Tuesday, November 6, 2007

ACCUSATIO MANIFESTA

"Escusatio non petita, accusatio manifesta” assim começava um dos seus textos Tommaso Stenico, jovem sexagenário promissor, entre os gerontes da Cvria, polícia do sexo na Congregação para o Clero. Encarregado desde 2005 de perseguir a homossexualidade nas fileiras sacerdotais, (tarefa da qual só um desgraçado isento de quaisquer qualidades morais poderia ocupar-se, como é óbvio) apareceu com a imagem e a vozinha distorcida num programa da 7 (chamado Exit) a dizer-se “homossexual activo” isento de sentimento de pecado. Acrescentou que isso lá no Vaticano era coisa, senão vulgaríssima, pelo menos frequente. (Não havendo aqui propriamente novidade). Reconheceram-no, não obstante as prudências televisivas. E em sentido eventualmente literal, caíram-lhe em cima. A “demissão do estado clerical” foi logo aventada. Mas Monsenhor Stenico tem os seus dossiers de polícia do sexo. E promete. E ameaça (se acaso não esboçar já) uma contribuição apreciável para o aquecimento global da Colina Vaticana. Um cardeal começou logo por dizer que o Vaticano é o primeiro a ter interesse na limpeza. Pois. “Escusatio non petita, accusatio manifesta”. Esse cardeal calou-se entretanto. Pronto. Não há mês em que estes infelizes não venham com uma desgraça qualquer. Nem a velhice lhes traz o sossego.

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