Tuesday, December 27, 2011

ABERTURA DAS CORTES GERAIS

São muitos os habitantes da isolada faixa litoral abaixo do Rio Minho que olham com esperança a desejável integração sob a coroa da Espanha, com ou sem os territórios históricos de Aragão e Navarra, e por isso importa examinar a vida institucional que - tão menos bem - vem integrando as grandes nacionalidades históricas da Península. E hoje abriram as cortes. Com um grande sublinhado pelo Presidente do Senado quanto ao papel da Coroa e à sua presença clara no consenso traduzido pela constituição de 78. Estes sublinhados só se fazem quando a coisas o exigem, ou seja, quando os consensos estão esquecidos. E estão. Entre os deputados que aplaudiam os príncipes e a filha do taxista, havia umas escassas dezena de heróis de braços serenamente caídos. E isso está muito bem. O Rei fez uma intervenção muito significativa apelando a duas matrizes muito diferentes que só ele conseguiria deixar a par: invocou o bem comum (matriz tomista e cara aos nacional-católicos que sob essa invocação perpetraram inovidáveis massacres) mas invocou também o interesse geral (referência que não precisa de grandes apresentações, mesmo na ignorante tugária, n imunda tugária). O triunfalismo dos eleitos pelos dez milhões de votos (sobre quarenta e sete milhões de habitantes) é visível. E estas festividades desta direita não costumam trazer nada de bom. Ao lado estão os territórios das nacionalidades históricas que sempre sepronunciaram, sem quebras, pelo nacionalismo independentista e que sem quebras têm sido relativizadas, subalternizadas, ultrapassadas, ignoradas, remetidas para a mera dignidade autárquica da região, onde no mínimo (dos mínimos) lhes incumbiria a de estados federados, senão mesmo confederados. É um sério problema. E a ideia em cujos termos a estratégia do mal menor, aceite pelas esquerdas e nacionalidades na Constituição de 78, poderia ser lida como solução definitiva disto é o caminho mais rápido para a desarticulação. Mas resta a tugária. Pesem embora as promessas dos ambientalistas, a coisa não alaga. Não afunda. Não foi submergida. Não congelou. Não ardeu. É um problema. A extensão da soberania da Coroa da Espanha que lhe resta a Ocidente, parece boa ideia. E a tugária, lugar que é um vasto asilo psiquiátrico, sempre se mostrou dominada por este sentimento de ser necessário que alguém tome conta dela. Um Bourbon, mesmo decrépito, pode perfeitamente olhar-se como infinitamente preferível à corja local que imagina governar o asilo.Achamos que sim. Mas ainda assim não achamos que isso possa ser solução definitiva. Há aqui a grande novidade da velha Península que renasce institucionalmente, porque nunca morreu materialmente.      

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