Wednesday, November 9, 2011

PROSSEGUE A DECOMPOSIÇÃO

A cauda da Eurásia que imodestamente se designa a si mesma como "União Europeia" prossegue a rota de decomposição com a crise italiana, a preocupação grega, a inépcia do fundo de socorro financeiro que se tomou por salvador e é insuficiente para o que quer que seja. A cauda da Eurásia abandonou todas as suas referências identitárias (a liberdade e a vitalidade intelectuais, o primado da educação e da investigação, a fidelidade ao Direito como padrão e projecto normativo da unidade política possível). Tudo isso foi abandonado por pressão militar de uma OTAN sem utilidade que se apega à gestão dos empregos que gerou e vai comprometendo toda a teia de relações diplomáticas dos estados que a integram e não resistem à pilhagem e violência. Tudo isso foi abandonado por pressão financeira do anarco-capitalismo e do capitalismo de catástrofe que faz da desgraça um dos seus vectores de negócio. tudo isso foi abandonado, enfim, por pressão política de uma perspectiva de direcção sem lugar no mundo contemporaneo e que é o projecto estafado da "Europa até aos Urais", uma invenção do Adolfo que a guerra fria prolongou e que, além da guerra fria, continua a formular-se como se o desmembramento da Rússia fosse possível. Ora a Rússia, bem colocada no seu papel condicionante do novo eixo do mundo, assiste apenas. E o "eixo atlântico" transforma-se na nova periferia. Uma periferia agressiva. De conduta inaceitável no plano das relações internacionais. Com ingerências impossiveis de manter e de tolerar. Esta nova periferia tem de ser desmembrada com a integração imediata e directa da sua zona europeia numa Eurásia até ao Atlântico (como a Geografia a fez). Depois se verá o que fazer dessa parte do Euromundo a que se chamou América. Alguma coisa haverá a fazer, pela certa. E boa parte disso que há a fazer será feito pelas próprias populações locais que nisso devem ser apoiadas e protegidas. Este parece ser o sentido global da pretensa crise em curso. E, ainda assim, subsiste o velho problema, a velha alternativa (tão europeia) que alguns formularam dizendo "o socialismo ou a barbárie", outros dizem "a revolução ou a barbárie" mas que é preferúivel na fórmula "o Direito ou a barbárie". Nada há nos programas políticos mais ambiciosamente radicais no serviço desejado ao género humano que não tenha formulação anterior nos Livros Sagrados. Sim, a Igreja é o mais belo, o mais velho e o mais consistente projecto de transfiguração do mundo. E também por isso é preciso extirpar o cancro papista. O cancro papista como igreja otanasca. O cancro papista como igreja dos pedrastas. O cancro papista como blasfêmia contra o Espírito.

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