Saturday, August 16, 2008

UCRÂNIA E MAR NEGRO: MAIS LIXO

Interessante que o presidente ucraniano tenha abandonado a CEI sem votação parlamentar. Onde irá ele buscar o combustível no próximo Inverno? Resistirá ele a esse Inverno? Igualmente interessante é que tenha decretado (em acto nulo) que qualquer movimentação da base naval russa de Sebastopol deve ser previamente autorizada por ele próprio. Eis uma autorização que ninguém lhe pedirá. Eis mais um problema. E para a Ucrânia. A Crimeia nunca foi ucraniana. E ainda hoje não é. A população é constituída, em perto de sessenta por cento, por cidadãos russos. A estrutura política local é a de uma “república autónoma” (sendo certo que a Ucrânia não é uma federação). A parte oriental da Ucrânia é habitada por gente que se reclama russa. E a parte ocidental é habitada por gente de origem polaca. (É aliás território historicamente polaco). Nenhum dos partidos no governo actual teve a maior votação eleitoral expressa. E o próprio presidente da Ucrânia tem, actualmente, uma representatividade eleitoral mais que duvidosa. O cisma organizado pelas congeminações dos serviços de inteligência (visando a Igreja Ucraniana sob o Omofórion do Patriarca de Moscovo) foi reduzido a poeira pela Ortodoxia (globalmente considerada). A “revolução laranja”, assente na (hoje decepcionadíssima) população de origem polaca, bem poderia chamar-se agora qualquer outra coisa, excepto revolução. E qualquer outra coisa além de laranja. Saldou-se na imposição de uma crise. E na mais absoluta impotência para a resolver. É portanto com um país partido em três - com uma situação económica menos que miserável - e com os cossacos zaporog prontos para qualquer crise (a Rada Cossaca elegeu um Ataman e todas as organizações cossacas se declararam prontas ao combate pela Ossétia) é pois com o território neste estado de intranquilidade e incerteza que aquele pateta se põe com fitas destas… A CIA tem que os recrutar melhor. Definitivamente. Não há NATO que aguente. Até porque não houve acordo interno para desencadear tais problemas. De certeza que ainda querem pôr ali seja que radares ou mísseis forem? E queriam limitar o acesso russo ao Mar Negro, não era? Percebem, ao menos, que o resultado ante visível parece exactamente o oposto?... O melhor seria (à cautela) a NATO exigir já a entrega integral, pela Ucrânia, do Delta do Danúbio à Roménia. Sempre era menos um problema presente. E menos um gigantesco problema futuro.

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