Wednesday, November 28, 2007

“O CHEFE DOS ADVOGADOS”

Esta corja conseguiu isto. E isto vem no Diário de Notícias. O repulsivo Estatuto Júdice as comissões de censura e a polícia política dos “Conselhos de Deontologia”, as exigências genéricas de silêncio a todos os advogados – à excepção dos membros do cartel – deram esta curiosa imagem pública, em cujos termos há um “chefe dos advogados”. Não adianta dizer que isso é uma interpretação do jornalista. Nem adianta dizer que o jornalista não sabe bem quanto diz. O jornalista sabe perfeitamente o que vê. Sabe perfeitamente o que ouve. E expressa-o com rigor. Isto é o que ele vê. Está certo. E esse é o problema. O execrando Júdice, o seu delitual estatuto, a estrutura de polícia dirigida contra a liberdade de palavra, o medo (medo!... entre defensores das liberdades e direitos alheios!...) têm enfim este resultado tão notável, como notório. O pretenso Alves é chefe!... Só a palavrão, realmente, poderia responder-se com um mínimo de rigor. É preciso restaurar a liberalidade da profissão. É preciso extinguir esta repulsiva ordem. É preciso erradicar a subalternidade de que estes Alves encheram tudo o que diga respeito à intervenção dos advogados. É preciso votar contra ordem. Quem votar Magalhães e Silva vota nisto. O chefe dos advogados dispensador das vinhetas pelas quais, acto a acto, se saberá quem faz o quê. Mas quem votar Leitão vota pocilga: pseudo mestrados para sub-diplomar e controlo (político, evidentemente e se acaso não for religioso é uma sorte) do acesso às especializações. E ambos serão chefes, claro. Mas para haver um chefe dos advogados, num país onde os direitos fundamentais não são defendidos pelos tribunais – o tribunal constitucional especializou-se em não tomar conhecimento dos recursos - os advogados têm de ser comparsas deste gigantesco esforço de defraudar a confiança pública nas instituições. É preciso que os votos em Marinho Pinto e em Garcia Pereira superem os dos candidatos a chefe. E que nenhum conselho mais tenha sequer mais um voto além dos de quem queira um chefe dos advogados. Os advogados já estão em crise, como bem se vê. Agora é preciso devolver a crise aos que a trouxeram. Os homens devem ter o que amam: a opressão e a perseguição aos que as amarem, portanto. E que elas os cubram como um manto (porque a bom papista, meio versículo basta).

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