Sunday, June 1, 2008

PARVAGAL EM TEMPO DE VÉSPERAS

Enquanto as escutas em divulgação na imprensa desbastam a (inacreditável) protecção do PS a Paulo Portas (revelando o tio da América a entrar por todos os buracos), enquanto aquele cretino jura a pés juntos que não é mação porque foi aluno dos jesuítas (!), Manuela Ferreira Leite foi eleita para presidir a um terço do PSD… Depois de, por assim dizer, derrotar os outros três atrasados mentais. O PS aninha-se na sua sonhada posição de “partido revolucionário institucional” à mexicana. E Parvagal estremece com a ideia de uma radicalização à esquerda. Seria o momento, parece, para lançar um consistente liberalismo de esquerda. Mas o país desagrega-se. O litoral tornou-se a nova zona desprotegida, porque longe da protecção do comércio e do Estado Espanhol (IVA a 16%, gasolina quase a metade do preço e tabaco que ainda se pode fumar). O inteiro Algarve faz ostensivamente compras em Espanha, como boa parte do Minho, Trás-os-Montes e toda a – antes desfavorecida – faixa interior. O sustentáculo geográfico dos conservadores, ou “centrão”. Resta a esquerda comunista ou socialista radical (nada inteligente, mas combativa) dos grandes centros urbanos a sul do Tejo. E resta a desagregação completa de um país de onde os próprios parasitas dos aparelhos político-partidários já afastam as famílias, pondo-as a bom recato. O verão será, social e economicamente, abrasador. O desemprego libertará grandes disponibilidades para a contestação de rua. E a consumação da desgraça começará a ficar clara com o cair do ano. Vamos assistir a um fenómeno relativamente raro: o falhanço absoluto de um país (inteiro) sem qualquer pressão de inimigos externos. A observação atenta do processo permitirá esclarecer vastos domínios da Teoria Geral da Estupidez. Convém, em todo o caso, que os observadores não descurem os aprovisionamentos. As reservas alimentares de Lisboa só dão para três dias, e isso, em caso de convulsão social - mais que provável – pode dificultar as observações.

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