Tuesday, October 16, 2007

A CRISE DO BCP E A ORDEM DOS ADVOGADOS

Abrimos as informações comerciais do BCP e vemos um protocolo celebrado entre o Banco e a Universitas, uma cooperativa de ensino da gente da Opus. Isso nada parece ter de extraordinário. Todavia a Universitas adquiriu ao Estado o antigo quartel da Escola Prática de Administração Militar (à Alameda das Linhas de Torres em Lisboa) em condições mais do que favoráveis, abusivas (cerca de um milhão de contos), ou seja um quarto do preço pelo qual, anos antes, havia sido adquirido o Quartel do Campo Grande para a Lusófona. Mas a Universitas era uma pequena cooperativa com uma escola de educadoras de infância. A aquisição de um tal edifício pela minúscula cooperativa carecia, portanto, de um financiamento vultuoso e ele veio. Do BCP, evidentemente. Mas não sem antes da aquisição e do financiamento ali aparecerem , como alegados cooperadores, os nomes de Jardim Gonçalves e Alves Mendes… A guerra do BCP ainda vai no início, como se vê. E porque o mundo é pequenino, ao menos em Portugal, Alves Mendes é hoje candidato à presidência do Conselho Superior da Ordem dos Advogados nas listas do candidato Leitão. O Conselho Superior é o órgão dispensador das “especializações” e supervisor da polícia (política) dos conselhos ditos de deontologia. Restando perguntar (coisa da qual ainda ninguém se lembrou) para que serve o Instituto António Sérgio (fiscalizador das cooperativas) que consentiu desde sempre na transformação destas estruturas em encapotadas sociedades por quotas, gozando de isenções fiscais completamente injustificadas em razão da perversão verificada, sem a menor intervenção do Instituto que haveria de assegurar a manutenção da disciplina cooperativa. Em tudo isto se vê para que servem as comissões de censura na Ordem dos Advogados e a respectiva polícia política dos “conselhos de deontologia” onde verdadeiros delinquentes, a coberto da irresponsabilidade que lhes arranjou Júdice e a maioria Barroso-Lopes, perseguem os advogados normais, ou, como diz Garcia Pereira, “os advogados mais corajosos”. E o candidato Leitão não traz a única lista onde esta gente se faz presente. Sendo isto um dos motivos demonstrativos pelos quais se torna imprescindível extinguir a Ordem dos Advogados, já que se revelou impossível extinguir os Alves Mendes, os Jardins Gonçalves, os Júdices e toda a corja dos instrumentais que, de resto, tanto são instrumentais destes, como de outros… (Se lhes derem dono, eles obedecem. Se lhes tiram o dono eles morrem. Não concebem a vida sem um “superior” que lhes dê o osso, ou o torrão de açúcar). Isto é o contrário da advocacia. É preciso extinguir a Ordem que não serve hoje senão para perseguir advogados, corajosos ou não, pelo simples facto de serem advogados. Isto serve apenas para frustrar a defesa dos cidadãos que pretendam invocar os seus direitos no país da Opus, da Casa Pia, do futebol do alterne, enfim, no país bordel, espécie de Cuba de Baptista na Europa, no qual evidentemente nenhum direito positivo está adquirido, como bem se vê, onde nenhuma fiscalização funciona fora do conflito entre os monstros que dos correspondentes mecanismos se assenhorearam e onde todas as invocações do Direito podem ser perseguidas. É preciso um massivo repúdio nas eleições dos órgãos colegiais da Ordem... deixando ao bastonário e ao seu conselho geral as tarefas de um liquidatário.

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