Friday, May 21, 2010

Desejos no cemitério: as coisas que Ratzinger diz

O Santo Metropolita Hilarion promoveu uma exposição da cultura russa no cemitério onde vive Ratzinger e o velho aproveitou o ensejo para insistir no seu insensato desejo de visitar a Cidade Guardada de Deus de Moscovo. Compreende-se o desejo de visitar o centro do mundo. Há até um inumerável conjunto de ditados que sublinham a importância desta grande metrópole. Os tugas têm vários: "todos os caminhos vão dar a Moscovo", "quem tem boca vai a Moscovo" são dois exemplos possíveis. O jovem Metropolita que Deus ama reagiu como mandam as regras do protocolo e a Misericórdia da Santa Igreja. Não está a ver que a coisa possa ser para breve. Mas não há impossíveis. O velho largou-se numas tiradas sobre a cultura e o cristianismo. O que interessa nisto é o facto do velho sempre ter sido um censor e um polícia. E bem sucedido, i.e. conseguiu, realmente, como subalterno de Voitila, desertificar intelectualmente aquela jurisdição. Foi nisto um precioso exemplo para os tugas. Estes, por via da repressão (tão usurária como a do "Santo Ofício" que fazia processos só para roubar os processados), também já nem encontram préstimo na variante local da Língua respectiva. Os execrandos vestígios da Língua só servem para quem fala ter processos por isso e ser roubado neles. Agora Ratzinger quer ficcionar uma vida intelectual. Coitado. Tal qual os tugas, de resto. Quando querem premiar um escritor chamam um Moçambicano ou um Caboverdiano. Entre eles já não sobra nenhum, além dos septuagenários. E o único Nobel da Língua Portuguesa refugiou-se em Espanha não fosse a escumalha processá-lo para lhe sacar a massa dos direitos autorais. Desgraça. Os tugas são católicos, ao que dizem. E nota-se. Mas agora o Ratzinger quer ir a Chipre. Tem lá uns filipinos imigrantes (uns treze mil) e uns maronitas (cento e cinquenta, mais exactamente) e isso serve-lhe de pretexto suficiente para ir infestar a ilha mártir. O Santo Arcebispo Crisóstomos III fez um paternal e grave apelo à calma, a fim de que o compreensível desagrado do Povo Real se não salde em consequências de maior. Eventualmente repetir-se-á o cenário de Atenas com o santo laicado a fechar espontaneamente mas generalizadamente as cidades e a deixar desertas as ruas para nem sequer correr o risco de olhar o repulsivo heresiarca Voitila e para não se deixar olhar por ele (porque não pode vir nada de bom pelo simples facto de se consentir que uma criatura assim fixe os olhos em nós, nisso eles têm razão). Será provalmente assim que reagirão os gregos de Chipre. Mas ninguém contava que a presença dos filipinos acarretasse uma tão desagradável consequência. Está-se sempre a aprender.

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