Tuesday, September 18, 2012

A SEMANA SEGUINTE

Agora, o Relvas é apenas o "treuze" que a si mesmo se diz num governo de zeros. O hades está onde há um "treuze", certo. Mas entre o hades e Aden, o destino está "treuçado". "É preciso que haja escândalo, mas ai daquele por quem o escândalo vier". Não é assim?

Friday, August 31, 2012

ÀS ARANHAS

Voltámos. A casa das aranhas, confrade aparentemente simpático, deteminou publicar uma lista de membros do GOL até à letra M. O dito GOL ficou às aranhas. Até aqui quanto houvera tinha sido o Fernando Teixeira a funcionar como as pêgas cujos serviços geria no bar à Camilo Castelo Branco. Quem lá ia ficava marcado, como em todos os sítios análogos. E é denunciado pelas pêgas se a menor das coisas der para o torto. O defunto Teixeira publicou então uma lista de "dissidentes" e disse deles o "vieram cá, vieram cá" que as pêgas sempre dizem em anómalas circunstâncias análogas (até parece que não são elas as pêgas). Depois houve a cena do Nandim de Carualho (que era como o Clinton escrevia para grande orgulho da criatura). Veio gritar que aquilo a que presidira e quis presidir era uma "P2 à portuguesa". Acrescentou que tinha uns documentos comprometedores para o caso de lhe acontecer alguma coisa. Tinha que ser assim, claro. Caso contrário ele seria arguido como cúmplice. E não foi ainda. Não por enquanto. (Ninguém na procuradoria ali ouviu sequer nada de estranho, parecendo normal que um cidadão diga em público ter provas de indiciários crimes que só serão divulgadas se lhe acontecer alguma coisa). Depois saltaram os escândalos da Moderna e da Independente. Agora veio o da Lusófona (via Relvas) e a publicação da lista até à letra M dos membros do GOL. Andam os filhos da megera "num grasna tu, grasno eu" de patos perfeitos. São muito estúpidos, felizmente. Mas o GOL devia ter tratado em tempo útil da maralha dos marcelinos que se fantasiam de Grandes Lojas. A Opus devia ter tratado de ambos. E todos da Opus. Agora fazem intervir um blog que se apresenta como islâmico, até com umas deficiências de linguagem bem engraçadas. E sai lista. É a primeira de muitas listas que hão-de sair, pela certa, nesta nova fase. Mas falta muita coisa. Designadamente faltam as gajas. Porque os "magistrados maçons" não esgotam o problema de uma judicatura cuja independência é uma anedota. Faltam os opistas. E faltam as gajas com quem vivem (fora outras coisas) uns e outros e são magistradas, fulminantemente promovidas às Relações e ao Supremo, por exemplo e por consequência. A cara de pão de quilo do presidente da Relação de Lisboa, mais a cara de rato de esgoto do presidente do Supremo também podem explicar-se por motivos próximos. Evidentemente. Não há todavia uma diferença significativa entre a Universidade Católica e a Universidade Lusófona. Ambas fazem as mesmas coisas. (As divergencias de modo não são relevantes).E a católica entrou agora num frenesi de doutorar e mestrar juizes. A coisa está longe de ser inocente. Claro. De resto, os juízes não podem andar a mendigar graus universitários cá na terra e em períodos de exercício como pretexto ou condição para serem promovidos. Ou os obtêm antes do ingresso na função, ou depois da jubilação. Isto não pode ser. Designadamente por significar uma confissão de insuficiência de formação, por um lado. E de fragilidade e abertura à influência de centros de poder estranhos às funções desempenhadas, por outro. Não pode ser. O Relvas, pelo menos, é uma besta experta. Já dos rapazinhos e rapariguinhas da catolicidade do constitucionalista mongolóide se não pode dizer o mesmo, com a mesma facilidade. Bestas serão. Gente experta, nem tanto que eles são alérgicos a tal característica da personalidade. Preferem as mulas. Pardas. Com as formas perdidas. Condicionáveis. E úteis. Mas estéreis. E que mal fizémos nós a Deus para aturar as mulas papistas do Jorge Miranda? Quando virão as outras listas?

Wednesday, February 29, 2012

AUSTERIDADE SELVAGEM (?!)

Com olheiras de quem passou a noite na moina, mas com aquele arzinho de jejum, a espectral figura do Gasparzinho veio explicar aos tugas que se não for esta a austeridade, outra seria "mais selvagem". Está portanto concedido que esta é selvagem. Como toda a gente nota, aliás, mas não tinha ainda sido confessado. Mas selvajaria e austeridade não são conjugáveis. A extorsão pode ser selvagem. A austeridade não. Do que se trata portanto não é de qualquer austeridade. É perante a extorsão que estamos. E é isso que deve ser tomado como alvo político da rebelião. Extorsão. Austeridade, só depois de ajustarmos contas. Não será? Nenhum jornalista notou isto. mas a Língua oficial da tugária só é o português pelo facto do tuga médio não conseguir falar mais nada... E nem o portugês, bem entendido. A confissão do Gasparzinho  passou-lhes despercebida. Embora ele, coitadinho, soletre devagar para ver se a malta adormece antes que a frase acabe. Ele não quer ser ouvido. E aqui, pelo menos, não o foi. Com isto nos despedimos. O Google muda amanhã a política de confidencialidade. E nós vamos continuar a olhar, claro. Mas ainda não será desta que vão conseguir localizar-nos. Continuamos a vê-los.  E em breve chegará o momento em que serão eles a desaparecer. Até breve. Viva a crise. Tratemos de, nela, abrir caminho à Revolução como única via. Porque não há outra solução. (Vejam se percebem isso).  

Tuesday, February 21, 2012

MONSANTO: PERIGO RECONHECIDO

Monsanto é uma enorme ameaça à segurança de todos. Ameaça política, por ser tremendo consentir a centralização patenteada do comércio de sementes. Ameaça sanitária e ecológica, também. Desde há anos que corajosos militantes expressam oposições - físicas, até - e absolutamente legítimas. Mas a Monsanto instalou-se com o seu milho geneticamente modificado no território da Península Ibérica. A situação vai alterar-se, todavia. França notificou a Comissão Europeia do seu pedido de suspensão imediata das plantações de milho geneticamente modificado. E visa a interdição absoluta. Com fundamento nos riscos entretanto reconhecidos pela Agência Europeia de Segurança Alimentar. Nos jornais da tugária e de Espanha ninguém deu relevo a esta noticia realmente importante. Aqui fica ela. Resolvido o problema da Monsanto é preciso passar ao problema da Cargil que está a centralizar, à escala do mundo, o comércio das rações e portanto decide - ela e qualquer funcionário seu - quem pode ter gado e quem são os que ficam com o gado envenenado. Na imunda tugária ninguém consegue sequer reagir. Nem publicar as suas queixas. Nem demonstrar nos laboratórios locais a intoxicação criminosa quando esta ocorre (e tem ocorrido várias vezes)... O Código Penal local não prevê, sequer, o envenenamento massivo de explorações de gado. Portanto, quem exterminar manadas e varas tem o mesmo processo criminal de quem atropelar um cão. Ou a Cargil paga bem, ou os tugas são realmente perfeitos imbecis. E o mais natural é que as duas coisas sejam verdadeiras.

STRAUSS-KAHN: A INSUSPEITADA UTILIDADE DO SISTEMA PENAL

Detido. O processo investiga o eventual proxenetismo do pobre homem que, de modo inverosímil, resultaria das farras nos hoteis com umas "fornicólogas" profissionais. É interessante o modo como o Processo Penal se usa e se descredibiliza na cena política. O homem não nos merece a menor simpatia. Mas a indagação em função da qual se investigaria a moral sexual da criatura sobre a "matéria prima" de umas orgias privadas entre gente adulta e livre, isso, não desacredita apenas o processo. Coloca muito mal o sistema de polícias e magistrados voyeurs, sistema às ordens da CIA para a invocação de um moralismo da escola do neurótico paneleirote que foi o Hoover. É inútil perguntar se isto pode ser assim, porque é evidente que pode. Mas, na Europa, estas coisas não são desfechos. São prenúncios. Bem entendido, do ponto de vista moral dir-se-á o que se quiser. A nossos olhos retém-se apenas a fragilidade impensável à qual se condena um dirigente político. Que seja sexualmente devasso, é-nos indiferente. Que tenha sido tão estúpido é relevante. Que o tenham detido na terça feira de Carnaval é um detalhe cujo sadismo deve reter-se, por relevante.

GRÉCIA EM GUARDA À VISTA

"Aligeirada" a "dívida" em 100 mil milhões de euros - na versão dos usurários e bandidos que construiram a dívida - a Grécia recebe mais cento e trinta mil milhões, o que lhe permitirá pagar, já nos primeiros dias de Março, os 14 mil milhões que a ameaçavam de falência imediata. Em contrapartida, nada será prioritário, nem a defesa da saúde e da vida, face à prioridade de pagar aos credores. A Grécia será policiada directamente no plano orçamental a fim de que não haja tentações de garantir a vida da população ao invés de servir os interesses dos credores. É isto.  Isto vem com alocução de Barroso. E que diz o repulsivo capão?... Pois o que dizem estes estes fenómenos com forma externa de gente em circunstâncias análogas. "Era inevitável". "Não há alternativa". Por algum motivo - não é?- a pretensa cura parece pior que a alegada doença. Tal suposta vida parece pior que a segura morte. A improvavel superação da falência parece pior que a falência. E a bandeira da União Europeia já está a ser queimada nas ruas de Atenas. Mas, assim sendo as coisas talvez deva ser queimada em todo o lado. Atente-se que os alemães ainda não aprovaram parlamentarmente tal acordo. Nem o aprovaram quaisquer outros parlamentos europeus à excepção do grego. Entretanto, 11 primeiros ministros "pedem" a Bruxelas (são chefes de governo de estados vassalos? e estados vassalos de quem?) que pondere uma política de estímulo ao crescimento económico. Então, afinal, há alternativa? Possa a Grécia seguir os passos da Islândia e preceder a inteira Europa do Sul na rebelião necessária. Porque isso sim, é inevitável. E é a isso que não há alternativa. 

Monday, February 20, 2012

SANTA HÉLADE CONTRA NOVOS TURCOS

Ao esmagamento votado no Parlamento Grego, contra setenta e seis heróis expulsos dos respectivos partidos, responderam, na rua, um milhão e duzentos mil manifestantes. A quebra de representatividade parlamentar está à vista e não falta muito para novo periodo eleitoral. Os setenta e seis parlamentares que votaram contra apresentar-se-ão como alternativa eleitoral? A confissão do anterior primeiro ministro que aceitou a responsabilidade comum do sistema pela falta de reacção penal do Estado ao bando de ladrões que destruíram a Grécia tem alguma eficácia prática dentro do sistema, ou representará apenas uma confissão que legitima o fim do sistema político-partidário grego? O voto parlamentar grego não impediu que Portugal e Espanha fossem imediatamente degradados pelas agências de notação. Há uma nítida estratégia política na crise financeira. Tem de haver um estratégia financeira não menos nítida na crise política. A usura não pode ser crime nas estruturas internas dos Estados e não o ser nas relações económico-financeiras internacionais. "Não pagamos" parece ser a resposta adequada à usura. E a ameaça de ruína iminente é o único constrangimento que o usurário pode respeitar. Isso é evidente. Tão evidente hoje como sempre o foi. Perguntemos quanto valem as vidas dos que querem comprar-nos. São bem mais baratas do que aquilo que lesam. Tratemos então comercialmente disto, se é quanto querem... (Com um pequenino ajustamento político preliminar). Ah!... E  os ciberanarquistas são-nos cada vez mais simpáticos

SANTA IGREJA RUSSA TEME GUERRA IMINENTE

O director do Departamento Sinodal para as Relações Igreja-Sociedade concedeu uma entrevista onde - como é de bom tom entre sacerdotes ortodoxos - não usou meias palavras. A Rússia deve estar militarmente preparada para conter ao longe qualquer ameaça militar ao seu território, ante os actuais e visiveis perigos de guerra iminente. Está dito. Estamos de acordo (embora o nosso acordo não seja propriamente necessário, como é óbvio).A posição foi apresentada como posição do Patriarcado. Sem desmentidos. 

A NOVA VELHA ESPANHA

Regresso repulsivo ao velho confessionalismo papista. Restabelecimento da servidão da gleba. Desvalorização radical do valor e da dignidade do trabalho. Réplicas administrativistas em debate político -" é ao governo que cabe decidir". Violência brutal na repressão em manifestações de rua, como em Valência. Discurso espanholista que se divorcia das nações históricas do norte de Espanha. Uma vontade férrea de dar um salto de quarenta anos para trás. Uma lei de indemnização pelos abusos policiais exclui as vítimas de tortura que sejam suspeitas de integrar a ETA. Um novo estatuto do PP exclui qualquer afastamento de funções por inculpação judicial até ao trânsito em julgado da sentença condenatória. (Imediatamente após o assassinato judiciário de Garzón, juiz imprudente que investigava o financiamento ilegal desse PP). Um mês depois de Rajoy subir ao governo, a Peninsula sob soberania dos Bourbons ameaça fraccionar-se, sem apelo nem agravo. O discurso de Aznar no Congresso do PP foi um delírio de neo-falangista completamente emblemático do que está a passar-se e do que vai passar-se. Era frequente na direita conservadora um matiz de liberalismo político que desempenhava e traduzia o papel da prudência que era também a esperança dos que votavam conservador... Nada disso, agora. Um neo franquismo sem Franco. Apenas. E - à escala - uma guerra civil nas ruas, não tarda. Talvez o Irão lhes corte o petróleo e isso facilite as coisas. Duas unidades navais de guerra, vindas dos USA e carregadas de mísseis, tomam posição em águas espanholas. Vamos ver no que isto dá.     

O MÉDIO ORIENTE A FERRO E FOGO

Enquanto a CIA vai logrando construir uma guerra civil do Islão entre sunitas e chiitas, os despotatos do Golfo Pérsico se mostram profundamente empenhados "na luta pela democracia" dos sírios e absolutamente desinteressados pelo genocídio dos Chiitas no Bahrein, ocorre aqui que um novo funeral-protesto está a ter lugar pelos assassinatos de manifestantes (sem grupos armados que alvejem as forças de segurança). a PRESS TV formulou uma imagem genial para descrever a situação da tensão que isto está a gerar com a China: "guerra fria em águas quentes". Mas não é só com a China. Também é com a Rússia. E com a India (que não interromperá o comércio petrolífero com o Irão).

SARKOZY

O assassino de Tripoli abriu a campanha. Como todos os amanuenes veio com a "iaut'ridade". É talvez o momento da resistência verde divulgar as conribuições de Kadhafy para a campanha anterior. Veio também a criatura com o amor à França glosado como e por um húngaro. Sonha-se Pétain. E talvez acabe pior que ele. Atacou o movimento sindical. E arrasou o candidato socialista. As réplicas foram inqualificavelmente débeis. Mas Sarkozy fez ali figura de "uma mulher como a outra" (a senhora Le Pen). Faltando-lhe manifestamente umas três ou quatro coisas para se poder comparar à senhora cujo eleitorado disputa... O magiar vai ter de mostrar as mamas, caso queira ser completamente convincente. Não basta o rabo espetado de gajo rasca a fazer peitinho. Mas aos socialistas conviria que descobrissem rapidamente um cérebro que possam usar com a evidente urgência reclamada pelas circunstâncias. As reacções que ousaram apresentar podem perfeitamente remeter-se para o rol das panasquices. Sem nervo. Nem nexo. 

OBAMACARE

Ron Paul denuncia o abusivo controlo de natalidade posto a cargo de "organizações de beneficência" para os usuários do programa nacional de saúde de Obama. Tal controlo implicaria o uso de substancias abortivas nas mulheres e o asqueroso papismo estaria disponível para colaborar na monstruosidade em referência, ou não fora Obama o "chefe da igreja" respectiva. Ron Paul denunciou ainda a quebra absoluta dos direitos individuais em que vivem os USA. E isso não é denúncia que deva ignorar-se. Fala em "fascismo americano". E se ele o diz, quem somos nós para duvidar?... Pode ver-se o site desse "perigoso radical" aqui. Não fará mal a nenhuma alma ir seguindo o que ele diz.

PERFEITO

A gloriosa Pérsia não está pelos ajustes. (Deus seja louvado). E cortou o petróleo aos corsários e homicidas de Tripoli. O Reino Unido (por ora) e a França de Sarkozy vão em breve pagar dois euros por litro da Gasolina super (possa a Resistência Verde imobilizar-lhes, como se espera, os abastecimentos a partir da mártir terra dos Líbios). Mas os corsários dos USA publicitam a sua indiferença. É pois necessário fazer outro tanto aos cruzados de Aznar (assim Deus o queira). A ameaça de retaliação envolve toda a Europa Ocidental. Bem entendido, nem tudo são rosas para os iranianos. A estupidez de Bush, filho cretino de outro cretino, propiciou uma subida extraordinária dos preços do petróleo na qual puderam reforçar-se a Santa Rússia, o heróico Irão e o país de Kadhafy. Mas o embargo leva os chineses a pedir um desconto aos persas (que se supõe eles podem conceder) e assim se reforça outra vez a China, porque a corja otanasca anseia pela desgraça que há-de retribuir-lhes o amor. A estupidez destes desgraçados não terá outro limite que não seja o do seu próprio desaparecimento. Assim seja.   

ITÁLIA, PRIMEIRA VÍTIMA

O "perigoso radical de esquerda" Corriere della sera publica hoje uma interpelação clara em quanto respeita às arcas encoiradas da corja do cemitério da colina vaticana. Os segredos servem ali para proteger delitos sem nome nem perdão possível, como é bem conhecido. E já nem os italianos suportam isso. Uma coisa é ter aquilo lá assegurando as receitas do turismo correspondente. Outra coisa completamente distinta é ter de pagar o preço das imunidades de "estado" "independente" a uma corja de pederastas que se dedicam ao branqueamento de capitais, à pornografia e ao financiamento de actividades terroristas. Os italianos nada obstam às receitas do turismo. Mas não lhes agradam nada estas actividades a que se dedicam aqueles "espíritos metafísicos" de uma velharia infectamente corrupta. Acabaram de ser rebaixados ao cardinalato mais umas criaturas que nos dão volta ao estômago. E corre agora, no fim do asqueroso consistório, onde o execrando Ratzinger assegurou a eleição do monstro que lhe sucederá, corre que há uma conspiração da padralhada para matar o pontifex pederastorum. Parece que daqui a doze meses, já não há Ratzinger. Não é nada que nos diga respeito, evidentemente. Se quiserem matá-lo, seguramente o farão sem que possamos fazer nada para impedir tal coisa. Mas seria uma pena abreviar o apodrecimento do repugnante velho. Aqui fica o link para o pedagógico texto do Corriere. 

Tuesday, February 14, 2012

GARCIA PEREIRA E UM GRANDE PROBLEMA

O reputado Professor de Direito Garcia Pereira - um dos raríssimos juristas no estranho território a sul do Rio Minho - declarou recentemente no Diário Económico televisado que o Povo Português vai deitar esta gente pela janela fora. Deus o oiça. No plano do Direito, nada a acrescentar. A defenestração é uma solução e um resultado de legítima defesa como quaisquer outros resultados e soluções do mesmo instituto. A ideia é portanto sedutora. Mas insuficiente. Ora ocorre que há um planeta parecido com a terra - ainda que com uma gravidade maior - e portanto já se pode ponderar atirar esta gente não apenas pela janela fora, mas para fora do planeta. E isso enche-nos de esperança e satusfação. Aquilo tem água e portanto pode suportar as formas de vida representadas pela escumalha em causa.  

Friday, February 10, 2012

ASSASSINATO JUDICIÁRIO DE GARZÓN (2)

É materialmente de um assassinato que aqui se trata. Encostaram à têmpora esquerda de Garzón uma parabellum do tempo dos avós e dispararam. A arma funcionou. A tortura na qual se saldou a audiência foi anulada pela forma de presença do jurista, falando em vão para velhos perversos que, ou visivelmente não o ouviam, ou vinham testar-lhe a resistência emocional em interrogatório. “Não há precedentes”, ouvia-se por todo o lado. Tanto dá. Foi montada a baliza maior da perseguição política à inteligência e à coragem de todos os juízes. Na judicatura, como na educação, os neo-franquistas querem coisas “incontroversas”, como dizem. Preferem as penumbras a qualquer luz. E porque não há nada mais controverso que isso, mostram com clareza o destino que reservam a toda a controvérsia. E esse deve ser o destino que há-de caber-lhes. É esse o veredicto que cabe a tais juízes. Parecendo-nos isto perfeitamente incontroverso. Restam evidentemente dois problemas por resolver: o financiamento ilegal do PP e as queixas das vítimas do franquismo. Acrescidos de um outro problema. Eles fazem sempre o mesmo. Acrescentam sempre um novo problema sem resolverem qualquer dos anteriores. Acabou a era do brilho intelectual e político dos magistrados, iniciada com o heroísmo dos italianos e continuada pela subtileza atenta dos franceses? Em Espanha, sim. Mas, porventura, Espanha acabou, também. Em Portugal tais brilhos nunca chegaram a manifestar-se. (O papismo manteve as Faculdades de Direito sob estrito controlo e logrou nelas uma mediocridade escandalosa onde se sente seguro, sem o estar). Em todo o caso, Portugal já deixou de existir. Visivelmente. Trata-se agora de saber que coisa pode o papismo dar em troca do “direito de santuário” à sua pederastia na Península Ibérica, indagar se há quem queira negociar tal coisa e que expectativa de vida política haverá para tais negociadores. O mais normal é que acabe tudo diante de radicalizada sentença de um inesperado tribunal da opinião pública exasperada.

ASSASSINATO JUDICIÁRIO DE GARZÓN (1)

Garzón foi abatido com uma sentença-tiro da judicatura do neo-franquismo e como retaliação directa das suas investigações ao financiamento ilícito do PP e em resposta às queixas a que deu acolhimento dos descendentes das vítimas do franquismo. Alguns destes acolhem-se agora junto dos tribunais argentinos e logo se verá com que desfecho. Nem valeu a Garzón a perseguição desmiolada aos independentistas que lhe custou a reserva perpétua dos bascos e catalães, uns e outros nada espanhóis e alérgicos, sobretudo, ao espanholismo que os provincionaliza, os asfixia, lhes explora a prosperidade “regional” e os corta da Europa em cujos cenários se sentem protagonistas naturais e o são, como historicamente o foram. Garzón foi abatido por um tiro-sententeça e como o antevia perfeitamente. Não se pode servir dois senhores, dizem os catalães e bascos diante da indignação da esquerda “tradicional”. E isso é verdade. Não deixando de ser verdade que quanto ocorre com Garzón ocorre por todo o lado na península. Os neo-franquistas, como os neo-salazaristas nunca deixaram o poder judiciário. E se uma imagem de aggiornamento pôde servir-lhes os interesses em algum momento, isso, como eles gostam de dizer, “tem limites”. E os limites são estes. A preservação da ignorância, a limitação do debate, a defesa de uma conformação ideológica do poder e do Estado, o ódio a qualquer inteligência e a aversão a qualquer brilho próprio. É certo que se não pode servir a dois senhores. Não é menos certo que se não pode pactuar com estes. Garzón foi abatido por um tiro-sentença.