Friday, December 4, 2009

ORDEM DOS ADVOGADOS: CONFIRMAÇÃO DA BANDALHEIRA

Ora aí está. Os amigos são para as ocasiões. Lima de Carvalho dixit. Uma lista a soldo do gang da “universidade independente” e liderada por Rogério Alves (qui ex opus merdae procedit) foi eleita no mandato anterior para a Ordem dos Advogados. O gang da independente pagou-lhe boa parte da campanha. E ele apresentou listas para tudo. Para os ”conselhos de deontologia também”, portanto os advogados andaram a ser “fiscalizados” por gente de uma lista paga por um gang, se há razão nas razões do Carvalho e diríamos que sim. (Por algo mais que simples intuição). Num desses conselhos está o execrando Luís Paulo Relógio da Federação Portuguesa de Futebol. Nem isso deixa de ser interessante quando se sabe que o Alves é presidente da assembleia do Sporting, clube aliás muito católico por ser o clube do próprio cardeal de Lisboa e, talvez por isso, alvo de uma denúncia de terrorismo interno pelo próprio presidente da direcção. Faz sentido. Onde está o papismo não anda longe o terrorismo. O que ainda não se sabia é que havia papistas a receber subsídios (assentes em desvio de fundos) da pretensa maçonaria da “independente”. Será esse o único gang?... Carvalho queixa-se que o banco da opus também "roubou" o gang que lhe pagava os agentes. É natural. Eles roubam-se uns aos outros, perseguem-se uns aos outros, denunciam-se uns aos outros e tendem a tramar-se uns aos outros, antes de conseguirem tramar os outros que tinham decidido perseguir. Ainda bem. Mas convinha saber se foi a opus quem fez aquela maçonaria. Ou se essa maçonaria também pagava coisas à opus. O Alves veio negar. Bem entendido. Mas que haveria ele de fazer? confessar? Ir trabalhar para a estiva? entregar-se aos beatíssimos assassinos do Calvi, ou aos do padre Max ?... O Alves nega, em todo o caso. Ora nos domínios onde a moral tem de intervir - e este é um desses casos - não basta nunca a negativa genérica. É necessária, como se diz em processo civil, a impugnação especificada, ou seja, é preciso explicar o que aconteceu, ponto por ponto. A moral deve intervir sempre que num posto de direção, onde se polariza a confiança da comunidade, alguém se proponha decidir da vida alheia. Porque a comunidade só pode usar os parâmetros de juízo que são os seus e a esses parâmetros, com essa relevância, chama-se moral. Não é moralmente lícito, perante uma tal imputação, circunscrever a resposta a uma negativa genérica. Isso é o que faria qualquer delinquente. Mas o grau de êxito que isso pode revestir em processo penal - onde é a acusação que se prova e não a defesa que se demonstra - não pode aplicar-se nesta esfera de debate, sobretudo quando a honorabilidade própria é tão frágil que admite a perfeita plausibilidade do depoimento exautorante (e aqui há bem mais do que isso, há a imunda prática adoptada no inteiro exercício, no inteiro mandato e ainda há as imundas gentes que ali apareciam e que... iam buscar, cobrar, fazer o quê, já agora e ao certo? O que estava aquela gente da "independente" - e que gente, não era? - a fazer, por exemplo, nos júris de agregação?)... Ora a relação de confiança, a admiração, o reconhecimento do mérito além de quaisquer discordâncias, são exigências de algumas actividades, de alguns papéis, de algumas posições ocupadas. Por isso o Alves é muito provavelmente a mentira de que tomou a iniciativa de nos falar. Até agora impune, disse ele. Mas com a perna curta. É precisamente o que pensamos. E é o que pensamos do próprio Alves. Venham, portanto, as contas da execranda campanha eleitoral, alegadamente (mas mais que plausivelmente) paga com subsídios da corja, do gang, da escumalha, em síntese: da "independente". Há circunstâncias e matérias quanto às quais devemos relativizar a moral, em nome da Ética e da Liberdade, em nome do Direito, às vezes, até, em terreno muitíssimo escorregadio, por imperativo da Razão de Estado. Mas receber dinheiro de um gang e ficar necessariamente refém disso não é nenhuma dessas situações. O Alves era um rapazola, sem curriculum e sem méritos conhecidos, projectado para um lugar de chefia. A experiência ensina que essas coisas só acontecem a figuras instrumentais. O Alves é pois um "factotum". Um fantoche, sim. Uma fabricação, em todo o caso. E chegou o momento de fazer incidir a luz sobre quem o fez e quem o tem feito mexer. Porque o "para quê" já temos. São nítidos os propósitos que o Alves tem servido.

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