Friday, December 4, 2009

O REGRESSO DOS SAPATOS VERMELHOS

Ratzinger tenciona visitar o território Português em Maio de 2010. Apressam-se por isso as obras do Terreiro do Paço que está a afundar. Talvez isso apresse o afundamento. O torreão a nascente já afundou um metro e meio e, assim, surge a imensa esperança que nos enche o peito de que possa afundar tudo de uma vez, de preferência em horário de funcionamento, já que há pressa. Que o lodo desapareça no lodo, é um fim perfeitamente conforme aos critérios discerníveis da Criação Divina. Quanto à visita ela é uma ameaça. É certo que as visitas do antecessor (J-P2) precederam sempre e de perto os maiores desaires da vida local. Assim, parecendo consubstanciar o anúncio da era ibérica das máfias, ocorreu a visita em 1982, (ano do assassinato de Roberto Calvi, incompreendido benemérito do apoio aos Somozistas na Nicarágua e ao Solidariedade na Polónia o que não bastou para a corja a quem servia lhe poupar a vida). J-P2 deixa ostensivamente em Fátima, nessa sua aparição, a bala que não o matou. Em 1985 emerge o BCP na tugária com estranha preponderância da Opus, tudo consabidamente impoluto como o futebol autóctone. É impossível tratar isto - entre outras coisas - como coincidência. Há quem pense que os mais sórdidos dinheiros de Itália encontraram aqui um refúgio "natural". Depois, vem a celebração e supervisão do enraizamento local das máfias (visita em 1991, sendo certo que a limpeza em Itália prosseguia e, logo no ano seguinte, Carlo De Benedetti é metido na cadeia, seguindo-se, em 1996, a condenação de mais cabeças da P2 - Gelly, Craxi e Martelly). Uma belíssima razia, infelizmente insuficiente. Espanha resistiu também. Uma revoada de gente "importante" descobriu-se, a justíssimo título, no cárcere. Mas a tugária revelava-se mais sólida, contra todas as probabilidades. Imperava aqui a anibalidade e a imprensa subsistente chamava a isto o kavaquistão. E, por tudo, nada obstou ao festejo do controlo total deste território pelas máfias (visita de J-P2 em 2000, ano no qual, quase completamente podre, reviu em Fátima a bala que ali deixara em melhores dias seus). Recorde-se que, entretanto, em 1987, J-P2 abençoara e condecorara Pinochet que assassinou o Comandante em Chefe a quem devia obediência e lealdade, homem honrado e sensato, para quem as FF.AA. serviam o país pela defesa contra ameaças externas e não podiam substituir, em intervenção armada contra concidadãos, o processo jurisdicional próprio de destituição do Chefe do Estado. J-P2 chamou a Pinochet o “último grande cavaleiro da cristandade” (de J-P2). E tal conduta consubstancia - a nosso olhar - louvor, senão apologia, de crime com lesão de direitos instituídos pelo Direito Internacional Comum. E não foi a única conduta de J-P2 com este objectivo sentido, alcance e natureza. Aqui chegados, dez anos depois da última cena na tugária, surge a ameaça do regresso dos sapatos vermelhos ao território. Não pode ser bom prenúncio. As criaturas da colina vaticana decidiram – é ao menos o que parece - manter o território sob assédio e de dez em dez anos o “sumo pontífice” (de acordo com o título pagão que prefere e se lhe não recusa), sai do cemitério fora de portas onde vive ( o Vaticano é um cemitério romano) e vem avaliar directamente os estragos causados e os nichos de negócio locais. Mas Maio ainda vem longe. Não se alarmem antes de tempo as pessoas normais. Em bom rigor não sabemos, sequer, se Ratzinger e o país institucional (a tugária) aguentam vivos até Maio. Nada o demonstra, por ora. Em Maio pode perfeitamente já não haver tal visitante. E, se assim não for, pode porventura já não haver coisa que ele possa, ou queira, visitar. Conceda Deus, Clemente e Misericordioso, a constância do seu olhar sobre nós. Mas a população local bem poderia – caso o tremendo evento ocorra, de acordo com as ameaças em circulação - pedir ao Papa e Patriarca da Cidade Guardada por Deus de Alexandria e toda a África, Juiz Universal, único Papa, porque fiel à Tradição, as orações litúrgicas por esta terra onde os diabos reinam e pelos justos que nela resistem, de acordo com a fórmula das Sagradas Escrituras onde o Salmista pede que “seja exterminada a iniquidade”.

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