Saturday, July 31, 2010
A MORTE E AS DISTINÇÕES
Wednesday, July 14, 2010
TRIBUNAL INTERNACIONAL
Tuesday, July 13, 2010
Futebol e Economia
Sunday, July 11, 2010
Memória Eterna

Saturday, July 10, 2010
A Península Reajusta-se
Thursday, July 8, 2010
Já está!
Wednesday, July 7, 2010
Imobiliário em França: recuperação?
Monday, July 5, 2010
OUVE, "DR. FILHO DA PUTA"
Sunday, July 4, 2010
PARADOXAL?
Incomodidade
Futebol e política
Escassos detalhes políticos estão entre as lições do mundial de futebol. É interessante que no Parlamento francês se tenha posto em causa (ainda que em conversas informais) que magrebinos pudessem representar a França (em alusão evidente à composição da selecção). Isto é interessante. Porque revela uma fractura de que toda a gente fala sem ninguém o dizer. Mas essa fractura é o fim da França. A França nunca foi uma etnia. E a aceitação das coisas nesses termos (o simples facto de se pensar nesses termos) no partido do húngaro que a CIA põe na chefia do Estado Francês pode sair muito cara. Sim, os magrebinos podem já não se sentir franceses. Pode ser esse o significado de não cantarem a Marselhesa. E isso é uma desgraça. Para construir o Estado Nacional (ou até o Estado pluri-nacional) foi preciso fazer secundários alguns factores. Reconhecer que não tinham importância. A etnia, a religião, o pensamento político divergente, são bons exemplos disso. Eram coisas sem importância. Primeiro as pessoas eram cidadãs. Depois – e só depois – tinham o que tivessem entre os seus legados culturais próprios que isso só lhes acrescentaria encanto, como factor de curiosidade intelectual e de respeitabilidade acrescida. Era tendencialmente assim. Depois o Estado confessou-se incapaz de preservar algumas coisas e frequentemente de se preservar a si próprio. Os grandes espaços de comunhão de soberanias visaram resolver esses problemas, mas desencadearam uma dinâmica própria de integração intensificada e expansão necessária. Para isso o projecto iniciado como meramente instrumental pode não ter a força de impulsão necessária. Mas a cidadania desfocou-se. É europeia, por exemplo. Aos limites do Império – já trazidos à experiência vivida - corresponde outro tido de homem, com outro tipo de referências. Como na Idade Média, afinal. As pessoas são, primeiro, cristãs, ou muçulmanas (por exemplo). Depois, inserem-se num espaço político vasto (a Europa, sempre por exemplo) e, por fim, em último lugar, conectam-se com a realidade política da comunidade (vivem em Lisboa, em Paris, em Londres, onde gostam de algumas coisas e se aborrecem com algumas outras). O Estado fica ali algures no meio nem se sabendo exactamente e já para que serve (gere coisas importantes como a segurança social e a política fiscal, mas basicamente é só isso que interfere directamente - e em regra mal - com a vida das pessoas). Depois no grande espaço europeu há estados e culturas marcadas por intenso orgulho comum. Mas são a excepção. A Alemanha é uma excepção. A Dinamarca pode ser outra. Os africanos da Suécia e da Dinamarca cantam o hino, como os turcos da Alemanha. Em França já não. Isso é interessante. E é parte da crise actual. Como os 40% de portugueses que aceitariam a integração em Espanha, com os catalães a dizerem nos jornais deles (Vanguardia, por exemplo) "Eles que entrem, desde que a gente saia". Mas a Catalunha não é um problema novo. A Catalunha nasceu como fronteira com a Península e não como parte dela. Não se sente bem aqui. Sente-se provincionalizada. E tem nisso toda a razão. A Catalunha parece sonhar ainda com as Baleares como lugar de salto para a Itália do Sul. A Catalunha é mediterrânica. Mas não é peninsular.
O TUGA E O DIREITO COMUNITÁRIO
"As empresas estratégicas"
Friday, July 2, 2010
PORTUGAL TELECOM E A ESTUPIDEZ COLONIAL
A imprensa espanhola mantém a atenção. Mas os jornais são discretos. O El mundo até é simpático quando deixa pistas de reflexão sobre a complicada relação deste país da África do Norte com a Europa, onde se descobre perdido, confuso e sem Corão. Mas também sem possibilidade do liberal e paternal auxílio de Sidi Mohamad VI, Príncipe dos Fiéis e soberano natural destas gentes (e demais fenómenos que a gentes se assemelhem, porque há diferenças entre "laos", "demos", e "etnos"). Já os ingleses invectivam as bestas. Estupidez colonial, disseram, quanto ao uso da “golden share” para travar o projecto da Telefónica. O diagnóstico é exacto. Mais exacto do que os ingleses podem supor. Caracteriza não apenas a perspectiva do governo da tugária quanto aos investimentos externos das empresas do regime, caracteriza também a sua relação com o povo e eleitorado locais. Não há nenhuma diferença entre o tratamento do trabalho, da propriedade, da vitalidade intelectual, da liberdade de palavra concedido aos portugueses e um estatuto do indigenato, revisto, claro, mas nem sequer aliviado. Apenas reformulado e com as coisas de sempre. Os tiques de sempre. Os escravos eram “contratados”. Na verdade não lhes pagavam, mantinham-nos pela força nas plantações, aplicavam castigos corporais. Mas eram "contratados". Com a circunscrição destas "contratantes" bestas à “metrópole”, as cangas passaram a aplicar-se aos de cá. São todos cidadãos (como os outros eram contratados), mas a sua vinculação a qualquer autoridade define-se pela sujeição pessoal. A Lei escreve frequentemente “está sujeito” (e refere-se a pessoas e não a actividades económicas). Há hierarquias em direito privado (!), como no “direito do trabalho” (passe a expressão) onde há “superiores” e “subordinados” (coisa que nem o marcelismo se atreveu a escrever na LCT). Corj’imunda, realmente. E muito estúpida. Colonial, sim. Avessa a qualquer desenvolvimento, porque avessa a qualquer liberdade. A prosperidade, para eles, é a exploração desenfreada. O lucro não vem nunca da inventividade e da inteligência. Vem da escravatura (a que podem chamar cidadania, até, isto não é gente de princípios e os nomes são-lhes indiferentes, à excepção de uma ou outra palavra que, parece, lhes traz azar). E toda a propriedade debilita, nesta execranda terra. Seja o proprietário um pequeno accionista, um pequeno agricultor, um pequeno industrial, ou um pequeno proprietário imobiliário. Tudo se conjuga para lhe onerar a propriedade, para a desvalorizar, para explorar o proprietário, para o esbulhar, no limite. Terrível coisa. Isto em favor de interesses que podem ser dos grandes grupos locais, ou dos grupos mais pequenos mas que podem empregar agentes próprios do controlo político do "mercado", independentemente de se dizerem socialistas ou sociais-cristãos (i.e. nacional-católicos). Terrível gentalha. Sim, a população tudo tem a ganhar com qualquer passagem de controlo da gestão de qualquer empresa para qualquer centro de interesses europeu. É pena, mas é exactamente assim. E quanto à Portugal Telecom, os tugas devem tirar as patas do Brasil. Devem. E também deviam tirar as patas de Portugal, já agora. Sem nenhuma dúvida. Razão têm os que vão procurando colocar-se sob a protecção dos tribunais da Coroa de Espanha. E são muitos. É a única forma eficaz de resistir. Com a tomada de controlo da própria PT por uma OPA hostil, nenhum português perderia nada que não tenha já perdido. E ganharia porventura alguma coisa. Quanto mais não seja a existência de gente normal na gestão. Todo o recuo destes doentes mentais no terreno que ocupam, é uma vitória táctica da normalidade.