Wednesday, January 28, 2009

Kiril I de Moscovo e os papistas

Os papistas mostram-se bem informados sobre Kiril I de Moscovo e Todas as Rússias. Trata-se evidentemente de uma personalidade de excepcional fibra moral e clara consistência intelectual. Homem de realismo político imbatível e olhar claro. Homem de palavras claras também. Contra Ordem recorda do Santo Patriarca Kiril o desassombro na afirmação evangélica em cujos termos “a Terra só tem um Senhor”. Reafirmação deixada há anos num seminário sobre Ética e Economia em Moscovo. É um chefe exigente, como todos os que jamais aceitaram minuta alheia em matéria de consciência própria. E mestre paciente. Deus chamou-o muitas vezes – e visivelmente - ao entusiasmo. Mas distingue bem a matéria de princípios e a de opinião. Tem noção clara da vitalidade da Tradição. Propõe-se enriquecer com ela os legados intelectuais do Ocidente e, porventura mesmo, os respectivos corolários políticos, embora não simpatize com a intervenção política directa. Sabe-se representante da Liberdade dos Filhos de Deus. Viveu sempre numa Igreja de Direcção Colegial – durante muitos anos, a única experiência de democracia possível e vivida na URSS e durante muitos séculos a única expressão institucional do regime de assembleia legislativa e colégio executivo – não tendo ilusões quanto aos papistas que conhece bem. Estudou-lhes os teólogos. Soube examinar-lhes a micropsiquia nos homens vulgares e nos dirigentes hiper-normalizados. Quanto aos heresiarcas, não pode ter-lhe escapado a repulsa que geram instintivamente essas grandes amibas de alma sob forma humana, flácidas em tudo e sempre tão diferentes de um homem normal. Sabe-os repulsivos, portanto. Pegajosos, por compensação. Atentará que são ferozes, também. Os papistas conhecem também o Santo Patriarca, pelos vistos. Bem demais, aparentemente. A Igreja Russa fará invulnerável o Santo Patriarca, pelo amor dos filhos na Fé e pela solicitude dos irmãos no Sacerdócio. E aos portugueses deve contar-se um grande segredo: a Rússia converterá Portugal. De todos os pontos de vista, segundo tudo indica. E mais cedo do que se pensa. A versão de Fátima a dizer o contrário é apenas uma fantasia mais.

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