Tuesday, June 21, 2011

TUDO VISTO

A esperança do labrego é a minuta. Desconfiado - Deus saberá porquê - que quanto tem a dizer não pode ser dito, o labrego encontra neste "pronto-a-dizer" um grande conforto. Feliz ou infelizmente acrescenta-lhe sempre aquilo a que a minuta chama "a mais valia", o cunhozinho pessoal que (Deus seja louvado) lhe "lixa" tudo. É o caso de Álvaro Santos Pereira. Genuíno Marcelino. Ministro da Economia. ("Ele há coisas"...). Vinha o pobre rapaz da RTP, solicito, desempenhar a sua tarefa de inventar um "estado de graça", de alimentar expectativas, enfim, de possibilitar à criatura dizer alguma coisa que "coisasse" alguma coisa, com alguma coisa, ou por alguma coisa e ele, pimba. Sem mais. A minuta. A concertação. O emprego. A competividade. Não parecia suficiente. E o rapaz da RTP propiciou então uma concretizaçãozinha. Nestas coisas - o rapaz tem razão - convém sempre largar umas generalidades com papel de particularidades. Perguntou então à criatura que coisas poderiam esperar-se em matéria de emprego. E a particularidade saltou: -"Vai-ça-vêr, vai-ça-vêr". Ora, "carago", como se diz no "nuorte". Está tudo visto. Venha o próximo. Uma palavra para o denodo do rapaz da RTP que, não obstante, logrou noticiar isto como se fosse uma enunciação de prioridades. Eis um homem que não desiste facilmente. O dia da tomada de posse nasceu com uma acentuada comicidade. Mais tarde virá Kavaco com aquela expressão de dor nas mandíbulas que ele sempre exibe quando (por assim dizer) decide falar. 

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