Sunday, July 31, 2011

Verão Tuga


Nada de novo. A tugária é feia. A tugária é porca. A tugária é má. E a tugária arde. É outro verão onde os camponeses acreditam mais nos subsídios de catátrofe e nas indemnizações de seguro do que no resultado do seu trabalho. A tugária arde outra vez. Mas nem assim se extinguiu nas vezes anteriores em que ardeu. Talvez resista de novo. E é pena. No Outono podem arder as cidades. Os projectos que ameaçam ser lei para a reavaliação imobiliária podem lançar no desespero os sectores da pequena burguesia urbana, que depois de terem adquirido casa – pela conspiração política do lobby bancário – por quatro vezes o valor dela, estariam agora em risco de tudo perder porque a crise vai baixar os preços a metade do valor real (e não do valor de aquisição), parecendo que a voracidade fiscal da escumalha no poder pretende as reavaliações pelo “valor real” ignorando-se a que coisa atribuem tal designação. Se este for o valor da aquisição é prevísivel que não raros lancem fogo às casas e recebam os prémios de seguro, enquanto as seguradoras não falirem. A tugária é feia. A tugária é porca. A tugária é má. E isto não tem solução. A população vira-se então contra si própria. Como é próprio do abandono de toda a esperança. E a morte vem. Naturalmente. A tugária sobrevive. Mas morre gente.

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