Thursday, October 4, 2007

PLEASE, FIND MADDIE !

A polícia portuguesa vive um dos seus maiores pesadelos. Não é certamente a primeira vez que se confronta com quem lhe vê a sordidez, o ar seboso, a grosseria imoderada, a indolência crónica e a violência fácil. Mas é a primeira vez que lho dizem - com toda a clareza e simplicidade - sem ser possível desencadear uma perseguição "criminal" para travar isso.
São bastantes os que entre nós se sentem integralmente representados no tratamento que os ingleses dão a essa gente. Eles vêm o que nós vemos, sentem o que nós sentimos... E sabem um pouco menos do que nós sabemos. E o que nós sabemos é simples: a delinquência mais violentamente chocante vem das forças de segurança. Quantos "gangs" fizeram uma decapitação como a perpetrada pelos homens da GNR em Sacavém? E quantos "gangs" meteram uma bala pelo recto acima de alguém, como aconteceu entre a PSP de Évora? Quantos "gangs" teriam torturado a "mãe da joana" tão barbaramente como o fizeram os da PJ ?... Honestamente pensamos que, na PJ, todas as direcções poderiam extinguir-se com o pretexto dos "gangs" que nela operam. Isso não é fenómeno que se restrinja visivelmente à direcção do "combate ao tráfico de droga". A delinquência mais sórdida vem também das instituições públicas. A Casa Pia, por exemplo, não é privada, pois não?... (Só na criminalidade financeira a coisa poderia ponderar-se de outro modo, mas isso é outra história). Eis o que nós sabemos e eles ainda não sabem, ao menos completamente. Mas os ingleses podem dizer o que vêm, sem serem perseguidos por isso. Porque para o crime imperar, é preciso impor o silêncio pelo terror. Os mais perigosos criminosos em Portugal, não andam nunca longe do Estado. Que coisa fez a força da pseudo-universidade independente? (Ali até andava uma juiz nas imediações). E que coisa fez a força da pseudo-universidade moderna? Mas em Inglaterra não há nada que se pareça com " o respeito devido às instituições", na formulação autóctone. Eles continuarão, portanto, a dizer o que vêm. E isso está muito, muito bem. Só falta encontrar a pequenina. E punir a pseudo polícia que não sela o lugar do crime, que não o investiga senão três meses depois e que vomita sobre as vítimas as suspeitas mais estúpidas para, tanto quanto à primeira vista parece, encerrar o caso sem resolver o problema. Os funcionários portugueses são especialistas nisso. Com um português tal caso acabaria exactamente assim. Ou as vítimas se calavam (como se calaram aquelas a quem desapareceu um filho e todas, aliás) ou acabavam acusadas do crime de que se queixavam. Belo fim de caso. Mas é só isto, ou haverá mais? Está excluída qualquer possibilidade da polícia estar a proteger os raptores? Essa pergunta - ponderados os hábitos da terra - faz bastante mais sentido do que a imputação de um absurdo homicídio aos pais, com uma campanha de imprensa alimentada pelos próprios agentes da polícia (com a divulgação de um diário íntimo, entre outras peculiaridades do segredo de justiça à portuguesa). Mas aqui não há departamento que investigue eficazmente a polícia... Só temos neste caso (e felizmente) a polícia inglesa. Mas falta encontrar a pequenina. Quando toda a gente tinha a noção de que a polícia portuguesa colaborava no desaparecimento, saiu a polícia inglesa à estacada. Muito bem. Continua a ser preciso encontrar a pequenina. (Morta? Viva?... Encontrem-na). http://www.findmadeleine.com

No comments: