Monday, July 25, 2011

O MILAGRE NÃO ACONTECEU

Os mercados abriram em baixa, apesar da "miraculosa cura" congeminada em Bruxelas para a Europa do Sul. E a Fitch voltou, não obstante o anúncio da terapia a aplicar, a baixar a cotação da Grécia. Todos os comentários sobre a situação foram portanto meros desejos confundidos com realidades. As realidades são estas e não se esgotam aqui. Com efeito a única solução é agora a emissão de obrigações europeias. O estabelecimento de um Ministro das Finanças Europeu. E o reforço inelutável do directório de estados. Só que os federastas não vão lá sem uma solução federal e metade do que haveria de ser o directório continua a pensar no plano das "soberanias colaborantes" e não da soberania sobrestatal.E com hesitações destas não vão a parte nenhuma. Assim, tanto os federastas como os otanascas mostram duas coisas: a primeira é que as tentativas de aproveitamento político da crise financeira - a sua intencionalidade política mais profunda, afinal - falha por falta de maturação doutrinária das soluções institucionais a adoptar. Eles não conseguem decidir. Não conseguem fazer. Correm atrás dos factos, mas sem a velocidade suficiente. E deste ponto de vista é preciso baixar a cotação política do projecto da "Europa até aos Urais" e subir a cotação da Eurásia como projecto político evidente. Bem entendido, o fiasco da Europa "atlantista" diante da Eurásia não se fará sem sobressaltos. E os financeiros são meros detalhes. Estas coisas têm sempre preços em vidas. Infelizmente. E mesmo do ponto de vista das relações políticas com os países fornecedores de matérias primas, as coisas estão muito longe de ser brilhantes para os "atlantistas". As questões são portanto políticas, mais do que económicas. E o momento onde se exigem respostas criativas e rápidas, não é o mais adequado às direcções de funcionáriozinhos vorazes dos aparelhos partidários, que sobem pelos vazios gerados à sua volta, mas são incapazes de qualquer elevação intelectual, ou vitalidade política. Estes estão tramados. E quem deles dependa, também. É simples. A indigência intelectual como circunstância política determinante nunca deu bons resultados em nenhum lugar. O sr. banalidades  - que nada diz em cinco línguas - pode  repetir que a situação é grave. Mesmo, excessivamente grave. Mas isso já o fazia uma personagem do Eça.  E por essa frase o Eça caracterizava, muito exactamente, um cretino.      

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