Tuesday, June 23, 2009

FALÊNCIA

Na Letónia, o governo confessa a sua impotência para assegurar os cuidados de saúde, o pib quebra 18%, os preços do imobiliário caíram 50%, o salário mínimo foi reduzido em 20% e as reformas foram cortadas em percentagem insuportável aos reformados. Eis pois a prosperidade prometida. E essa decepção é mais ou menos generalizada a todos os Estados da Europa Oriental, acrescidos dos Estados dos Balcãs. Belíssimo resultado, não há dúvida. E dispendiosíssimo do ponto de vista político. Entretanto, a “crise iraniana”, i.e. a necessária retaliação do Irão sobre as ingerências disparatadas da última semana, promete agravar a instabilidade dos mercados. O tuga médio tem vivido em alegre anestesia esta situação cuja brutal dureza lhe baterá à porta ainda durante este ano. O país depende de duas empresas (!) e ambas estão a fechar. A Auto Europa e a Quimonda não têm salvação visível. Os números portanto cairão acentuadamente. A quebra do pib em breve será confessada com a mesma ordem de grandeza da Letónia. E o resto será sempre pior, porque, justamente, as coisas em Portugal são portuguesas e nada há pior que isso. Resta, evidentemente, uma solução esquecida – a insurreição. Há tudo. Até os quadros para uma revolução. Há os motivos. E a força. Com 18% a menos no pib e qualquer direcção revolucionária opera. Vamos viver dias interessantes. A opressão vivida nesta terra atingiu tais níveis que os simples critérios da Sharia seriam um progresso assinalável no caminho da Liberdade. Aguardemos. Não faltará muito. É preciso ir pensando no que fazer à igreja dos pedoclastas, aos capões do estupor da velha, aos palermas do Sócrates de Massada e, enfim, a toda essa imunda corja de serventuários que apodreceu todos os aparelhos – dos Hospitais aos tribunais – é preciso ir pensando nisso, primeiro, porque há recuperações de recursos a fazer, depois, porque a improvisação seria catastrófica, por último, porque ter o ónus de os alimentar na cadeia parece despesa escusada. (Era o que faltava). Havemos de fazer um pequeno exercício projectivo do que a desorganização da crise poderá representar. Discutir é já alguma coisa. O esvasiamento ideológico é radical. Os poltrões e os seus sicários não têm nada dentro das cabeçorras a não ser sentimentos de medo e revanche. Todos cantarão tudo sobre todos. Os processos respectivos serão fáceis. (Se houver tempo).

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