Friday, October 26, 2007

JARDIM E SALGADO: PALAVRAS ESTÉREIS EM FIM DE VIDA ESTÉRIL

Jardim Gonçalves diante da vacuidade que gerou. O caçador entrega as armas à presa. Reivindica apenas a preservação da própria cara. Pretende que não lha partam, como é humano. E uma organização mutualista espanhola presidirá, como primeiro accionista, à precária primazia financeira local do (projectado) “maior banco português”. Salgado do BES protesta, invocando que um “banco português” não deve ser entregue a mãos externas. (Como tudo isto é ridículo). Lembrar-se-á este Salgado daquela plantação de arroz perto de Alcácer onde a GNR servia para impedir os aldeãos de chegar à estação de caminhos-de-ferro? Era um arrozal da família Espírito Santo, não era? Os aldeãos eram forçados a trabalhar no arrozal. Já tínhamos passado Abril de 1974 e ainda aquela GNR estava naquela estrada, impedindo aquela gente de partir. A “portugalidade” tinha a grande vantagem de não ser fácil, nesta época, que qualquer comando de qualquer força de segurança na Europa aceitasse análogo papel com tão mesquinho propósito. É certamente ainda a isto que Salgado se refere, quando diz “português”. Sim, mas pode não ser. E se não for?... Digamos então que Salgado - se assim não for - está diante do vazio que gerou. Este vazio matou até as palavras, não foi? Terá sobrevivido, ao menos, o país?... Nem isso é evidente. Mais de metade dos organismos vivos são parasitas. E não são raros os parasitas que matam o hospedeiro. Não é esta a história da vossa vida financeira, política (e religiosa), Jardim e Salgado? E todavia é possível viver de outro modo. (Como sempre foi). E todavia a solidariedade opera. É por isso, aliás, que uma organização mutualista presidirá, como maior accionista, ao irrisório poder do “maior banco português” projectado. Não é?

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