Friday, September 19, 2008

Capitalismo de Estado

À queda do capitalismo de estado de fachada socialista, parece seguir-se a queda do capitalismo de estado de fachada liberal. Caem do mesmo modo, no essencial. Sem convicções. Nem inteligência. Entre ressentimentos. Impotentes. Mas há quem venha dizer que a devastação, longe de ser crise, é catástrofe metodicamente preparada. E explorada. A devastação é uma quebra da resistência política nos mercados, desde o Chile de Pinochet ao Iraque de Bush, passando pela Rússia de Ieltsin. Até um tsunami permite erradicar os pescadores da orla marítima para vender os terrenos em favor de empreendimentos balneares. Não negaremos a apetência pela catástrofe. Nem a avidez que perde e faz perder a noção das proporções. Mas o semelhante gera o semelhante. A catástrofe gerará a catástrofe, com um “senão”: a crise é criativa. E um detalhe: esta crise apanha os conservadores doutrinariamente desarmados. Apanha os socialistas doutrinariamente desarmados. Só a tradição universitária radicada nas humanidades responde ainda. No Direito, como na Economia e Ética. Veremos então o que isto dará. Entretanto, divirtamo-nos ante a imagem dos USA e um sector empresarial de capitais públicos inesperadamente relevante. Divina ironia. Nenhuma análise político economica pode merecer o crédito da maturidade se não focar especificamente este detalhe.

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