Na primeira guerra africana dos
USA (Líbia), guerra por delegação, como nas tentativas de lançamento da “revolução
verde” na Síria, três cadeias de televisão têm prestado um serviço inestimável
à opinião pública: a Telesur, a partir de Caracas, A Russia Today e a Press TV
de Teerão. A primeira esforça-se por obter a contra-perspectiva face às versões
difundidas pela OTAN e tem feito um magnífico trabalho (para o qual já tinha
alertado o próprio Fidel Castro). A segunda procede a um “levantamento” inestimável
de opiniões no ocidente e prossegue o seu trabalho radicalmente imparcial, a terceira fornece uma perspectiva militante, bastante alinhada, mas muitíssimo
clara e devemos estar-lhe gratos por isso. Nenhuma delas manipula imagens,
nenhuma delas subscreve a primeira versão sem a investigar pelos seus enviados no
exterior. Têm feito um trabalho brilhantíssimo. Importantíssimo. E com um
detalhe tacticamente discreto, mas estrategicamente demolidor: A liberdade de
imprensa, face aos interesses militares imediatos, tem sido exercida por eles e
não pelos que se reivindicam campeões dessa liberdade. Isto não pode deixar de
ter consequências. Sendo certo que a primeira consequência foi impedir a OTAN de
ganhar a guerra de propaganda junto da opinião pública. Emergiram realmente
novos poderes no mundo. E isso basta para ser já possível viver de outro modo.
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