Wednesday, March 16, 2011

QUALIDADE DO ESTADO DE DIREITO

Marinho Pinto falou e nem sequer mal. No dia seguinte àquele em que a Qualidade do Estado de Direito na tugária esteve em debate na Transparency International, em Lisboa, onde Marinho Pinto não esteve e, avaliando pelo discurso de hoje, nem sequer esteve representado ao contrário do que poderia ter suposto. Falou sem insígnias, embora envergando a toga. Não está mal. As insígnias honoríficas de um Estado que a corrupção domina, como ele disse, não podem ser usadas. A toga, sim. Por ser direito pessoal conferido por (e com) um grau universitário, tratando-se de traje cuja dignidade assenta no Decreto de Teodósio e nas Ordenações de Castela. A toga não é devida nem conferida pela república da casa pia e da sociedade lusa de negócios. Descontando os encómios à igreja das abominações explicáveis, porque o tuga médio gostaria que houvese alguma instituição onde asentasse a legitimidade moral e política da regeneração. Mas não há. A degenerescência é insusceptível de remissão. E Marinho Pinto escusa de se preocupar com as dívidas deixadas às gerações futuras ou aos mais novos. Eles só pagam isso se o quiserem, se acharem que o território vale isso... E não vale. Nem o território vale seja o que for, por si mesmo. Já D. João IV quis passar isto aos franceses, fixar o trono nos Açores e reinar sobre o Brasil. Isto não vale um chavo e há muito tempo. A única esperança para quem goste do clima  - e também isso já não é o que era - é o Brasil (e eventualmente Angola) transformarem isto num entreposto de negócio com a Europa ocidental. Já se entrevê o Teixeira dos Santos de libré a servir limonadas a simpáticos mestiços em calções que não percebem porque é que o "garçon" é tão lento. O Correia de Campos  será trintanário (é pelo menos a nossa sugestão) e  o Sócrates, de aspecto mais cuidado, pode ficar na recepção do hotel com o Passos Coelho. Eles que paguem a dívida. A Paula Teixeira da Cruz e demais travestis podem sempre recolher-se à rede de lares das  misericórdias, se mais ponderosas razões lhes não determinarem outro destino (coisa infelizmente provável).

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