.

Wednesday, May 27, 2009

MOEDA FALSA

ל כֶּסֶף נִמְאָס, קָרְאוּ לָהֶם: כִּי-מָאַס יְהוָה, בָּהֶם. {פ}

(Jer 6,30)

No corridinho das máfias ficámos a saber que o virtuoso Cadilhe – de quem não ouvíamos falar desde o caso Taveira – ganhou duas vezes e meia mais (em dois anos) do que o Oliveira e Costa nos últimos dez. Ficámos também a saber que o Dias Loureiro se movia pelo BPN, ameaçando. E em processo, mentindo. Nada que não esperássemos destas criações de Cavaco. O homem devia mudar de nome para Cavaco Selva. Pai das máfias à moda local. De olhinho baço posto na Califórnia. Isto tem um de dois desenlaces plausiveis. Ou o Oliveira e Costa vai para o Conselho de Estado, ou o Dias Loureiro entra em prisão preventiva. Perguntava este Cavaco, há dias, “que será de Portugal?” É pergunta grande demais. Perguntemo-nos preferencialmente que fazer com tal corja.

Tuesday, May 26, 2009

OS CENTRISTAS E A BONECA INSUFLADA

Algumas boas almas emergem da classe média com uma ideia de boa educação francamente peculiar. Materializa-se na cara de prisão de ventre. Não lhes parece que a naturalidade fique bem. Distinto, distinto, é “cagar sentenças”. São um problema gigantesco para si próprios. Essa história de cada qual ser quem é, aflige-os. Não sabem ser quem são. Quem não atravessa a vida com cara de prisão de ventre, “perdeu o controlo”. E, portanto, Marinho Pinto “perdeu o controlo”. É o centrismo à moda das circunstâncias. Mas há coisas que convém discutir a partir do princípio. Eis o princípio: Marinho Pinto é Bastonário porque é advogado e porque foi eleito. A “Manela” é pivot porque dorme com o chefe. A “Manela” foi feita jornalista numa estação com largos traços de bordel e outros tantos de asilo. Há um “link” evidente entre a circunstância do homem ser chefe e a (pública) exuberância (oficial) da respectiva vida sexual. (Que vergonha). Parece uma novela do bom velho Fiodor Mikhailovitch, isto. Precisará o homem da aprovação do auditório nacional? Da aprovação de todos os outros homens? E pensar que o D. João V se disfarçava antes de ir para o “engate”… Um tal background dificilmente habilitará para porta-voz da Moral e do Direito no “Jornal Nacional” (“nacional” porquê, já agora?)... Em contrário, parecem pronunciar-se a Literatura e a História atestando, há muito tempo, que as “pêgas” são moralistas. Sim. Mas são-no no bordel. Ou em casa. Dali alimentam a Literatura, de resto. Desde Zola, parece. Tudo “por bem”, naturalmente. D. João I irritou-se com essa e - perdendo o controlo, como diria o centrista - espetou com as pêgas num tecto de Sintra, enfiando-lhes o “por bem” no bico, pelos séculos dos séculos. São moralistas, sim. Aliás como outros desviantes. Uma coisa é indesmentível, em todo o caso: Marinho Pinto aceitou ser entrevistado (por assim dizer) naquele cenário. Isso é matéria de decisão sua, evidentemente. Mas tudo melhorará quando as pessoas normais tomarem posições, mais à Berlusconi, talvez, mas infinitamente mais ajustadas às circunstâncias apesar disso. Os entrevistados deviam passar a dizer que a seriedade do que têm a tratar é incompatível com aquilo. E passariam então a ir a outro lado, se o houver. Ou aq parte nenhuma, que também dá. Os entrevistados (quaisquer entrevistados) não podem ser chamados ao eventual facto do Moniz preferir agora dormir com esta e não com qualquer outra. E aqui passaríamos do princípio para os Princípios. E não é “a Manela” a única a quem tal ajustamento de atitude devia opor-se. Quanto ao Mário Crespo e à sua “vinda a terreiro”, ele que se deixe de coisas. Lá porque a criaturinha lhe dava tesão há trinta anos, não temos que aturá-lo, com os efeitos de tais memórias, a vida toda. Mas o Crespo não será completamente um centrista, para estes efeitos. Há apenas algumas memórias que o emocionam. Acontece a todos.

Monday, May 25, 2009

MARINHO PINTO E A BONECA INSUFLADA

Os silicones da "Manela" trepidaram visivelmente. Nem o botox logrou manter-lhe completamente a paralisia facial através da qual logra berrar, como cabra desmamada, para espanto do telespectador médio. A conhecida personagem decidiu, parece, retaliar sobre um (eventual) apoio de Sócrates. Não tendo porém grande formação em Física, o fenómeno, com aquele seu arzinho de boneca insuflável, senão mesmo insuflada, recolheu do bastonário dos advogados – sob assédio das corjas da opus e demais máfias de outros parasitas da corporação -  o peso específico de uma verdade cabalmente demonstrada: a temperatura é a medida da agitação molecular. 

Thursday, May 21, 2009

O DESCARO

Os chefes papistas de Dublin confessam e pedem perdão. Confissão e pedido, parecem-nos mera pornografia. Mas sempre haveria aqui uma pequenina desproporção - muito banalizada - entre o que isto ousa pedir e aquilo que tem sido capaz de dar. Vejam aqui. Quanto ao perdão, entendemos modestamente que o Tribunal Criminal (todos os Estados têm competência para julgar tais factos ) deverá, a seu tempo, pronunciar-se sobre isso. Por nós, advogaremos sempre que ninguém tem legitimidade para perdoar crimes contra a dignidade humana. E que essa estrutura organizacional deve ser julgada criminosa enquanto tal.

PEDOCLASTIA PAPISTA

Território jurisdicional exclusivo” do papismo (como Portugal e Espanha), a Irlanda pagou um preço elevado pelo apego papista àquelas infelizes terras (Como Portugal e Espanha). Os Irlandeses acabaram de concluir que trinta e cinco mil alunos das instituições papistas, ou assistidas pelo clero papista, devem ser declarados vítimas de maus-tratos. Dois mil deles deixaram em depoimento terem sido objecto de abuso sexual. Há indícios suficientes para que a organização em si própria seja declarada criminosa. O carácter permanente do problema (sessenta anos examinados na Irlanda) e a disseminação planetária deste problema nas estruturas daquela organização alegadamente religiosa (da Austrália ao Canadá passando pela Europa, África e América do Sul) não consentem a nossos olhos que se tome tal coisa como um problema nas estruturas. É um problema dessa estrutura enquanto tal. Traduz um critério de recrutamento. Uma orientação global quanto aos níveis de submissão desejáveis a inculcar. Um treino global dos agentes consubstanciado na respectiva perversão. Tal fenómeno traduz crimes incontáveis contra a dignidade humana. Imputáveis à estrutura organizacional. Deve ser deduzida acusação em conformidade, em todos os lugares da terra e preventivamente presos até julgamento os ministros de tal estrutura, em razão do perigo iminente (e salvo mais agudo olhar evidente) de continuação da actividade criminosa. E a estrutura deve ser extinta. Proibindo-se a designação de "Igreja Católica Apostólica Romana" e proibindo aos respectivos ministros a recomposição da estrutura, sob qualquer forma, independentemente da designação que venham a adoptar ou que pretendam adoptar. Jacobinos: voltem que estão perdoados. As demais jurisdições eclesiásticas cristãs melhor fariam em reponderar o ecumenismo a esta luz. O governo irlandês não tem qualquer legitimidade para garantir a imunidade a condutas que consubstanciam indiciariamente crimes contra a humanidade. "No legal way" para uma tal pretensão. O Direito Internacional comum não é derrogável assim e, de resto, traduz, nestes domínios, modo de revelação da Norma à qual nada pode opor-se. E o cardeal Policarpo deveria, no futuro (com os que se lhe equipararem) emitir as suas disparatadas parvoíces sobre o Islão, apenas a partir do cárcere e com a obrigação expressa de glosar em seguida uma frase execranda do execrando Escrivá (de execranda memória): - "é tão belo ser vítima".

Saturday, May 9, 2009

Manobras de opereta às portas do inferno

A OTAN mantém a sua provocação militar nas fronteiras da Rússia, procurando conservar em urânio empobrecido a múmia de Saakachvili, grande e único monumento da respectiva política para o Cáucaso. Revolução Rosa, diziam eles. Coisa bastante negra, afinal. A Santa Rússia não se ilude quanto ao casus belli. Um óbvio suicídio da OTAN. Oficialmente apresentam-se “em socorro da Geórgia” que os não quer lá. Apresentam-se com a sua clamorosa inépcia militar (foram eles quem rufianizou os rapazes a quem Saakachvili chamava forças armadas, com tal treino os deixando em estado de debandada à frente dos escassos dez mil homens da Divisão Russa que ali foi para resolver o problema e o resolveu). A OTAN traduz-se em exércitos de funcionários, coisas de opereta e propaganda, especializadas no cobarde ataque a populações civis na escora das armas que teoricamente combateriam sem eles e teriam a inteligência que lhes falta. É o que sabem fazer bem. E o que se vê por todo o lado. Conseguem bombardear igrejas, hospitais e embaixadas, como demonstraram na Sérvia. Conseguem deixar tudo contaminado pelo urânio empobrecido. É quanto deles se conhece. E com isso se propõe aquela gente desencadear, em casa alheia, problemas que não conseguirá nunca resolver. A oposição georgiana mantém a exigência do enterro de Saakachvili, em manifestações de rua contínuas. Desde há um mês. A imprensa da UE diz que, hoje, ainda são vinte mil os manifestantes (serão portanto, presumivelmente, dez vezes mais). E as unidades militares que restam parecem à beira do motim. A U.E. oferece-se no papel de lubrificante, como”mediador”. A falida Ucrânia oferecerá à OTAN a existência da revolução laranja, mas corre o risco de perder a Crimeia – presumivelmente sem um tiro disparado por forças externas - e qualquer perspectiva de futuro das actuais fronteiras orientais. Os papistas da Polónia, com a moeda já a valer metade, talvez se candidatem a mais uma desvalorização em metade do que resta, para acabarem de arruinar os bancos que nela investiram (como o BCP). E se a Rússia comprar a Quimonda, passará a deter em permanência o controlo dos tugas na OTAN, porque passará a controlar directamente 5% do pib que estes não podem perder sem perderem a própria viabilidade a curtíssimo prazo. É bastante mais barato e muito mais eficaz que uma guerra. Lá para Outubro veremos melhor o significado disto.

Friday, May 8, 2009

"Bairros Problemáticos", Problema mal pensado

As “entidades oficiais” estão a usar impensadamente e há tempo demais a expressão “bairros problemáticos”. Usam tal expressão o Ministro da Administração Interna, o PGR e o próprio serviço público de televisão. Ocorre porém que uma designação específica e “legitimadora” da denegação de direitos fundamentais a grupos sociais inteiros (e tão bem determinados que até foram colocados em zonas específicas) traduz apenas - e a nossos olhos - situação relevante à Luz do Direito Penal Internacional. Tal expressão é pois um crime. Como a situação que vem expressar.

O Toninho da Bela Vista

Recapitulemos: os “bairros problemáticos” são várias coisas. Umas vezes são bairrros bem desenhados. Mas quando assim é ficam colocados no topo de uma colina íngreme e os transportes públicos não passam por lá. As escolas não estão lá. Não há posto de saúde, ali. E a recolha do lixo não se faz. O único equipamento social que ali existe, às vezes, é uma esquadra de polícia. Na maior parte dos casos nem isso. A população está esmagadoramente desempregada. E é constituída por grupos étnicos entre os quais resulta fácil o conflito. Como a polícia não está ali para tratar da segurança das pessoas daqueles bairros, mas para os ocupar, ou para os atacar, os grupos tratam da sua segurança e, às vezes, armam-se até aos dentes. Não lhes é difícil arranjarem armas, desde que consigam arranjar dinheiro para as pagar. A delinquência que daqui emerge é maioritariamente a do furto, ou roubo. Não há informação relativa aos crimes sexuais. Nem há notícia de homicídios frequentes. Mesmo os afrontamentos armados entre grupos étnicos parecem traduzir dissuasão recíproca. Não foram noticiadas mortes. As mortes são em regra provocadas pela polícia. Foi o que aconteceu ao Toninho da Bela Vista na semana passada. A polícia diz que ele estava a assaltar uma caixa Multibanco. E matou-o. O simples facto da polícia o ter morto, faz-nos duvidar que ele estivesse a assaltar uma caixa multibanco. Se ao “discurso legitimador” não bastasse menos que um “ele estava armado”, a polícia teria provavelmente dito que ele estava armado. Mas o que é mais desagradável é que os agentes enervam-se quando nos bairros alguém se manifesta em homenagem aos rapazes abatidos. E foi o caso. Desta vez dispararam sobre uma manifestação de homenagem ao Toninho. E não disseram que a manifestação estava a assaltar uma caixa multibanco. Não o disseram porque não precisaram, já que desta vez dispararam mas sem matar ninguém.

Thursday, May 7, 2009

A polícia da panascracia

Clemente Lima lá saiu da Inspecção-Geral da Administração Interna, porventura ao abrigo do princípio do “isso não se pode dizer”, em tal caso enunciado pelo Pacheco Pereira. Bem entendido, os chuis respeitam tendencialmente a “estratificação social” manifestada pelo "regime". O filho de Pacheco Pereira ainda não foi alvejado a tiro pela soldadesca da GNR, ou pela escumalha da PSP. Já a mesma sorte não teve Kuku. Mas o novo Inspector-Geral da Administração Interna veio reconhecer mortes a mais e “sem razão nenhuma” (sic). Esta corja, portanto e segundo o Inspector-Geral, dispara a matar sem ser em legítima defesa. Quem gritará agora o “isso não se pode dizer”? E quem gritará, por fim, as coisas por dizer na falta de uma efectiva Inspecção-Geral dos Serviços de Justiça? Quantos homicidas há na guarda prisional? Quantos violadores há na PJ? Quantas mortes, violações, extorsões, foram cobertas pela primeira lei do regime e que é (como o atesta a "jurisprudência" interminável de tribunais agindo como polícia política, mais o Pacheco Pereira) o princípio do "isso não se pode dizer"? ... Mas Pacheco Pereira veio "testemunhar", há uma semana, que antes do 25 de Abril não se podia escrever que "o governo de Sócrates é mediocre". E agora pode, diz ele. Reagia contra a "direita da blogosfera " e esta parece-lhe "modelo Portas". Mas só aqui se pode escrever que o Pacheco Pereira é parvo. E não há um "modelo Portas". Na verdade, isto é apenas uma panascracia homicida e esta gentalha assemelha-se toda entre si. Desde o cardeal de Lisboa ao Pacheco Pereira (de quem se esperariam diferenças mais significativas). "Modelo Portas" é o regime inteiro. Os outros estão só com acessos de vómito. Ou perto disso.

O LINGUAREJAR DAS BESTAS

O acordo heterográfico vai entrar em vigor. Tudo se tornará mais colorido para o fim da Língua. E embora mais confuso, seguramente mais divertido. A impossibilidade objectiva de distinguir entre “frigida” e “frígida”, entre “cagado” e “cágado” vem juntar-se à incapacidade subjectiva do deputado médio distinguir entre o “mandasse” e o “manda-se”. Ou entre “a vez” e o “vês”. Vem tudo somar-se à asquerosa língua do juiz médio que já dizia “instência” por “instância”, ou “sigilio” por “sigilo”, motivo pelo qual nessa peculiar forma de vida se toma por universal delito tudo quanto da minuta se arrede, porque fora da minuta anda esse homúnculo médio perdido (Deus seja louvado). Ainda bem. O linguarejar da indigência na terra do “isso não se pode dizer” vai enriquecer-se com o inteiro país a deixar de saber escrever. A “questão de fato” vai tornar divertida a demarcação da questão de direito. O direito, aqui, é algo mais ou algo menos que um fato puído. Porventura, está mesmo podre. Abandonado às traças, o Direito abandonou esta terra. Agrada pois que esta gente deixe também de saber como escrever. Dar-lhes cabo da grafia é ideia luminosa. É como arrancar-lhes a Língua. Nem Basílio II de Constantinopla decretaria melhor. E a malta normal que ainda há pode sempre recorrer às formas galegas, enquanto por cá ficar (a parte viva da Gales peninsular ficou evidentemente fora de tais loucuras). Quanto a tudo o mais é deixá-los cair num crioulo que ninguém entenda. Mas tudo fazendo para que ninguém precise de o entender.

Wednesday, May 6, 2009

Tratamento Iraniano da falsidade de um Diploma

A Assembleia da República do tremendo tugastão bem podia aprender com o Parlamento Iraniano. Ali Kordan, ministro do interior, foi demitido pela Assembleia Parlamentar por ousar apresentar um certificado universitário falso, sob invocação da Universidade de Oxford. Oxford reagiu. E nem o Chefe do Estado valeu ao infeliz. (Embora não tenha sido vergastado em público, coisa para a qual ainda nos faltam as explicações). Kordan lá invocou uma “London Oxford University”. Uma (in)dependente de Chelas, está visto, se no Irão houvesse Chelas. Ainda não apareceram o Arouca nem o Verde do lugar, talvez também porque ali não haja disso. Segundo tudo indica, se alguém ali se lembrou de ser Arouca ou Verde, ou até Pinto Verde, morreu certamente com a ideia. Mas o que no Irão não pode haver é um Sócrates. Não sabemos se poderia haver um estupor de uma velha sequer parecida com o estupor da velha. Mas, no mínimo, eles tapar-lhe-iam as ventas, ou parte daquilo. E também isso nos parece conforto apreciável. Concluímos portanto pela nítida superioridade moral e estética do Irão. À beira das eleições do tugastão, devíamos deixar este sublinhado. Sim. Sublinhe-se ainda o genuíno desprezo dos parlamentares iranianos pelos erros de ortografia contidos no pretenso certificado. Em S. Bento, os erros de grafia e sintaxe são regra da existência quotidiana, como bem se sabe. Por tudo, a imprensa do tugastão passou pela coisa fazendo-se desentendida. (Que atrevimento). Mas, também por isso, aqui fica a coisa para a reflexão do Colégio Eleitoral e em prol da abstenção ou do voto de protesto. Só um insensato escolhe entre monstros.

A hipernormalização dos servos

A circunstância da maioria dos patrões portugueses dispor de habilitações escolares inferior à média da demais população activa, significa que a “educação portuguesa” não seria senão uma “formação” para a subalternidade? A “Escola Portuguesa” é uma "escola" da servidão, onde se enraízam medos, aversões, inibições e todas as inépcias? Com o prolongamento da escolaridade obrigatória irá diminuir, mais drasticamente ainda, a capacidade de iniciativa pessoal ou empresarial? Não seria melhor acordar com a Coroa de Espanha, com a República Francesa, com o Reino Unido e com a República Federal da Alemanha (sem excluir a Federação Russa e a Roménia) a expansão das respectivas escolas no território português? Não será essa a única forma (e a mais económica) de propiciar uma educação normal às gerações futuras de portugueses?

Monday, May 4, 2009

Faculdade de Direito de Lisboa

A (congénita?) imbecilidade que ali se espraia é de tal ordem que no site daquilo se noticia a pendência de assinatura de um protocolo de cooperação com a “Universidade Independente”. Tal antro foi extinto, como se sabe. Era a segunda linha da Moderna. Esperemos que os da Faculdade de Direito de Lisboa não se esqueçam de prevenir quando assinarem tal “protocolo”. Mas fica a natural suspeita dos demais protocolos anunciados terem a consistência deste “projecto pendente”. (Ad cautelam) não seria melhor fechar aquilo, não?

AS VAREJEIRAS E O DIREITO

O funcionário procede à patrimonialização da sua posição na função pública. É coisa conhecida. E há uma versão disso à portuguesa. É outra coisa conhecida. O funcionário faz-se, por isso, empecilho universal para a vida alheia. É outra coisa evidente. Boa parte da chamada corrupção é na verdade crime de extorsão. Atente-se na “corrupção para acto lícito”: alguém paga – sem constrangimentos - o direito que é seu?... Mas o “respeito devido às instituições” traduz-se – no tugastão – em ameaça de condenação penal por “injúria qualificada”, ou “difamação qualificada”, a quem apontar tais evidências. É outra coisa conhecida. O que se vê nessa matéria não se pode dizer. O que se diz não se pode escrever. E o que se escreva nesta matéria não se pode assinar. Tudo se passando como se isto fosse “normal em democracia”. É a “liberdade com responsabilidade”, como diz a igreja papista sem cessar. Mais a mania dos "limites ", como se houvesse outros limites além dos que dão as definições. "Limites", dizem eles. Mas limites pouco aplicados a si próprios, como demonstra sodomização de crianças pelo seu clero. Entre outros, bem sabemos. São “os limites” que se traduzem, como um dia deixou claro Pacheco Pereira, no “princípio” do “isso não se pode dizer”. Não obstante, a “crítica dos factos” tem apontado, aqui e ali, por exemplo, a filha do Almeida Santos, instalada, como larva de varejeira, na estrutura do Estado. Entre outras larvas de outras varejeiras. E as larvas de varejeira têm a função de limpar o cadáver, libertando o esqueleto à observação fácil. Os paleontólogos usam-nas até para isso. As criaturas são sempre repugnantes, mas a sua acção não é necessariamente negativa, se assim for. São, primeiro, um sinal de morte. Depois, uma força que se alimenta da putrefacção assim libertando dela a terra. Mas há sempre disfunções e as moscas transmitem doenças e fazem-se, assim, inimigas da saúde e da vida. Tudo isso é conhecido. E doença de tais moscas é talvez o que aconteceu às Faculdades de Direito. Percorrem-se os corpos docentes e percebe-se a inépcia que as caracteriza. O escândalo da imobilidade e do servilismo sebenteiro. A inércia de cadáveres. Aquilo está cheio de larvas. Canotilho, larva de Canotilho, é assistente. Pinto Monteiro, larva de Pinto Monteiro, é assistente (aliás com mais de uma larva e em mais de um lugar). Castanheira Neves, larva de Castanheira Neves, é assistente. Miranda – larva de Jorge Miranda? – é assistente. Romano Martinez, larva de Soares Martinez, é professor. Mota Pinto, larva de Mota Pinto, é professor (havendo outra larva que é já assistente). “Normal em democracia”, pelos vistos. Os cargos públicos não se herdam no Estado Contemporâneo. Mas isto não tem nada a ver com o Estado Contemporâneo. Pensar que na suavizada Alemanha a malta não pode, sequer, fazer o mestrado e o doutoramento no mesmo sítio… Pensar que se esperava das Faculdades de Direito locais a voz crítica (como de todas as outras, em todos os outros lugares). Mas o que possa ser a voz das larvas está nítido. Pensar no que tais varejeiras possam ter feito aos outros, os intuitivos, os vivos, os inteligentes, os de palavra fácil, ou escrita elegante… Imagine-se a avidez posta na surda perseguição de tais rapazes e raparigas, para diminuir a concorrência às suas larvas. Como haveria aquilo de funcionar? Como pode aquilo viver senão no mais servil silêncio? Como poderia aquilo produzir outra coisa senão os imbecis serventuários que encontramos hoje sob a beca de juízes ou procuradores, ou sob a toga de advogados? Não estão todas as coisas à medida umas das outras?

Saturday, May 2, 2009

CAUSA SIVE RATIO

Em Nanterre, Richard Durn (mestre em Ciências Políticas e licenciado em História) reestruturou a tiro o concelho municipal, logrando o suicídio em pleno interrogatório na brigada da polícia. Há níveis abaixo dos quais não convém fazer viver os outros. Há modos de vida que correspondem a dizer aos outros que as suas vidas nada valem. E eles podem responder com recíproco arbítrio. Em Richard Durn só os anarquistas ousaram o apoio explícito. (No tugastão teriam sido criminalmente perseguidos, por umas gajas sopeirescas travestidas em procuradeiras e umas megeras mascaradas de juízes, brandindo minutas que nada significam a não ser um forte indício de doença mental). Não havia ali arbítrio para os anarquistas. Diziam que enquanto a violência desta gentalha se chamar justiça, a justiça da rebelião chamar-se-á violência. A ideia percebe-se. Mas é o arbítrio, sim. Arbítrio recíproco. Nítido. E tudo ponderado, o arbítrio é sempre fácil. Para todos e não apenas para alguns, como imaginam os imbecis sempre excessivamente numerosos. Uns miúdos completamente estuporados - não é inútil saber como chegaram a tal ponto - têm desatado aos tiros nas escolas respectivas na Alemanha, na Finlândia, na América e também não mataram pouco. "Culpa-se" a facilidade com que puderam aceder às armas. Na verdade, porém, qualquer coisa pode servir de arma a tal determinação. A pólvora não é difícil de fabricar. O gás de consumo doméstico também explode. A electricidade é incendiária. E um automóvel também mata. O mesmo podendo dizer-se de um tijolo. (Nas ruas de Lisboa há uns arrumadores que mordem e às vezes passam o HIV com a mordedura... Não convém deixá-los aproximarem-se demais, não; e afastá-los com as mãos nuas também não é boa ideia). Em Apeldoorn o Sr. Karst S, segurança desempregado, carregou ao volante de um carrito com o aparente intuito de atingir a Família Real Holandesa e matou uns cinco, ferindo uns onze, alguns dos quais morreram entretanto. Estava sem dinheiro. Sem trabalho. E perderia a casa no dia seguinte. Decidiu aparentemente não viver assim. Decidiu também, também aparentemente, morrer matando. E agora? O moralista imbecil teria vindo dizer que “isso não lhe dá o direito”. Claro que não. Mas ele sempre se estaria nas tintas para o moralista. O segundo moralista vem e diz, “o desemprego tem as costas largas”. Terá. Como a crise. Mas a pergunta continua onde estava. Subsiste a provocação anarquista. Um homem ficar sem vida não se chama violência. Mas à retaliação dele, chamam-se coisas a mais para que a razão possa assisti-las. Uma coisa subsiste: a inviabilidade prática de quaisquer medidas de segurança perante tal fenómeno. Essa impossibilidade de resposta útil à raiva daqueles a quem nenhuma resposta útil é dada nunca é um permanente sinal de êxito praticamente assegurado. A esta luz deveriam re-examinar-se algumas práticas institucionais de risco.