Tuesday, June 29, 2010

Líndissimo

Bartolomeu, Patriarca da Nova Roma concelebrou, ontem, com o Papa de Alexandria e os Metropolitas Hilárion e Gabriel, em peregrinação comum aos lugares santos da Capadócia. Eis polá eti déspota!

Sunday, June 27, 2010

A AVERSÃO LOCAL A SARAMAGO (OUTRA VEZ)

O príncipe de Broncança falou sobre Saramago. Outra vez, porque não é a primeira. Príncipe não opina nesses termos, como já lhe devem ter dito. Para que os outros não tenham legitimidade para responder nestes. Usemos então completamente a licença que Sua Alteza implicitamente impõe. Repetiu que aquele Nobel não devia ter sido atribuído. Que Saramago dizia coisas inconvenientes. Eis aqui um ente exponencial da tugária. A tugária é assim. Se um pianista de génio lhes saiu do meio e toca à frente deles, eles dirão “é nosso”, mas, no íntimo, querem partir-lhe as mãos. Não foi assim com Maria João Pires? Se um atleta atinge o oiro olímpico, eles gritam “é nosso”, mas acalentam a secreta esperança de que parta a coluna. Este "é nosso" é, em boa verdade, a afirmação de um estigma. "É daqui", parecem eles querer dizer. Comunga portanto da indignidade originária comum. Este "é nosso" suplanta todos os méritos. Como uma acusação de crime imprescritível. Este "é nosso" não é apenas (ou não parece ser) uma utilização pela mediocridade local de um mérito do qual quer orgulhar-se. Ou que quer exibir. Não. É uma redução. Tuga és e à tugária hás-de voltar, dizem eles aos que saíram. Um pouco como quem diz, não vais voar sempre. Levas na alma a maldição do fiasco local. Aqui nunca farás nada e se alguma coisa digna de nota fizeres fora daqui, aqui voltarás para seres esquecido. Este "é nosso" devia ser ouvido assim por aqueles a quem se aplicar. O significado real é tremendo, passe embora por natural a ouvidos alheios. É por isso que o execrando tuga-médio tem mar, mas não veleja, nem rema. Nem aliás consegue nadar decentemente. De resto não há sequer marinha mercante. Não navega, simplesmente. Tem cavalos e campina, e planície além Tejo, mas não monta. Tem sol e fecha-se em tugúrios, a que chama casas, construídos por inimigos de toda a luz. Está firmemente convencido que é preciso um título de legitimação específico para levantar os ombros. Ou os olhos. Tem Língua Antiga e nobre, mas só usa o léxico suficiente a um cão bem treinado. Umas trezentas palavras esgotam o que lhe parece lícito dizer. Traz o passo arrastado como antes os escravos travados, dia após dia, por grilhetas de cinco quilos em cada perna. Ficou-lhe essa forma de andar como atavismo. Acha-se até "pimpão" por isso. Quando são mulheres, trazem a concepção de elegância das putas de estrada. Com os gostos do cliente na alma. Mais as ânsias das sopeiras (ou equivalente) que as pariram. E ficou-lhes um rancor surdo ante toda a normalidade. Sorvido talvez (é o mais provável) na padralhada papista, inepta em tudo, salvo raras excepções e sempre excepcionada a falsificação dos textos – que a fez inimiga de toda a inteligência e toda a verdade, como de qualquer estudo que atinja quaisquer conclusões – inepta em tudo, excepto no ódio, na intriga, na aversão a qualquer homem, ou mulher, que não mostre os estigmas das suas amputações. Gente execranda. Não podem aplicar-se-lhes as matrizes com que julgam?... Avessos a todo o modo de vida europeu, não poderá o Direito Corânico arrancar-lhes as línguas, ou cortar-lhes as mãos? Não pode a Sharia vazar-lhes os olhos baços de infinita sordidez? Defensores das castas, não pode o Direito védico fazê-los esmagar por elefantes? Cultores dos ombros descaídos, não podem as leis velhas da velha China enfiá-los nas picotas? E, inimigos de toda a modernidade, não podem as leis do Direito Antigo pendurá-los em forcas, ou fazê-los arder nas fogueiras que antes acendiam? Não podem aplicar-se-lhes as matrizes com que julgam?... Parece que não. Que gritante aparência de injustiça. E não há também pena, nem penitência, pior do que aquilo a que já se condenaram. Comparativamente falando, o mesmo se passa com os cardeais. Podemos -los a todos na cadeia, mas duvidamos que isso represente para eles a dor da condenação ao inferno na terra. Porque o inferno na terra são eles próprios. Talvez o hospício psiquiátrico possa ponderar-se, como solução. Eles são muito exactamente doentes mentais. Não fora a República ceguinha de todo e teria em Portugal um grande aliado neste príncipe de Broncança. (Valham-lhe as mães de António Montes, excelência parvíssima do papismo bragantino). Mas a República, em Portugal, é feita de broncos frequentemente piores que esta augusta figura que traz a estupidez á proclamação solene. Lessem os leigos papistas o seu Tomás de Aquino e saberiam que a estupidez é pecado. Porém "leigo" para a perversa hierarquia papista (a quem nunca faltou atrevimento), significa, exactamente, ignorante. Os leigos mais convictos, portanto, mantêm-se, com ascética e obstinada disciplina, fidelíssimos à pretensa canonicidade da mais berrante cretinice. Um ou outro até gritou "abaixo a inteligência". E outros ainda verberaram as "rebuscadas teorias históricas e filosóficas", que é outra forma de gritar o mesmo. (Isto tem que estar proibido algures, para além das páginas de Tomás de Aquino). Talvez por tudo isto, quarenta por cento dos eleitores locais, segundo as sondagens, aspiram, ou não se oporiam, à integração sob soberania da Coroa de Espanha. Só quarenta por cento… O resto é número a coincidir com os sessenta por cento da iliteracia que há-de ferir a generalidade dos partidos políticos locais. Que esperança pode haver para um sítio assim?

Thursday, June 24, 2010

ARCEBISPADO DE BRUXELAS SOB INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

Mais um. E dizem eles que "não se pode generalizar"... Em causa está a pederastia. Mais uma vez.

Wednesday, June 23, 2010

Novo escândalo entre os papistas

A colina vaticana protegerá mais uma vez, mais um homem sob grave suspeita, agora formulada pelo sistema judicial italiano. O cardeal Sepe é suspeito de corrupção. Os velhos não passam um mês sem fazer das suas. Aqui fica a perspectiva do insuspeito e conservador Corriere. E o vaticano já enunciou que o protegerá pela concordata. Estas papeletas, realmente, deviam ser universalmente denunciadas pelos estados que as outorgaram. Só servem para coisas destas.

O terror securitário e a triste parvagal

Na União Europeia gizam-se ampliações da prevenção. Primeiro, era a preocupação do "terrorismo islâmico", depois ampliou-se "tal preocupação" aos radicais de esquerda e direita. E agora já estamos na vigilância das pessoas individualmente consideradas, desde que colocadas em situação difícil (insolvência, desemprego inesperado, ou prolongado, ou perda e tensão significativa). São os indivíduos em risco de radicalização. Devem ser vigiados, também. Evidentemente, o protesto público torna-se perigoso (para os indivíduos como para as organizações). Ora uma tal estrutura representa risco iminente para a população do território dos tugas. Entregues à máfia, esta encontrará nestes "temores" securitários inúmeros pretextos para "cumprir as recomendações europeias" apresentando como suspeitos, senão como criminosos, os que protestam contra as estranhas imaginações que desenvolvem para prolongar a sua (violentíssima) parasitagem do estado e do tecido social. As publicações de nomes de devedores, as relações de devedores, as listas de insolventes, as fiscalizações dos desempregados, o policiamento a quem recebe o rendimento mínimo, tudo isso é, afinal, instrumento de policiamento político. É preciso estar atento. E não esquecer que todos os telefonemas, todos os mails, são vigiados e registados de forma a poderem ser recuperados a qualquer momento.

Tuesday, June 22, 2010

AUSTERIDADE E CORRUPÇÃO

A austeridade que se prepara é algo mais do que uma contra-reforma acordada pelo "centrão" laranja-rosa. Tudo se passa como nos "trabalhos" de debate das leis anti-corrupção, discutidas com foros de grande seriedade com a intervenção marcante dos senhores deputados Ricardo Rodrigues e Fernando Negrão. Discussão que tem a seriedade deles, evidentemente. E todos os perigos que eles representam. A austeridade segue as grandes linhas da flexibilização dos despedimentos pelos quais se constrói a miséria a médio e longo prazo (porque os desempregados nunca mais terão emprego certo nem descontos regulares para a segurança social). Uma miséria que se estende à "peste branca", porque é uma loucura ter filhos em condições de precariedade radicalizada. Na verdade os homens do centrão e adjacências várias (com todas as Lojas da Opus e todas as sacristias da casa do sino, entre outras) estão preocupados. Mas com o seu próprio futuro. Não porque temam apenas os ódios que semearam (coisa que não os preocupa excessivamente), não porque temam o descrédito, porque sempre viveram no (e do) descrédito, em bom rigor. Mas porque têm pela frente um enorme trabalho. O direito comunitário e o "governo económico da Europa" tornam-lhes inviáveis os velhos mecanismos de corrupção. E eles representam o papel de os "limpar". Tal "limpeza" corresponde à eliminação daqueles a quem constrangeram a funcionar assim. E gerem bem as expectativas de comissões de serviço e notações de distinção aos magistrados que em tal projecto saibam ler os desígnios próprios dos tempos. Visam também eliminar quem fale. Quem quer que consiga alinhar duas ideias em protesto é um perigo a eliminar por processos de injúria e difamação (ou coisas piores, porque há coisas piores). Mas que propósitos têm? Apenas um e muito simples: a dificuldade extremada de fazer sacos azuis com transacções não registadas (como nas sucatas) ou com cobranças ilegais (como na Docapesca) determina que a defesa dos interesses próprios dos parasitas se faça pela apropriação directa das áreas de negócio. Para tanto basta-lhes varrer os operadores de mercado a quem imputarão a prática fraudulenta que eles próprios lhes impuseram e em cujos processos não se pode sequer discutir as circunstâncias que à boa decisão do caso importariam. Eles fizeram um Código Penal que dispensa mais do que uma pergunta e essa visa saber se quanto está em debate aconteceu ou não. Não interessa saber porquê. Nem Para quê. O Novo Código penal matou a possibilidade desses esclarecimentos. E a deformação dos juristas nas sub-escolas de direito fará o resto. A polícia política da ordem dos advogados garantirá que estes se não julguem excessivamente independentes em debate. E o resultado, evidentemente, é a miséria. Como sempre foi, em todos os saques. É o momento de sair daqui ou combater. É o momento de escolher, para quem ficar, entre o cansaço ou a morte. Façam o favor de escolher. Os imbecis conservadores que imaginaram ser possível controlar homens (assim tão) instrumentais, nomeados para os cargos políticos, desenganem-se. Eles podem ser de décima linha (e são). Não representam nenhum perigo intelectual. Não têm nenhum projecto político. Mas têm uma avidez insaciável. É o seu único projecto. E agora vão comer-vos. No vosso xadrez, onde os vossos instrumentais Cavacos enfrentavam os vossos instrumentais Sócrates, as peças ganharam vida. Lembram-se de Jardim Gonçalves e Paulo Teixeira Pinto? Aí está uma boa prefiguração do destino. Mas o que aí vem está ampliado. E francamente bem organizado. Como esqueceram as lições e prudência do dr Salazar, vão dar à marginalidade óptimas direcções políticas de gente bem educada que desalojam sem cessar. A mudança não está na crise, nem na "austeridade". Mas naquilo que isso vai gerar. Talvez o futuro não seja de direita ou de esquerda. Mas seja o futuro o que for, há nele muita coisa a arder e entre as chamas bem pode surgir uma voz a ensinar à turba em desespero que os efeitos da corrupção desaparecem com a morte dos herdeiros. Será o momento de clamar por justiça. Mas a justiça abandona sempre aqueles que a abandonaram. Homens instrumentais? Instrumentalização da justiça? Livre manipulação da lei? Miséria imposta? Protestos perseguidos pelo terror?... Não estão a ver o resultado, não? Ainda não?

Monday, June 21, 2010

Indesejável Vitória

Os pobres e disciplinados norte coreanos foram atropelados. Em todas as tascas bramiu a turba o "a gente semos'tródinários" mais o "gánhámos". Oxalá não ganhem mais nada (seja lá o que for que tenham ganho). É talvez por se sentir permanentemente em causa perante as alegrias alheias -de que é mortal inimigo - mas qualquer alegria própria do tuga médio se faz sempre (e por isso?) insuportável. É indesejável qualquer vitória que sinta sua.

Sunday, June 20, 2010

O êxito de Saramago

O êxito de Saramago é o dos grandes escritores. Um grande escritor não é um contador de histórias. O êxito é dado pela clareza e profundidade alcançadas com a qual um homem muito ofendido explora as causas do seu sentimento de ofensa e escândalo. Era avesso à religião que ligava (nitidamente) às falsificações das Sagradas Escrituras que o papismo logrou instituir. E todavia, porque grande escritor e homem profundamente ofendido, o itinerário de Saramago não anda longe do de Job. Também a ele vieram os notáveis adverti-lo que estava na rota antiga dos homens perversos. E, como Job, o ofendido não se calou. Como Job foi desalojado e como Job continuou a não se calar.Como Job, ainda, venceu o diabo em vida. Sorriram-lhe então o céu e a terra. E o comunista Saramago inclinou-se diante de um rei. Recebeu a mais alta distinção para as letras de um país mesquinho de indigências várias. E, por tudo, Saramago foi o último grande vulto do movimento comunista internacional. Mais importante do que Neruda, desse ponto de vista. Sobrevive-lhe, não obstante, "esta merda chamada mundo" sobre a qual nos disse o que tinha entendido. Mas - como ocorreu com todos os que o antecederam e ocorrerá com todos quantos lhe sucederão - nenhum escrito seu nos dispensa do nosso próprio entendimento e nada nos retira a singularidade radical (nem o significado universal) do que a nos próprios nos ofende e nos escandaliza. O que nos distinguirá, quanto a isto, é a capacidade que teremos (ou não) de seguir Job. Porque, ao contrário do que pensava Saramago, nada do que é essencial escapou às Sagradas Escrituras. (Nem as cidades e igrejas dos pedrastas, tão bem tratadas no Velho Testamento, como na Carta aos Romanos). Quando o protesto de alguém incomoda realmente, lá estão sempre os obscuros notáveis, com o anátemas de sempre, apontando "as rotas antigas dos homens perversos" que o homem em protesto começa a percorrer. Se quem protesta souber seguir Job, atingirá a grandeza ou a glória. Se não, poderá sempre ler aqueles que a atingiram. E educar os filhos para maior coragem. Porque a coragem não se ensina. Mas educa-se. E Deus não é mesquinho.

O pato da Sic

A sic mandou um pato ao cemitério do alto de S. João para a cremação de Saramago. Foi extraordinário. Segundo ele nos "informava", grasnando com afinco (não houve meio de o calar) ali houve motas "que caminham" (motas da polícia, para cúmulo). E no panteão haverá uns vultos da "escritura". O rapaz será, sem dúvida nenhuma, licenciado pelas universidades locais. Isso é nítido.

Latidos no cemitério

Do cemitério da colina vaticana, a igreja dos pedrastas deixa escorrer o seu (tóxico) fel sobre a obra de Saramago. E tal como a imunda corja dos seus sequazes e sicários na tugária, nota-se bem que nem morto lhe perdoa o êxito. A inveja e a mesquinharia que em tanto caracterizam a (imunda) alma da tugária, mostram-se bem patentes nesta manifestação da voz do dono. Imputam a Saramago ter esquecido os genocídios dos partidos comunistas para só lembrar a inquisição (Saramago poderia ter lembrado realmente os cães arcebispos papistas com o braço erguido ao lado de Franco. Ou os canalhas Stepinac e Kotsilovski ou tantos outros que tudo fizeram para desencadear uma "psicose" de governo militar nos estados socialistas. Felizmente o KGB teve a lucidez para fuzilar pura e simplesmente todos os canalhas vindos do Russicon. Nós teríamos feito o mesmo. (E somos apenas cristãos). Os velhos da igreja dos pedrastas encarregam um sopeiresco Claudio Toscani - cuja obra literária não conhecemos - de ladrar à passagem do cadáver de Saramago. E a criatura assim o faz. Nota-se na imunda arenga a preocupação eterna de uma didáctica da falsificação. Eles têm muito este hábito. Substituem os seus textos à realidade. Por séculos disseram à sua estupidificada gente que não é preciso ler os outros, uma vez que se estude a refutação redigida pelos falsários papistas. Na tugária - aonde se consentiu que o cadáver descesse - Cavaco-Magno, "génio da banalidade", não compareceu às homenagens fúnebres, assim deixando claro que a presidência da tugária papista não tem nenhum presidente de todos os portugueses. É deplorável expor o cadáver a tais desconsiderações. Nem vale a pena sugerir o "panteão"... Nenhum panteão aqui tem sequer o valor de uma vala comum em qualquer outro lado. Saramago devia ter ficado onde conseguiu viver. Devia ter ficado entre quem o estimou. E quanto aos pedrastas papistas que hoje ladram, havemos de os ouvir ganir.

Friday, June 18, 2010

A carraça e os cães

É terrível a carraça Sousa Lara no pêlo da "vida nacional". Reapareceu. E disse que voltava a fazer o mesmo. Ninguém tem dúvidas. Está-lhe na natureza, provavelmente. Adoptava um ar de autoridade, o arguido da Moderna. O ultramontano "social-democrata", o papista-maçon (da imunda casa do sino, ou P2 rural) lembrou que o governo onde foi "sub" (designação oficial e que se lhe ajusta como um manto) tinha sido eleito por 51% de votos "à direita". Ninguém, alguma vez, conseguiu definir uma "social democracia" de direita, a não ser talvez o próprio Lenine, ou porventura a Rosa Luxemburgo. Mas quem define o país é este "sub", segundo o título que ostentou (era o "sub" de Santana Lopes). Não certamente Saramago. Saramago quis representar "este país". Represente. Mas isso será sempre servir de máscara. Este país é a estupidez. E é preciso erradicar a estupidez.

Morreu Saramago

Morreu Saramago, único Nobel da Literatura do inteiro espaço da Língua Portuguesa. Não conseguiu viver no território português. Acolhido à proteção do Estado Espanhol, ali foi tratado e honrado como um filho da terra. Concebia claramente a integração dos portugueses numa sociedade peninsular como modo de libertação, para todos, dos tiques da execranda parvónia que tão duramente sentiu. O El País - jornal onde Saramago escrevia - dá a notícia na primeira página. E nós prestamos homenagem à sua memória, assegurando-lhe que a sua aversão pela execranda parvónia terá em nós continuadores fiéis.

Wednesday, June 16, 2010

O Rigoroso Inquérito

Os israelitas nomearam uma comissão de inquérito para esclarecerem eles o que se passou com o assalto aos navios de pavilhão turco em águas internacionais. Dizem que estão "em guerra com o Hamas". Alguém devia pegar-lhes na palavra e entender reconhecido, assim sendo, o estatuto de beligerante ao Hamas. E por estarem em Guerra com o Hamas (não concedendo) podiam a seus olhos assaltar navios turcos em águas internacionais (sendo certo que Turquia não estava em guerra com o - por assim dizer - estado de Israel). Ora bem. O inquérito só terá a nossos olhos duas utilidades possíveis, a primeira é saber porque queriam os judeus matar pessoas a bordo. E a segunda é saber como é que um punhado de turcos, virando-se à tapona (literalmente, ou quase) deixam as frágeis donzelas, organizadas em assalto de comandos, em aparente pânico. Grandes turcos. Grande cena de tapona. E irrelevante inquérito doméstico. Entretanto, continuamos com sete milhões de apátridas (a população palestiniana privada de qualquer cidadania na sua própria terra) segregados por um poder que pratica o apartheid e economicamente bloqueados. Tudo se passa como se isto fosse naturalíssimo. Uma boa solução era dar-lhes a cidadania persa. Ou turca. Enquanto se espera que uma parte do território palestiniano se transforme (porventura) na região judaica autónoma da República da Palestina.

Tugas no mundial

Conseguiram manter-se ao nível da Costa do Marfim. O que pode a sorte. E que injustiça para a esforçada equipa africana. Os tugas cultivam, como se sabe, as modalidades desportivas dos países sub-desenvolvidos e só essas. Devem portanto ser eliminados. Agora é torcer pela Coreia do Norte. Com um pouco de sorte, no próximo dia 25 estão a fazer as malas de regresso. Caso contrário, esta gente adormece toda já e assim ficará até ao Outono. Ocupar os desempregados com futebol é péssimo. Os desempregados devem ocupar-se com a contestação de rua e com as tarefas da rebelião.

Monday, June 14, 2010

O fim da Bélgica

Produto da cretinice papista e do desprezo do Rei dos Países Baixos, a Bélgica sempre foi uma ficção. Vagamente asilar. Recorda-se o rei estéril cujo casamento instrumental foi deixado à decisão da padralhada incumbida de lhe arranjar noiva (para quê?) e a foi descobrir (feia, ressequida e nascida velha) numa asfixiante família de papistas e franquistas (espanhóis, evidentemente). Os flamengos puseram fim a essa ficção. Querem respirar. A Bélgica é o estado falhado mais bem sucedido da Europa. Mas vai acabar. O discurso ainda é o da "reforma do estado". Mas aquilo a que se chama "reforma do estado" tem sentidos muito diversos nos dois discursos que usam a indefinida expressão. O que os flamengos querem é a separação reconhecida. Porque consumada já está. A colina vaticana vai perder mais um reizinho como figurante. Os valões talvez possam viver do que lhes pagam pela sede das instituições europeias. Ou talvez não. Os flamengos viverão do seu trabalho. Na verdade os valões são franceses. E os flamengos holandeses. Isso é tudo. Os membros da casa real terão de encontrar - na vastidão do conhecimento e actividade humana - alguma coisa passível de os remeter a uma existência útil a alguém e a si próprios. A menos que prefiram ir viver para Oeiras que o Estoril já não funciona.

Sunday, June 13, 2010

Kirghizia em convulsão

Treze pólos turísticos mundialmente reputados. Cinco realizadores de cinema com reputação planetária. Um grande escritor (Tchinguiz Aïtmatov, morto em 2008 ) com a honra de ser traduzido em Francês por Aragon. País das quarenta tribos, com passado nómada ainda não esquecido. Onde o chamanismo não se silenciou ainda, parecendo fundir-se com o misticismo islâmico dos sufis. País paupérrimo, restringido à agricultura, não obstante a admirável gente que nele habita e os níveis de alfabetização da população (que fariam empalidecer a bárbara tugária com as suas multidões de semi-alfabetizados e broncas prostitutas de todos os sexos e profissões). As suas gentes admiram e cultivam a maestria na arte equestre. Como admiram a melodia das palavras e cultivam a poesia. Mantêm o artesanato em níveis de qualidade artística que assombram. Este país é a Kirghizia e está a beira da guerra civil, com laivos de violência inter-étnica. A Rússia acabou de rejeitar o apelo à intervenção militar, remetendo-a para decisão do Conselho de Segurança da ONU. O governo decretou, parece, a mobilização dos soldados na reserva (mobilização parcial) declarando a situação fora de controlo. Porque não poderá viver em paz esta pobre e admirável gente?

Saturday, June 12, 2010

Tugária-Europa

Dois dias depois do 10 de Junho, celebraram Cavaco e Barroso os seus empregos, comemorando o ingresso da execranda tugária na União Europeia. A União pagou-lhes, sustentou isto, subvencionou o delito desta gente em tudo frustre. Os quinhentos pedrastas da lista da CIA puderam com as subvenções europeias instalar a sua cultura de segredos, assente nas fórmulas repressivas do Salazarismo. Mesmo Barroso revela a tugária à Europa como homem característico. Trata-se de criatura que consegue nada dizer em cinco línguas. Tudo isto é a antítese de qualquer cultura europeia, mas instalada com subvenções dos que, pelos vistos, pagam para serem contrariados. Os tribunais não aplicam o Tratado Instituidor (compreendendo o tribunal constitucional que é evidentemente uma anedota). As empresas do regime vivem em abuso de posição dominante e as próprias corporações profissionais não andarão longe disso. Tudo pago com subvenções europeias. Eles estão contentes. E têm razão para o estar.Comemorem pois enquanto dura. Porque não durará muito mais.

Thursday, June 10, 2010

O DESPRENDIMENTO EXISTE

Grigori Perelman, filho do grande mestre da Física na Rússia, não foi a Madrid receber a medalha Fields em 2006. Nem agora foi a Paris receber a nova consagração. Pode estar farto de prémios (andam a premiá-lo desde os 16 anos). Pode não estar para aturar coisas mundanas: mas a verdade é que o mundo ficou de boca aberta com a radical indiferença do génio -de quem se sabe que vive modestamente na linda cidade de S. Petersburgo - perante as imensas honras e as relevantes contrapartidas financeiras delas. Mas é assim. Aparentemente achou que os prémios não valiam o tempo das deslocações. E não foi. Grigori Perelman é um teólogo e um místico nas matemáticas e discorre matematicamente (demonstrativamente, se bem vimos) sobre a existência de Deus. E quem chega tão perto de Deus não precisa de mais. Isso é verdade. Deus o guarde. Mnô gaya leta!

O Demóstenes de Boliqueima

O Demóstenes de Boliqueime celebrou em Faro - embora não na rua do Crime, como se esperaria - o dia 10 de Junho. A ali fez eco dos lugares comuns do costume. "Unidade". Nada de "quezílias ideológicas" (e ele chama a isso qualquer reflexão ou debate propriamente dito, bem entendido). Também não gosta de "querelas partidárias". Largou-se a soletrar na "situação insustentável". (A articulação é-lhe difícil). Acrescentou, quanto à "situação insustentável" que já tinha dito e que o dissera "na devida altura". Sempre as fórmulas merdosas das minutas merdosas mas devidas à ialma de funcionário administrativo (que, de resto, ele nunca foi). O ligeiro problema nisto é que ele é parte integrante da situação insustentável. Isso nós também já tínhamos dito, e "na devida altura", como ele gosta de dizer (muito embora se devesse perguntar-lhe que instituto é esse de uma "altura" que se deve. Não obstante, está preocupado. Ainda bem. Esperemos que fique mais. Continua com aqueles esgares de quem sente uma dor nos maxilares em cada palavra que lhe sai. Haja esperança. A ruína é certa. Havemos de poder ajustar contas.

Wednesday, June 9, 2010

Reino Unido sob pressão

A Fitch decidiu aquecer a Grã Bretanha deitando gasolina na fogueira. A BP foi desqualificada. Mas a Inglaterra também. As agências de notação financeira, como bem se vê, assumiram poderes de condenação de estados e povos inteiros. Mas também poderes de condutores. Há aqui duas soluções: ou se desacreditam as agências - designadamente responsabilizando-as pela conivência com a loucura que conduziu à crise do sub prime e às crises subsequentes - e a sede natural desse desfecho seria um tribunal, ou se regulam tais actividades de modo mais apertado. Ou ambas as coisas. Afinal de contas, as dívidas soberanas hão-de ser soberanas. Ou não? Portanto os meninos das notações ou são cautelosos, ou pagam os transtornos que causam mais caros do que podem pagar-lhes os interesses que servem. Isto parece razoável. Porque motivo são estas agências mais credíveis agora do que o foram antes? E porque não haveriam estas agências de pagar as recomendações que emitiram em favor de instituições financeiras em afundamento e que faliram pouco depois? Que raio de poderes oraculares seriam estes e que imunidades são estas? Parece ter chegado o momento de baixarmos a notação às agências de notação. Entretanto os ingleses vão suar. A dívida deles é bem maior que a espanhola. Mas já era no mês passado. E no ano passado. Só agora é que a Fitch reparou?

Sunday, June 6, 2010

CESTEIRO QUE FAZ UM CESTO, FAZ UM CENTO

O banco do vaticano volta a estar na mira da investigação criminal italiana. Branqueamento de Capitais, diz a suspeita. Não é a primeira vez. Antes havia "bodes expiatórios", culpados nomeados, dir-se-ia: Marcincus, Calvi e toda a demais corja da P2. Mas e agora?

Chipre, como previsto

Umas escassas centenas de empregadas domésticas filipinas e uns ingleses em calções de banho foram ver Ratzinger. O Santo Sínodo da Igreja de Chipre recebeu-o com simples apertos de mão, excepção feita aos cinco Santos Hierarcas que se recusaram a qualquer contacto com a criatura. (O aperto de mão não é saudação aceitável entre Bispos). E o Santo Arcebispo aproveitou o ensejo para fazer incidir a atenção internacional para a ocupação turca do Norte da Ilha, do tranquilo alto dos seus dois metros de raso negro. Os cipriotas meteram-se em casa para não verem o repulsivo velho que, lá naquele lençol branco de que faz as batinas, fez figura de fantasma e, como de todos os fantasmas, dir-se-á que a maioria das pessoas normais não o viu. Um flop. De salientar um conveniente erro de tradução, cometido em público, quanto à alocução do Santo Arcebispo. Ele dirige-se ao "papa da velha Roma" e assim o tratou (com generosidade excessiva, porventura, mas Arcebispo e´Arcebispo e sabe seguramente o que dizer). Ora a tradutora enunciou "papa da primeira Roma". E as duas expressões são são equivalentes. Os papistas não passam uma sem batota. São irrecuperáveis, realmente.

LEGÍTIMA DEFESA, DIZEM ELES

O chefe do governo israelita veio dizer em público que os seus soldados foram "agredidos" quando tomaram de assalto - em águas internacionais e sem autorização do país do pavilhão - navios de pavilhão turco. É interessante. Disse que um desses soldados levou uma bala no estômago. (Nada mal). Outro, uma bala num joelho. (Parece insuficiente). Outro ainda foi pela borda fora. (Bem visto, aliás nunca lá devia ter entrado). E a isto responderam os soldados matando nove civis, militantes turcos de uma ONG, naquele navio. (Apresaram também todos os navios da flotilha de apoio humanitário a Gaza, apropriaram-se de todas as cargas e sequestraram todas as equipagens e passageiros). O chefe do governo israelita falou em "legítima defesa". Se não respondessem, os soldados dele teriam sido mortos. Talvez. Mas em intrusão violenta, o intruso não está, nem pode estar em legítima defesa, por pior que lhe corra a intrusão. É estatuição pacífica do Direito, co-natural ao conceito de legítima defesa. Porque o agressor é o intruso. Porque em legítima defesa estão as vítimas da intrusão. Essa ideia da legítima defesa foi (francamente) mal pensada. Não espanta que os turcos estejam cada vez mais zangados. Nada será como antes. Esperemos que não.

Friday, June 4, 2010

O pontífice blindado (pela Mercedes) em Chipre

O execrando velho profanará com a sua presença a terra sagrada de Chipre, já hoje. A propaganda papista difunde noticias de pretensas divisões no Santo Sínodo, entre os Santos Hierarcas que aceitam correr o risco de se exporem à repugnante presença e aqueles que não aceitam qualquer proximidade física com tal fenómeno. Não há qualquer divisão do Santo Sínodo. Ocorre simplesmente que a Águia é bicéfala. Mas também ocorre que os Santos Hierarcas mais compassivos não fazem a menor ideia da sordidez que o papismo significa em concreto para as populações a quem consegue impor a sua presença. Tal aprendizagem é tarefa pessoal dos Santos Hierarcas. Há coisas que só vendo. E é portanto necessário esperar que as vejam. Nem a solicitude fraterna dos que já viram consegue aqui ser ajuda bastante. Talvez por tal sordidez ser inenarrável, nós não consigamos nunca descrevê-la com a necessária clareza. Proteja Deus os Romoi de Chipre. O execrando velho viajará em carro blindado (no valor de meio milhão de euros) que traduz a costumada confiança que tem no mundo e nos homens e o amor que lhe inspiram.

CRIME, DIZ O MUNDO

O assalto dos israelitas a navios de pavilhão turco em águas internacionais, com assassinato de civis, sequestro de tripulantes e apropriação da carga, traduz óbvio acto de guerra, passível de gerar uma crise na OTAN da qual a Turquia é membro relevante. A hipocrisia americana relativamente à gravidade de tal acto corresponde tão simplesmente à cumplicidade perante a hostilização do papel que a Turquia decidiu assumir e vai assumindo em regiões que ainda a tomam como entidade referencial. A Palestina é certamente um desses casos. E a estúpida política "atlantista" voltou a falhar os alvos e os objectivos. Hostilizar a Turquia com esta amplitude é certamente uma grande novidade. Uma notícia de relevo para os inimigos da estupidez. Uma grande lição para os turcos. E uma afirmação da nocividade da clique israelita no governo de um estado-brigão, que se vai desincumbindo (mais mal que bem) da repulsiva tarefa de inventar o seu emprego e ficcionar a utilidade e função de um estado (aberrante) na comunidade internacional. O que realmente faltava era abrir caminho a uma liderança confessional turca na catalização (senão a direcção) de uma necessária conjunção de reacções árabes. Está feito. A imbecilidade dos comentários que a isto se ouviram em terras da tugária, confirma a imbecilidade de sempre nos lugares de sempre. O semelhante gera o semelhante. A estupidez da direcção política americana não poderia nunca produzir agentes locais inteligentes. Há coisas irresolúveis. Feliz ou infelizmente.