Wednesday, November 7, 2007

REVOLUÇÃO

Vinte e quatro de Outubro do Calendário Juliano. Sete de Novembro do Calendário Gregoriano. Dia da Revolução Russa. Uma nova metafísica da política insurgiu-se contra a presença meramente simbólica do céu na terra que a liturgia (russa) sempre quis ser. E exigiu a presença real do céu a construir por mãos humanas. Parte do velho mundo esboroou-se. Outra parte ergueu barricadas. Outra parte ainda, transigiu. Nasceu o Estado Social de Direito. Mas, hoje, encontramo-nos neste extremo da Europa, entregues a uma espécie de proxenetismo de estado, diante da corrupção generalizada, com a anulação de qualquer utilidade da Escola, com uma judicatura imbecilizada (onde ninguém recusará desempenhar funções de polícia política, como se vê nos acórdãos dirigidos contra a liberdade de opinião, punida como injúria). Hoje, devíamos dedicar uns minutos a relembrar as Revoluções como possibilidade. Um estado de proxenetas de órfãos e de usurários parece ser a evolução natural do poder, numa sociedade sem qualquer capacidade de protesto eficaz, independentemente dos nomes que formalmente se adoptem para a forma de estado. Isto é o inferno sobre a terra. Celebremos portanto, hoje, a virilidade da revolta. Porque se há um inferno, deve haver um céu.

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