Sofreu como quem imagina a dôr. Percorreu a vida cantando paisagens e factos que
se encadeavam como imagens nos sonhos de quem dorme. Amou como se sonhasse o amor. Entre os paradoxos que encontrou,
o homem da tribo de Levi terá talvez descoberto o mestre que compreendeu a dor do
mundo e sobre ela derramou a benção de uma lágrima de compaixão. Deu então a si mesmo o nome do
silêncio e seguiu as estradas do Shakyamuni para a luz. Deus saberá em
quantos redis vivem as suas ovelhas. Mas nós temos a certeza íntima que a
inteligência revelada na inteligibilidade do mundo ensinará ao levita a identidade
própria e nisso lhe revelará o que em nenhuma palavra conhecida pode dizer-se.
Há percursos pessoais com significado universal. É belo que um príncipe ligue
ao seu título a tarefa de apontar alguns deles, pese embora a imodéstia
aparente de atribuir prémios a quem está já além de todos os prémios. Não sabemos
se com tão gratas tarefas o presuntivo Filipe VI se fará aceitar como Rei das Hespanhas.
Mas é verdade que assim atraiu sobre si os olhares dos mais despertos dos
homens. Deus o guarde, seja qual for o veredicto que a História Política do
futuro ditar à Coroa Espanhola.
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