Tuesday, June 21, 2011

NINGUÉM, COM TODOS

"Com todos (...)" dizia naquele ar misto de professora primária e assistente social dos serviços de reinserção, a nova ministra da justiça. "É assim" que se restrutura "os sector" (sic), acrescentava a criatura. É o raio da minuta, outra vez? Parece. Mas talvez não seja. Governo nenhum e de ninguém, como é o governo-Coelho, tem a gente como primeira necessidade. Toda a gente. Mas ainda assim a coisa não está diagnosticada. Há um outro detalhe. Um governo onde se conjugam as máfias (as polícias entregues à Opus hão de dar um belo resultado, não haja dúvida, talvez só excedido pela entregua dos serviços de informação à casa do sino, mais a medicina legal que é para ficar tudo em casa) um tal governo, exige -e vai exigir- o consentimento das vítimas. É o que esta tóxica criatura está a dizer. Com todos, significa que nem o silêncio se tenciona consentir. Com todos significa, com o comprometimento de todos no abuso de que todos sejam (e vão ser) vítimas. É isto. Não é exactamente uma minuta. É a recomendação dos manuais da scrofa papista que a largou. Este "com todos" vale um manifesto político. No papismo, este manifesto está em vigor desde Jaime II. Não é propriamente uma novidade. "Com todos", não é propriamente uma afirmação democrática. É uma  utilização fraudulenta do léxico. Mas daqui a um mês a coisa estará mais clara.     

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