Tuesday, February 23, 2010

Mota Pinto confrangido

Paulo Mota Pinto, professor de Coimbra e filho de professor de Coimbra, patrocinador de outro Mota Pinto assistente de Coimbra (tudo na pretensa e bastante estéril Faculdade de Direito) veio classificar a entrevista de Sócrates de Massada da Beira. Achou-a confrangedora. Se bem compreendemos – e parece que sim – o confrangido pretende opor à suspeita da patrimonialização ilícita de cargos de direcção política, a licitude da patrimoniaização nepotista e perfeitamente estabelecida de cargos públicos administrativos no sistema nacional de ensino. Num caso, a verificar-se – e parece que se verificará, se alguém puser nisso algum empenho – teríamos a construção de contratos onde Sócrates de Massada se alçaria às alturas de um Putin (e neste cenário ele” dizeria” qualquer coisa como -“olha, compra o Komersant”). Isso em Putin traduz-se num motivo de admiração. Afinal de contas o dono do Komersant era um mafioso insubmisso, muito mais estúpido do que é razoável admitir-se. No homem de Massada da Beira, engenheiro independente, esse mimetismo suscita o riso. (Até pelo resultado). Mas olhando o detractor Pinto, também não estamos mal. Porque, pela mediatização de uns concursos onde todas as cumplicidades são pressupostas, se chegou ao extraordinário resultado de cargos públicos de acesso hereditário. Isso antes da Revolução Francesa era simplesmente assim. Agora é caso de vómito, se não for caso de cadeia. Sócrates da Beira bem podia tratar disso. Três linhas num despacho bastariam para devolver a tais Pintos a noção das proporções. Por algum motivo, porém, a melhor solução ainda nos parece a do bom velho Vlad Tzepes.

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