O Candidato Leitão apresenta uma fisionomia habitual dos que vêm destes sectores para estas coisas. Ostenta uma fisionomia-manifesto.
Atrás dessa fisionomia vem a Opus, é certo. Mas atrás de uma tal fisionomia vem sempre alguma coisa da qual seja expressão natural.
Professor - como o asseveram o provimento administrativo e a Opus - tinha de emprestar "um bocadinho de espírito" à fisionomia e isso fez pondo-se à frente de uma estante com medíocre quantidade de livrinhos.
A obra de tal mestre é constituída por manuais e outros trabalhos escolares. É um professor mais à escala da terra que da época.
O pretenso programa - que é um apontamento solto - promete sujeições e negócios a propósito da formação. A confusão entre um apontamento e um programa é uma confusão de géneros, evidentemente. Mas não é a única.
Insere-se tal candidato na competição entre umas escolas cuja realidade presente é menos que medíocre . Quer firmar-se na escola, parece, pela conquista de terreno na Ordem. E na Ordem, pelo prestígio da Escola que o largou. O prestigio da Escola é nulo, mas nesta terra os títulos são tudo. Quem tenha um pretexto para dar títulos tem prestígio (embora não certamente intelectual, que seria o prestígio em princípio almejado por uma Escola).
A Escola está sem dinheiro e ao invés de vender títulos (de mestre, por exemplo) vende "post-graduações" sem título. Mas Leitão propõe-se alterar tudo isso e oferece à Escola e à Ordem uma saída: os mestrados profissionalizantes. Ora aí está!... Desde Salazar que há sempre uma meia-solução e uma quase-ideia. Ele descobriu-a, na convicção de que pode fazer-se uma meia-descoberta.
É ridícula a pretensa ideia (como a estante que tem atrás). Traduz o desprezo atávico pelo trabalho. Como se um "mestrado profissionalizante" pudesse existir como semi-grau universitário. Coisa que valeria para a profissão, mas não para a universidade. Coisa que a Escola concederia, mas sem dar. É a medida da terra, como dizíamos. E a melhor imagem seria a do merceeiro a viciar a balança, episódio emblemático do lugar antes das "Grandes Superfícies" terem atirado estes fenómenos para a falência e alguns dos seus filhos para as magistraturas...
Mas há aqui um detalhe. O bastonário Alves fez proposta de alteração legislativa, muito em segredo. E publicou aquilo que estará para aprovação semi-automática do parlamento. Quem ler aquilo pode ser levado a pensar que o homem não faz ideia do que possa ser o acordo de Bolonha.
Diz-se ali que os advogados devem ser licenciados e mestres cumulativamente e que quem já é advogado "pode ficar" licenciado ("apenas" licenciado). Isto é repulsivo, claro. É a legislação feita com erro expresso e redacção de má-fé. Porque toda a gente sabe que o "apenas licenciado" tem o mesmo número de ECTS que o futuro mestre e, portanto, tratar os actuais licenciados como alguém a quem se consente que "falte" alguma coisa é gerar uma discriminação, gerar uma ansiedade que há-de traduzir-se em negócio para alguém. Leitão chega e diz: "mestrados profissionalizantes". Ora aí está!... É uma das vias do negócio.
Perante o facto indesmentível de -com suporte legal- o novo mestre poder usar o título de mestre com o mesmo número de créditos que o anterior licenciado, resolve-se o problema, não pelo sublinhado que se trata da mesma coisa, mas incentivando os licenciados (a quem se confirma a desqualificação do título) a comprarem uns "mestrados profissionalizantes" (por exemplo)... E assim se asseguraria o negócio das universidades privadas em crise e das universidades públicas sem orçamento - não falando já da universidade católica - e isto, não pela sedução ou pela proposta, mas pelo constrangimento brutal. Isto é a Opus. (E, evidentemente, o radical contrário do espírito e dos objectivos de Bolonha).
Isto é a Opus porque -lá na Opus- anda aquela gente convencida que é a nova vanguarda. (Foi o Escrivá que lhes meteu isso nos cascos e eles acreditam). São eles e, abaixo deles, o povo que serviriam para dirigir (sim, "o povo e não só a plebe" como diria o execrando Tomás de Aquino).
Tudo quanto lhes sai dos cascos traz sempre este sinal de violência, de constrangimento e de desonestidade intrínseca... Serão sempre uma força de oposição a qualquer desenvolvimento.
E isto está-lhes chapado nas fisionomias... Atente-se nas fisionomias.
Depois, claro, para o Conselho Superior propõe-se Alves Mendes. A Opus, evidentemente. Homem sem nenhum percurso e que assim assentaria praça em Marechal. Isto é à Opus. O que interessa é "servir a causa", cumprir o propósito. Tudo é instrumental, nada tem dignidade própria. Está bem... Concedido. Se a Ordem não tem dignidade própria (e perdeu-a completamente) há que extingui-la (e com urgência).
Mas se para o Conselho Superior se propõe a espectral presença de Alves Mendes, para a Presidência da Comissão de Censura (sempre tão cara à coisa da Colina Vaticana), para a presidência do Distrital a que incumbem as competências (proibidas) da Comissão de Censura, propõe-se a "Carminho"
A "Carminho", na foto que fez questão de enviar a todos e aqui se reproduz só para poupar o trabalho de a irem ver, tem o ar de uma daquelas mulheres da Opus que não está bem ali mas não sabe para onde ir. Se não for a Opus, não será coisa muito diversa porque é seguramente compatível. Uns anseios não resolvidos e à flor da pele, sugere aquilo.
Outros sempre podem atascar-se em carne de porco e mau vinho. Mas ela ama a sua silhueta como o sublinha a própria foto onde se demonstra cruelmente que tal silhueta não vale o empenho (aliás de ninguém). Traz ainda a foto uma proeminência dos maciços maxilo-faciais que parece contrariar o sentido da evolução, já que, modernamente, as têmporas tendem a aumentar a sua superfície em detrimento dos maxilares. Uma fêmea de grandes maxilares é sempre surpreendente nesta fase de evolução do sapiens. Aquele estreitamento das têmporas onde se encaixam dois olhos, talvez pequenos demais e sem qualquer brilho, é coisa que já vimos noutro lugar mas não vamos dizer onde.
Que coisa se conhece da Ex.ma Senhora Dr.ª Carmo Sousa Machado assim proposta para a presidência da Comissão de Censura ? - Nada. (Nada de novo, portanto). Nem um texto, nem uma posição, nem um percurso. Nada. Dela conhece-se porventura o apelido (do marido?)... E quanto à estante da fotografia, nela há apenas uma colecção encadernada do Diário Oficial (tem os gostos de Pedro Santana Lopes, portanto, coisa aliás perturbante para uma senhora "de educação católica" como é costume dizer-se).
É preciso falar com relativa clareza. Isto é nauseante.
Tuesday, October 2, 2007
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